Os maiores bancos privados do Brasil — Bradesco, Itaú Unibanco e Santander — anunciaram, nesta quarta-feira (26/8), os nomes dos sete integrantes do Conselho Consultivo Amazônia, instância criada para apoiar a implementação das 10 medidas propostas pelas instituições para impulsionar o desenvolvimento sustentável da região.
Especialistas em sustentabilidade dos três bancos formaram um grupo de trabalho, que já tem se reunido regularmente para propor iniciativas e ações concretas para a região. O Conselho Consultivo Amazônia se reunirá a cada três meses com o objetivo de trazer reflexões sobre as dinâmicas da região e desafiar os bancos quanto à efetividade do impacto das ações propostas.
O Plano Amazônia inclui 10 medidas que foram construídas a partir de três frentes de atuação identificadas como prioritárias para a região: conservação ambiental e desenvolvimento da bioeconomia; investimento em infraestrutura sustentável; e garantia dos direitos básicos da população da região amazônica.
Entre as medidas, estão: atuação com vistas ao desmatamento zero na cadeia da carne; estímulo às cadeias sustentáveis, como a do cacau, açaí e castanha, por meio de linhas de financiamento diferenciadas e ferramentas financeiras e não financeiras; desenvolvimento de infraestrutura de transporte mais sustentável, como o hidroviário, com aplicação de metas ambientais, em troca de condições diferenciadas de financiamento; viabilização de investimentos em infraestrutura básica para o desenvolvimento social da região, como acesso à energia, internet, moradia e saneamento; fomento de projetos que visem o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental por meio de instrumentos financeiros de lastro verde, como o Pagamento por Serviço Ambiental (PSA) e Crédito de Carbono.
Também constam do plano: incorporar os impactos das mudanças climáticas nas políticas de crédito e investimentos de longo prazo e dar ênfase nos relatórios; ampliar o alcance de negócios que promovam a inclusão e a orientação financeira na região; apoiar a implantação do sistema informatizado de registro de regularização fundiária; articular a criação de um fundo para atores e lideranças locais que trabalhem em projetos de desenvolvimento socioeconômico na região; e atrair investimentos que promovam parcerias e desenvolvimento de tecnologias que impulsionem a bioeconomia.
“Estamos muito satisfeitos por termos conseguido reunir este grupo altamente qualificado e que conhece profundamente os desafios do Brasil na área ambiental e, mais especificamente, na Amazônia. A colaboração dos conselheiros consultivos será fundamental para que nossa atuação na região seja efetiva e gere os impactos positivos que buscamos”, afirma Candido Bracher, presidente do Itaú Unibanco.
“O conceito foi escolher um grupo de pessoas de alta qualificação e notório saber que são comprometidas com a ciência, com a defesa do meio ambiente e com a vida. Estamos bastante seguros que as diferentes visões e formações dos membros do Conselho darão substância e massa crítica ao trabalho de propor e orientar medidas que envolvem o futuro da Amazônia. São desafios não só ambientais, mas também sociais e econômicos”, diz o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior.
“O conselho funcionará com um grupo de especialistas renomados, responsável por dar o respaldo necessário às nossas propostas para o desenvolvimento sustentável da região Amazônica. Para além disso, esses líderes excepcionais utilizarão sua vasta experiência acumulada em áreas de conhecimento complementares para nos ajudar a subir a régua, propondo ações e metas desafiadoras, que provem ser possível gerar riqueza para o País e beneficiar a população local sem sacrificar nossa biodiversidade e recursos naturais”, destaca Sérgio Rial, presidente do Santander Brasil.
Conheça os profissionais escolhidos pelos bancos para fazer parte do conselho:
• Adalberto Luís Val, biólogo e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), é um dos cientistas mais reconhecidos e com maior domínio sobre adaptações biológicas às variações ambientais na Amazônia.
• Adalberto Veríssimo, pesquisador associado e co-fundador do Imazon, um dos principais centros de pesquisa e ação estratégica da Amazônia, e diretor de programas do Centro de Empreendedorismo da Amazônia.
• André Guimarães, diretor-executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), co-facilitador da Coalizão Brasil Clima Florestas e Agricultura, foi vice-presidente de Desenvolvimento da Conservação Internacional (CI), gerente de projetos do Banco Mundial e também dirigiu entidades do terceiro setor, como o Instituto BioAtlântica (IBio) e Imazon.
• Carlos Afonso Nobre, cientista destacado principalmente na área dos estudos sobre Mudanças Climáticas e Amazônia e atual responsável pelo projeto Amazônia 4.0, de fomento à Bioeconomia e Bioindustrialização.
• Denis Minev, diretor-presidente das Lojas Bemol, co-fundador da Fundação Amazonas Sustentável, do Museu da Amazônia e da Plataforma Parceiros pela Amazônia, foi secretário de planejamento e desenvolvimento econômico do Amazonas entre 2007 e 2009.
• Izabella Teixeira, bióloga e doutora em Planejamento Ambiental pela COPPE/UFRJ, foi ministra do Meio Ambiente de 2010 a 2016.
• Teresa Vendramini, pecuarista e socióloga, é presidente da Sociedade Rural Brasileira.