Dados de fevereiro de 2021 da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) mostram que o país já tem mais de 8,3 mil aerogeradores em 695 parques eólicos.
A energia eólica acaba de atingir a marca de 18 gigawatts (GW) de capacidade instalada, em 695 parques eólicos e mais de 8,3 mil aerogeradores. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (18/2), pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), instituição que reúne cerca de cem empresas da indústria eólica, incluindo fábricas de aerogeradores, de pás eólicas, operadoras de parques eólicos, investidores e diversos fornecedores da cadeia produtiva.
“Há exatos 10 anos, em 2011, tínhamos menos de 1 GW de capacidade instalada e cá estamos comemorando 18 GW no início de 2021. É um feito impressionante, fruto não apenas dos bons ventos brasileiros, mas também de uma indústria que se dedicou a construir fábricas, trazer e implantar novas tecnologias e que se tornou muito competitiva”, explica Elbia Gannoum, presidente da ABEEólica.
A eólica é a segunda fonte de geração de energia elétrica no Brasil e, em dias de recorde, já chegou a atender até 17% do país durante todo o dia. “Se olharmos para o futuro, nossa previsão é que, até 2024, considerando apenas os leilões já realizados, teremos cerca de 28 GW. Estes são números que devem ser comemorados e podem ser ainda maiores, porque não captam completamente o bom desempenho do mercado livre, que vai se somando a esses valores conforme os novos contratos vão sendo fechados. E temos que lembrar que de 2018 a 2020 o ACL foi responsável por uma maior contratação que o ACR no caso de eólicas”, detalha Elbia.
Retomada verde
“No que se refere à novas contratações, tenho recebido muitas perguntas sobre o impacto da pandemia no setor. É claro que há um impacto, porque a queda de demanda foi grande e isso deve impactar os próximos leilões do mercado regulado, que tendem a ser menores. Temos, no entanto, que considerar que a eólica está passando por um momento de expansão no mercado livre e isso tende a fazer muita diferença para o setor, podendo equilibrar a falta de demanda no regulado. E, mesmo nos leilões regulados, ainda que eles possam ser menores, sabemos que as eólicas tendem a ter um papel importante pela sua competitividade e pelo que sinaliza o PDE (Plano de Desenvolvimento Energérico) 2029”, analisa Elbia.
Durante a pandemia, tomou forma uma importante discussão que é a necessidade de termos uma retomada verde da economia. O GWEC (Global Wind Energy Council), por exemplo, lançou o documento Energia eólica: um pilar para a recuperação da economia global – Reconstruindo melhor para o futuro. O manifesto apresenta argumentos sobre o poder de investimento da eólica, com criação de empregos e efeitos positivos para as comunidades e para o desenvolvimento tecnológico. Além disso, o GWEC destaca ações que podem ser tomadas pelos governos para garantir que, no “day after” dessa pandemia, os esforços para reconstrução e retomada da economia possam acontecer de forma a contribuir para termos uma sociedade mais justa e sustentável.
“Considero que esta seja uma discussão imprescindível. A pandemia está abrindo ainda mais os olhos da humanidade para o inadiável combate ao aquecimento global. E, nesse processo, as fontes que não emitem gases de efeito estufa e apresentam benefícios sociais, econômicos e ambientais, como é o caso da eólica, são nossa melhor aposta para quando chegar o momento da retomada econômica. No caso do Brasil, a boa notícia é que temos como uma das suas principais vantagens comparativas em relação a uma grande maioria dos países o fato de sermos uma potência energética com uma grande diversidade de energias limpas e, no caso das eólicas, tem ainda o fato de que o Brasil possui um dos melhores ventos do mundo, o que significa energia muito competitiva”, explica Elbia.