Muitas vezes os investidores nem sabem que estão aplicando seu dinheiro em ouro da Amazônia, cuja extração provoca a morte de pessoas, desmatamento e rios contaminados por mercúrio. Capitaneada pelo Instituto Escolhas, uma campanha alerta para a necessidade de os investidores entrarem em contato com seus bancos para saberem a procedência das suas aplicações.
“O Escolhas lançou essa campanha para chamar a atenção dos bancos e dos investidores já que o ouro de seus portfólios pode estar manchado com a destruição da Amazônia. Sem um compromisso do setor financeiro com um sistema que mostre de onde vem o ouro, não há como garantir que ele está isento da destruição, que impacta tantas vidas e a floresta”, afirma Larissa Rodrigues, gerente de Projetos e Produtos do Instituto Escolhas.
Campanha #ourodaAmazônia?tôfora
A instituição defende, ainda, uma proposta de regulação a ser apresentada ao Banco Central, que prevê a adoção de uma matriz de riscos socioambientais pelos bancos. O documento, em estudo desde junho do ano passado, já responde à agenda lançada pela autoridade monetária BC# Sustentabilidade, em especial após pressão de investidores internacionais.
“O setor financeiro também precisa contribuir com o meio ambiente e só fará isso quando adotar critérios ambientais objetivos na hora de dar financiamentos para grandes obras no país. Caso contrário, acabaremos com mais usinas como Belo Monte e desastres como Mariana e Brumadinho”, acrescenta Larissa.
Para receber comentários e contribuições sobre a proposta que torna obrigatória a aplicação de uma matriz de risco ambiental para avaliar a concessão de financiamentos para projetos de infraestrutura, a consulta pública está aberta até 10 de março de 2020. Segundo o Instituto Escolhas, na Europa, existe uma regulação obrigatória que classifica as operações financeiras que podem ser consideradas “verdes”.
A Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (equivalente à Comissão de Valores Mobiliários, no Brasil) também já propôs uma regulação para controlar as agências de ratings para práticas ESG (práticas ambientais, sociais e de governança). O Reino Unido exige que os bancos revelem seu risco climático seguindo o padrão do TCFD (Task Force on Climate-related Financial Disclosures). Já a França possui um Comitê de Monitoramento dos compromissos ambientais dos bancos e de seus resultados práticos.
Conforme o instituto, no Brasil, o Banco Central ainda não criou regras obrigatórias para que os Bancos adotem critérios e métricas ambientais na avaliação dos seus financiamentos. “Falta o estabelecimento das exigências mínimas que cada banco deve seguir para evitar a concessão de financiamentos que causem graves prejuízos ambientais, afetando a imagem do país no exterior e prejudicando a atração de investimentos.”
Os bancos Itau, Santander e Bradesco lançaram, em julho de 2020, um plano para promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Mas, para além do compromisso, não informaram se possuem critérios para deixar de financiar projetos que não estejam alinhados com a proteção da floresta e sua biodiversidade.
O Banco Central apresentou em setembro do ano passado a agenda BC#Sustentabilidade, sem a definição das exigências que fará aos bancos para que se comprometam efetivamente com a proteção ambiental.
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