Em uma área devastada pelas queimadas no Pantanal, ativistas do Greenpeace Brasil ergueram uma estátua de quatro metros de “Bolsonero” e escreveram a mensagem “Pátria queimada, Brasil” com letras gigantes para protestar contra o desmonte sistemático da política ambiental brasileira do atual governo, que resultou em uma das piores crises ambientais da história do país.
“Com essas ações queremos não apenas chamar a atenção para a destruição sem precedentes do patrimônio ambiental dos brasileiros, como também apontar as causas e seus responsáveis. O Brasil está, literalmente, em chamas, graças à política incendiária do atual governo que, em vez de apresentar ações coordenadas e efetivas de proteção ao meio ambiente e à vida das pessoas, segue tocando a melodia desvairada do seu projeto de destruição, queimando a biodiversidade brasileira e fragilizando a já combalida economia do país”, afirma Tica Minami, diretora de programas do Greenpeace Brasil.
Desde o primeiro dia de mandato, o governo Bolsonaro colocou em ação seu único plano concreto, o de promover o desmonte sistemático das estruturas e políticas públicas de proteção ambiental. Como resultado, ele queima uma marca extremamente valiosa chamada Brasil. Investidores, empresários, banqueiros, chefes de Estado e entidades nacionais e estrangeiras já advertiram que não querem estar associados a prática de crimes ambientais e devem retirar investimentos do país, num momento em que o Brasil passa por uma crise econômica profunda.
Somente em setembro, houve um aumento de 180,7% dos focos de calor no Pantanal e 60,6% na Amazônia, quando comparados ao mesmo período do ano passado. E isso não é um fato isolado – comparando com a série histórica desde 1998 para setembro, as queimadas foram as mais severas para o Pantanal e o segundo pior ano para Amazônia desde 2010. Os dados deste ano mostram que entre janeiro e os primeiros 7 dias de outubro, houve um aumento de 18% no número de focos de calor registrados na Amazônia e 215% nos focos registrados no Pantanal, em relação ao mesmo período em 2019.
“Quem ama o Brasil, cuida. É por amor ao país que ONGs, indígenas, voluntários, banqueiros e empresários estão se organizando para proteger o maior patrimônio dos brasileiros: nossas riquezas naturais. Em vez de negar as evidências, usar dados falsos para confundir a população e ignorar sua responsabilidade, o governo federal deve reverter imediatamente o desmonte da política de proteção ambiental do país, fortalecendo os órgãos de fiscalização e controle, fazendo bom uso do orçamento para fiscalização em campo, valorizando a ciência e dando transparência aos dados para combater o desmatamento e os crimes ambientais”, finaliza Minami.
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