Setembro registrou um aumento nos focos de calor de 180,7% no Pantanal e 60,6% para a Amazônia, em relação ao mesmo período no ano anterior. E isso ainda não é um fator isolado – comparando com a série histórica desde 1998 para setembro, as queimadas foram as mais severas para o Pantanal e o segundo pior ano para Amazônia desde 2010. Mesmo faltando três meses para fechar o ano, o Pantanal já registra um total de 18.259 focos de incêndio. No acumulado, 2020 foi o pior ano para o bioma desde o início das medições, em 1998.
“O Brasil está em chamas. Da Amazônia ao Pantanal, o patrimônio ambiental de todos os brasileiros está se transformando em cinzas. A gravidade da situação é, sobretudo, reflexo da política antiambiental do governo Bolsonaro que, apesar da previsão de um período mais seco no Pantanal, não empregou esforços para prevenir os incêndios. Além disso, tem estimulado deliberadamente a impunidade e o crime ambiental, a partir do enfraquecimento da capacidade de fiscalização dos órgãos competentes como Ibama e ICMBio. Essa política desastrosa coloca em xeque o futuro ambiental e econômico do país”, afirma Cristiane Mazzetti, da campanha de Amazônia e gestora ambiental do Greenpeace Brasil.
Na Amazônia, grande parte das queimadas e incêndios florestais estão relacionados ao processo do desmatamento. No Pantanal, apesar da pior seca das últimas décadas facilitar a expansão do fogo, investigações têm apontado para origem criminosa dos incêndios em poucas fazendas. Ou seja, mesmo com a proibição de queimadas imposta pela moratória do fogo desde 16 de julho, o instrumento legal se mostrou completamente fracassado para deter o desastre ambiental.
“Falar hoje de meio ambiente é falar não só da importância disso para nosso futuro, mas também de como já está afetando o nosso presente. De um lado, a crise ambiental que estamos vivendo agrava a emergência climática e pode intensificar a perda de biodiversidade. De outro, o aumento das queimadas, incêndios e desmatamento tem colocado o Brasil em maus lençóis com investidores e importantes relações comerciais, já que a cada dia está mais difícil garantir que os produtos brasileiros não estejam relacionados à destruição ambiental”, ressalta Cristiane.
Na Cúpula da ONU de Biodiversidade ontem (30), Macron reforçou novamente que não assinaria o Acordo entre UE-Mercosul devido ao desmatamento na Amazônia, ao passo que Reino Unido e a União Europeia discutem legislações para controlar a entrada de commodities com risco de desmatamento nos países. Ainda essa semana, uma grande rede de supermercados de Hong Kong (ParknShop) anunciou que não comprará mais carne bovina da empresa JBS em decorrência do seu envolvimento com desmatamento na cadeia.
Enquanto isso, em seu discurso no evento, Bolsonaro fez, mais uma vez falas equivocadas. “Ao invés de assumir a gravidade da crise ambiental no Brasil e direcionar esforços contundentes para resolver o problema, Bolsonaro se esquiva da sua responsabilidade nesta crise dizendo que as narrativas e os dados que indicam a destruição seriam falsos, além de atacar mais uma vez as ONGs. Os satélites, porém, não o deixam mentir e estampam nos números de focos de calor os efeitos dessa política desastrosa e do seu descaso com o meio ambiente”, completa Cristiane.
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