Mourão desmente Salles e diz que operações de combate à devastação continuam

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POR INGRID SOARES

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou na noite, desta sexta-feira (28/08), que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, se precipitou ao divulgar, juntamente com a equipe, a nota na qual informou a suspensão das operações de combate às catástrofes ambientais na Amazônia e no Pantanal a partir de segunda-feira. Salles atribuiu à Secretaria de Governo e à Casa Civil o bloqueio da verba para a área. Mourão disse que as operações continuarão e justificou que o governo está tentando buscar recursos nos ministérios para arcar com o custo do auxílio emergencial.

“O ministro se precipitou. Precipitação do ministro Ricardo Salles. O que é que está acontecendo? O governo está buscando recursos para poder pagar o auxílio emergencial, é isso que eu estou chegando à conclusão. Então, está tirando recursos de todos os ministérios. Cada um oferece o que pode. O ministro teve uma precipitação. Não vai ser isso que vai acontecer. Não serão bloqueados os R$ 60 milhões do Ibama e do ICMBio, que são exatamente do combate ao desmatamento e a queimada ligada à área do ministério”, relatou.

O general contou, ainda, que telefonou para Salles para discutir sobre o assunto. “Avisei, mas ele é ministro do presidente Bolsonaro. Qualquer medida em relação a ele, é do presidente Bolsonaro, não é minha. Foi precipitado. Vamos esperar que ele reflita e chegue à conclusão que não foi a melhor linha de ação a que ele tomou. Criou um caso que não era para ser criado. Ele tem que entender que não agiu da melhor forma”, declarou.

Continuidade

Mourão reforçou que as operações na Amazônia continuam. “A operação não está parada. O que o ministro viu foi uma planilha de planejamento que é da SOF (Secretaria de Orçamento Federal). No Siafi, que é o sistema onde você realmente bloqueia o recurso, está em aberto, não está bloqueado. Então é precipitação”, apontou.

Questionado se a nota soava como um pedido de demissão por parte de Salles ao expor os nomes de integrantes do governo, Mourão se limitou a dizer que a nota repercutiu de forma negativa. “Não vou levar para esse lado. Não compete a mim. O que estou colocando é que foi divulgada uma nota que repercutiu de forma negativa, principalmente, em um momento que a gente sabe que tem que combater essas ilegalidades.”

Por fim, Mourão explicou que o principal recurso da Operação Verde Brasil vem do Ministério da Defesa. “Esse recurso é para que os agentes do Ibama e ICMBio estejam em campo, pagam os brigadistas de combate às queimadas e isso não vai ser retirado. O governo está buscando fazer remanejamento, está tirando dinheiro da Defesa, de outros lugares”, concluiu.

Procurada pela reportagem do Correio, a Casa Civil, a Secretaria de Governo, o Ministério do Meio Ambiente e a SOF do Ministério da Economia não se posicionaram até esta publicação.

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