Distrito Federal tem deficit de R$ 300 milhões por ano com aterro sanitário

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O Sistema de Limpeza Urbana do Distrito Federal gasta quase R$ 500 milhões por ano para manter a estrutura necessária como prédios, colaboradores e serviços contratados com aterro sanitário e arrecada menos de R$ 200 milhões com taxas de limpeza pública. Deficit anual é de R$ 300 milhões, segundo o vice-presidente do Instituto Lixo Zero, Kadmo Côrtes, que participou, nesta quinta-feira (30/7), do Arena de Ideias, webinar, promovido pela In Press Oficina, que debateu o tema Sustentabilidade ambiental: obstáculo ou aliada da recuperação econômica?.

Na videoconferência, Côrtes destacou que o deficit anual poderia estar na economia gerando emprego e renda. “Não defendo apenas os gastos em novas tecnologias, mas sim uma mudança nos processos de todos os envolvidos no encaminhamento dos resíduos sólidos. Segregar na origem e dar encaminhamento adequado vai gerar novos tributos e desonerar estado para aplicar melhor recursos, como na construção de escolas e hospitais”, explicou.

Mudança de hábitos

Especialistas defendem ações de sustentabilidade em webinar

A adoção de novas ações de sustentabilidade e mudança de hábitos simples podem representar impactos econômicos e sociais positivos foi uma das conclusões do webinar, que também contou com a participação do chefe do Departamento do Meio Ambiente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Nabil Kadri; de Maurício Gomes, diretor da Novo Rio Ambiental; de Monalisa Maia, gerente de Marketing do JK Shopping; e de Miriam Moura, diretora de Treinamentos e Conteúdo da In Press Oficina.

Kadri lembrou que o BNDES é pioneiro em ações voltadas para sustentabilidade ambiental e disponibiliza ao mercado diferentes produtos e linhas de créditos para empresas e instituições investiram em ações voltadas para sustentabilidade com interesse em melhorar as condições de seu sistema de gestão socio ambiental. Os produtos voltados para ações como eficiência energética, tratamento de resíduos e meio ambiente tem as melhores condições de financiamento no banco.

De acordo com ele, essa visão do banco reflete nas condições de financiamento oferecidas e, ao mesmo tempo, trouxe resultado operacional significativo para a instituição. “No fim, esse trabalho desenvolvido ao longo do tempo é motivo de orgulho, pois fez do BNDES o maior financiador de energia renovável do mundo, com mais de US$ 30 bilhões, em 2019, em financiamento a energias renováveis, à frente de qualquer outra instituição financeira”, afirmou.

Horta social

O webinar trouxe também exemplos práticos de grandes empresas que desenharam projetos ou ações voltadas para a sustentabilidade ambiental com resultados positivos. É o caso do Shopping JK, no entorno de Brasília, com o projeto Nossa Horta, que ocupa cerca de 200 metros quadrados do estabelecimento comercial e visa ajudar a sociedade com a distribuição de hortaliças e aulas práticas com estudantes da região e, mais do que isso, pretende inspirar mais práticas sustentáveis.

A gerente de Marketing do Shopping, Monalisa Maia, disse que o objetivo é incentivar a criação de novas hortas comunitárias, estreitar laços e restabelecer a comunicação com a comunidade sobre as questões ambientais “Mesmo o shopping sendo considerado um templo de consumo, aprendemos como empreendimento e temos sim uma grande preocupação ambiental e podemos contribuir para a sociedade com educação, diálogo e informação”, explicou.

Maurício Gomes, diretor da Novo Rio Ambiental, destacou a necessidade de uma conscientização ainda maior de toda a sociedade sobre as questões ambientais e ações de sustentabilidade, além da divisão de responsabilidades. “Por que é tão difícil as pessoas fazerem a coleta seletiva do lixo? A população costuma transferir toda a responsabilidade para o estado. É preciso sensibilizar as pessoas do que precisa ser feito sem que isso seja visto como um grande sacrifício. É preciso prestar atenção ao que se consome. Sem essa preocupação, não teremos sustentabilidade”, ponderou.

Já Miriam Moura, diretora de Treinamentos e Conteúdo da In Press Oficina, trouxe a visão da comunicação para o debate com a importância do papel do líder nas instituições frente aos desafios relacionados à sustentabilidade que, segundo ela, envolve aspectos ambientais, sociais e de governança. “O papel do líder é, cada vez mais, atuar como mentor e estar atento para captar as mudanças e se reinventar com a rapidez necessária”, analisou.

Para ela, a sustentabilidade é o novo caminho e representa muito mais que uma tendência. “A pandemia veio para acelerar as tendências em todas as áreas e, principalmente, esse novo normal que é ser sustentável. Ou seja, cuidar um dos outros, da economia, da saúde e do meio ambiente. As ações ambientais positivas de empresas e instituições são exemplos de inclusão social e do aprendizado que essa crise trouxe para se viver melhor e de maneira mais sustentável”, concluiu.

simonekafruni

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