A Frente Parlamentar Ambientalista vai aproveitar a data emblemática de 5 de junho, quando é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente, para pedir afastamento do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por improbidade administrativa e crime de responsabilidade à frente da pasta. O pedido será protocolado amanhã na sede do Ministério Público Federal (MPF), na Procuradoria-Geral República (PGR).
O deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), coordenador da frente, explicou que, além do bloco ambientalista, lideranças de vários partidos vão assinar o pedido de afastamento. “Salles não pode estar à frente do MMA por uma série de ações. Ele promoveu um grande desmonte da estrutura ambiental, adotou uma sucessão de medidas para facilitar o desmatamento, o garimpo ilegal e exploração de minério em áreas públicas. Desativou conselhos, perdeu fundos”, enumerou.
O parlamentar disse que o volume de recursos que deixou de ser investido chega a R$ 5 bilhões. “Não se investe mais para incentivar outro tipo de economia na Amazônia, nem na recuperação dos rios Parnaíba e São Francisco. Perdemos os fundos da Amazônia, do clima e das multas”, alertou. “Infelizmente, não vamos plantar árvores no Dia Mundial do Meio Ambiente, mas não dá para aceitar um ministro que não defende a preservação”, lamentou.
Entre as medidas criticadas pela frente parlamentar está desmonte da estrutura de fiscalização do desmatamento no país. “O governo mandou uma operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para a Amazônia, que, até agora gastou R$ 60 milhões, sem qualquer efetividade. O valor é quase o orçamento anual do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que é de R$ 72 milhões”, comparou.
Segundo o Ministério da Defesa, no ano passado, operação semelhante de GLO na Amazônia, que durou de 24 de agosto a 24 de outubro, teve um custo de R$ 124,5 milhões. Quase o dobro dos recursos anuais do Ibama. Além disso, não houve uma multa sequer emitida desde outubro do ano passado, sob um decreto do presidente Jair Bolsonaro.
Não à toa, o país vive desmatamento recorde tanto na Amazônia quanto em outro biomas. Dados do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que, de janeiro a abril deste ano, os alertas de desmatamento já chegaram a 1.202 km² de florestas, área 55% superior à do mesmo período do ano passado (773 km²). O mesmo levantamento apurou uma alta de 94% desde agosto de 2019.
Mas a devastação não se limita à Amazônia. Após dois períodos consecutivos de queda, aumentou o desmatamento na Mata Atlântica. Foram desflorestados entre 2018-2019 um total de 14.502 hectares, crescimento de 27,2% comparado com o período anterior (2017-2018), quando foi de 11.399 hectares, conforme a Fundação SOS Mata Atlântica.
Resta saber se adianta pedir o afastamento do ministro Ricardo Salles, quando a política ambiental do atual governo, de desrespeito total ao Meio Ambiente, é imposta pelo próprio presidente da República, Jair Bolsonaro.
As mudanças climáticas podem extinguir espécies de plantas e animais nos lugares mais biodiversos do…
O vidro pode ser totalmente reaproveitado no ciclo produtivo, porém é necessário melhorar sua coleta…
A Bio Mundo lança uma coleção de potes de vidro retornáveis, que visam reduzir o…
Dados de fevereiro de 2021 da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) mostram que o…
Consulta pública pretende colher subsídios para uma proposta de regulação, a ser apresentada ao Banco…
Criado em 2014, o INMA incorporou o Museu de Biologia Prof. Mello Leitão, um dos…