A poluição do ar continua a representar uma das maiores ameaças à saúde humana, com 90% da população mundial respirando ar abaixo de níveis seguros. Os últimos dados compilados pela IQAir, publicados no Relatório Mundial da Qualidade do Ar de 2019 e no ranking das cidades mais poluídas, , divulgados nesta quarta-feira (26/2), na Suíça, revelam a mudança do estado da poluição por material particulado (PM2,5) em todo o mundo durante 2019.
O novo conjunto de dados destaca os níveis elevados de poluição do ar como um resultado de eventos da crise climática, como tempestades de areia e incêndios florestais, e ganhos de poluição pela rápida urbanização das cidades em regiões como o Sudeste Asiático. Embora algumas conquistas tenham sido feitas na infraestrutura de monitoramento da qualidade do ar em todo o mundo, ainda existem grandes lacunas no acesso aos dados em todo o mundo.
Para Frank Hammes, CEO da IQAir, enquanto o novo coronavírus está dominando as manchetes internacionais, “um assassino silencioso está contribuindo para quase 7 milhões de mortes a mais por ano: a poluição do ar”. Por meio da compilação e visualização de dados de milhares de estações de monitoramento da qualidade do ar, o Relatório Mundial da Qualidade do Ar de 2019 dá novo contexto à principal ameaça à saúde ambiental do mundo.
Os dados de qualidade do ar de 2019 mostram indicações claras de que as mudanças climáticas podem aumentar diretamente o risco de exposição à poluição do ar, através do aumento da frequência e intensidade de incêndios florestais e tempestades de areia. Da mesma forma, em muitas regiões, a causa da poluição ambiental por PM2,5 e os gases do efeito estufa que causam mudanças climáticas estão ligados, a saber, a queima de combustíveis fósseis, como o carvão. É necessária uma ação urgente para combater essas fontes de emissão, proteger a saúde pública e os ecossistemas.
“Enquanto o monitoramento da qualidade do ar está aumentando, a falta de dados sobre a qualidade do ar em grandes partes do mundo apresenta um problema sério, pois o que não é medido não pode ser gerenciado. Estima-se que as áreas que não possuem informações sobre a qualidade do ar tenham uma das poluições atmosféricas mais graves do mundo, colocando em risco populações enormes. Atualmente, a África, um continente de 1,3 bilhão de pessoas, possui menos de 100 estações de monitoramento que disponibilizam os dados do PM2,5 ao público em tempo real. Mais dados da qualidade do ar em tempo real levam os cidadãos e os governos a tomar melhores decisões que melhorarão a vida de milhões nas próximas décadas”, acrescentou Hammes.
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