Após a polêmica sobre dados do desmatamento na Amazônia, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, será exonerado do cargo. Ele se reuniu na manhã desta sexta-feira (2/7) como o ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes. O diretor e o órgão foram alvos de críticas do presidente Jair Bolsonaro, que considerou “mentirosos” os dados apurados pelo Inpe e disse que Galvão estava “a serviço de alguma ONG”.
Bolsonaro não gostou da constatação do Inpe, de que o desmatamento na Amazônia disparou 88% em junho de 2019 em relação ao mesmo mês do ano passado. Segundo o Inpe, a devastação na Amazônia Legal brasileira atingiu 920,4 km² em junho de 2019, ante 488,4 km² em junho de 2018. As primeiras críticas do presidente foram feitas durante um café da manhã com jornalistas estrangeiros. Desde então, Bolsonaro vinha prometendo uma “surpresa” em relação ao Inpe.
Na quinta-feira (1º/8), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, convocou uma coletiva de imprensa para contestar os dados do Inpe e afirmou: “Não queremos esconder a realidade. O desmatamento vem aumentando por diversas razões, mas é preciso fazer a real análise dos números.” A justificativa do governo, que questionou o índice de 88%, mas não apresentou nenhum outro dado, foi que a fórmula adotada pelo Inpe “não é a mais adequada”.
Na mesma coletiva, Bolsonaro afirmou, sobre Galvão: “se quebrar confiança vai ser demitido sumariamente”. “Não tem desculpa para, quem quer se seja, divulgar um dado com esse peso de importância para o nosso Brasil. A perda da confiança é uma pena capital. Agora, teremos muita responsabilidade em realmente identificar se houve ou não má fé por parte dessa pessoa”, disse o presidente.
Menos de 24 horas depois, Galvão, que tinha um mandato de quatro anos, deixou a reunião com o ministro Pontes afirmando que será exonerado. O regimento prevê que o ministro pode substituí-lo “em uma situação de perda de confiança”.
Após as primeiras críticas de Bolsonaro, o diretor do Inpe rebateu: “Ao fazer acusações sobre os dados do Inpe, na verdade ele faz em duas partes. Na primeira, me acusa de estar a serviço de uma ONG internacional. Ele já disse que os dados do Inpe não estavam corretos segundo a avaliação dele, como se ele tivesse qualidade ou qualificação de fazer análise de dados.”
Ao deixar a reunião com o ministro Pontes, nesta sexta-feira, Galvão disse que o Inpe será preservado. “O meu discurso em relação ao presidente causou constrangimento, no entanto, eu tinha preocupação que isso fosse respingar no Inpe. Isso não vai acontecer”, disse.
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