GuedesCCJ Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Servidores podem espernear, mas não terão reajuste em 2020, diz governo

Publicado em Economia

A equipe econômica está disposta a comprar todas as brigas possíveis com os servidores públicos. Técnicos que administram o Orçamento da União afirmam que os servidores podem espernear, mas não terão reajustes em 2020.

 

Segundo os mesmos técnicos, também serão contidas todas as progressões de carreiras. Ou seja, aqueles que estão esperando alguma promoção devem colocar as barbas de molho. Não há dinheiro para isso.

 

A determinação da política econômica é a seguinte: qualquer dinheiro extra que entrar no caixa será para bancar despesas básicas da máquina. O governo não quer ficar com a faca no pescoço, diante da possibilidade de suspender serviços à população.

 

Para evitar a paralisia, o governo conta com os R$ 6,1 bilhões do fim da multa adicional de 10% do FGTS, que o governo proporá ao Congresso. Essa multa adicional entra no Orçamento como despesa, o dinheiro entra nos cofres do Tesouro, mas é repassado à Caixa Econômica Federal.

 

O governo também está contando com um aumento das receitas com impostos, já que a atividade mostra sinais leves, mas consistentes, de recuperação.

 

Briga boa

 

Na avaliação do ministro da Economia, Paulo Guedes, não há mais como atender a pedidos de reajustes de servidores, que já tiveram aumentos expressivos nos últimos quatro anos. Agora, acredita o ministro, o funcionalismo deve se conscientizar sobre o momento crítico das finanças do país.

 

Com as novas previsões de receitas e os rearranjos no Orçamento, o Ministério da Economia pretende elevar os gastos com a máquina pública de R$ 89,2 bilhões, como previsto na proposta de Orçamento de 2020, para algo como R$ 100 bilhões.

 

Guedes, por sinal, quer a todo custo fazer a reforma administrativa, que resultará em perdas de muitos benefícios pelos servidores. Essa briga, porém, será pesada, uma vez que o funcionalismo federal já se organizou no Congresso e tem uma frente de pelo menos 235 parlamentares.

 

Brasília, 07h09min