Serra e Lindbergh se unem para fustigar Meirelles

Publicado em Economia

O senador José Serra (PSDB-SP) se uniu ao senador Lindbergh Farias (PT-RJ) para fustigar o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de quem o tucano é inimigo declarado. Serra pediu e o petista, presidente da comissão mista que analisa a MP 777, que acaba com a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e cria a Taxa de Longo Prazo (TLP), encerrou a reunião que votaria, nesta terça-feira, 22, o parecer de Betinho Gomes (PSDB-PE). Se aprovada, a TLP passará a corrigir os empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Houve muito bate-boca na sessão.

 

Para Serra, a criação da TLP é inconstitucional e vai aumentar o custo para o Tesouro Nacional, que equaliza as taxas de juros juros, sobretudo do crédito rural. Para o senador tucano, sequer há previsão orçamentária para isso. Ao ouvir os argumentos do colega, Lindbergh determinou que o relator da MP 777 apresente o impacto financeiro da TLP na próxima reunião da comissão.

 

Tucano e petista verbalizam muito o pensamento do empresariado, que teme o encarecimento dos empréstimos do BNDES e do crédito rural, já que a TLP seguirá a variação das Notas do Tesouro Nacional série (NTN-B), muito suscetíveis aos humores do mercado. O governo, porém, rebate. E alega que, com a TLP, todos os financiamentos concedidos pelos bancos públicos ganharão mais transparência e será possível medir o real custo dos subsídios dados pelo Tesouro.

 

Em reuniões internas, o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, diz que a aprovação da TLP é questão de honra e que o governo fará o necessário para convencer o Congresso a aprovar a MP 777, cujo prazo de validade expira em 6 de setembro. “Não vamos desistir”, ressalta. Ele promete liberar, em breve, um estudo no qual contabiliza todos os subsídios dados pelo governo em empréstimos, especialmente por meio do BNDES.

 

Serra e Lindbergh, por sinal, contam com o total apoio do presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, para detonar a TLP. O executivo está trabalhando pesado para derrotar a proposta da equipe econômica, da qual faz parte. Rabello de Castro se tornou persona non grata no gabinete de Meirelles.