ROSANA HESSEL
A alta de 0,4% no resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2019 surpreendeu mercado, porque aconteceu sobre uma base baixa, de retração de 0,2%, nos primeiros três meses do ano. Mas, para o secretário de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, o dado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (29/08) veio dentro das expectativas da equipe econômica.
“O dado do PIB foi muito positivo e estava dentro do esperado pelo governo, Estávamos prevendo exatamente 0,4% na comparação trimestral”, afirmou Sachsida ao Blog. A mediana dos analistas estava em 0,2% de alta e, os mais pessimistas, acreditavam que o país tinha o risco de entrar em recessão técnica (quando há dois trimestres consecutivos de queda).
O economista reconheceu, entretanto, que existe um efeito estatístico sobre as bases baixas, tanto na margem (trimestre contra trimestre anterior) e quanto em relação ao mesmo período de 2019, que apresentou alta de 1%. “O efeito estatístico e tem a ver com a greve dos caminhoneiros na comparação anual é a greve anual. E mesmo assim estavam estimado 0,2%. “Foi uma surpresa positiva. A base era pequena e nao muda o fato que o cenário está mais favorável. Isso só confirma o fato de que e estratégia adotada pelo governo de buscar o crescimento com responsabilidade fiscal está sendo correta”, afirmou o chefe da SPE. Ele lembrou o consumo do governo encolheu 1%, entre abril e junho deste ano em comparação com o trimestre imediatamente anterior.
Pelas contas do secretário, esse resultado do semestre garante uma alta de 0,6% no PIB de 2019 se não houver crescimento da economia na segunda metade do ano. “O carry over (efeito carregamento estatístico) ficou positivo em 0,6% para este ano”, explicou. Contudo, reconheceu que o cenário econômico “continua desafiador”.
“O ajuste fiscal em curso, a baixa produtividade da economia brasileira e a incerteza da conjuntura internacional sugerem ainda um longo caminho a percorrer. Mas não deixa de ser importante frisar que, a despeito dos desafios, a conjuntura brasileira hoje mostra-se mais favorável do que era há alguns meses atrás”, destacou Sachsida. A atual previsão do governo para o PIB de 2019 é de alta de 0,8%, abaixo da taxa de 1,1% registrada no ano passado.