Reforma pode levar Bolsa aos 100 mil pontos até o fim de janeiro

Publicado em Economia

HAMILTON FERRARI

Os especialistas estão fazendo a conta e, a depender do projeto de reforma da Previdência Social, que o governo apresentar quando o presidente Jair Bolsonaro retornar de sua viagem a Davos, na Suíça, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) poderá cravar os 100 mil pontos. A expectativa é de que isso ocorra até o fim do mês. A Bolsa precisa subir mais 4,9% ante o fechamento desta quinta-feira (17/01), de 95.351 pontos.

 

Segundo o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, a equipe econômica deverá finalizar a proposta de reforma ainda antes de Bolsonaro embarcar para a Davos. Durante a viagem, ele analisará todas as alternativas apresentadas e, se tudo correr nos conformes, na sexta-feira, 25 de janeiro, logo depois de pousar no país, ele tornará público o projeto que será encaminhado ao Congresso no início de fevereiro.

 

Os investidores estão confiantes de que a reforma elaborada por Paulo Guedes, ministro da Economia, será dura o suficiente para conter a escalada do deficit público. Os donos do dinheiro também acreditam que  Guedes conseguirá convencer Bolsonaro a incluir os militares nas mudanças do sistema de aposentadorias e pensões.

 

Rombo crescente

 

Dados do governo indicam que o rombo da Previdência em 2018 ficou em R$ 292,2 bilhões e passará tranquilamente dos R$ 300 bilhões em 2019. Esse deficit inclui o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o regime próprio dos servidores públicos. Nos estados, o buraco ultrapassou os R$ 93 bilhões em 2018.

 

O general Mourão reconhece que não é mais possível o país conviver com esse rombo crescente na Previdência, que está minando a capacidade de investimentos do país. Para ele, enquanto não for solucionado o deficit da Previdência, o tripé econômico que dá sustentação ao país está frágil, por causa do desequilíbrio fiscal.

 

Se a questão fiscal for resolvida, o governo vê o país com capacidade para crescer 3,5% já em 2019 e acima disso nos anos seguintes. Se a reforma da Previdência não for aprovada, no entanto, o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) ficará abaixo de 2% ao ano, insuficiente para resolver os problemas do desemprego e da pobreza.

 

Brasília, 19h19min