20190619162923998146o Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

Privatização do Banco do Brasil será inevitável, diz presidente da instituição

Publicado em Economia

O clima esquentou no Banco do Brasil antes do fim do expediente desta sexta-feira, 25 de outubro. Os funcionários foram surpreendidos pela declaração do presidente da instituição, Rubem Novaes, de que a privatização do banco será inevitável.

 

Mesmo diante do ímpeto privatista do ministro da Economia, Paulo Guedes, a venda do controle do BB ao setor privado é vista como um tabu. O presidente da República, Jair Bolsonaro, se recusa a falar sobre o assunto. Os militares que estão no governo, também.

 

Segundo Novaes, diante da enorme revolução tecnológica que está se vendo no setor bancário — estimulada pelo Banco Central, que regulamentou as fintechs e vai incentivar o open banking, permitindo o compartilhamento de informações de clientes entre todos os atores do mercado —, não haverá espaço para bancos com as amarras impostas pela máquina estatal.

 

Diz o presidente do BB: “Do jeito que a modernização do sistema bancário se acelera, nesse mundo de inovações constantes, é óbvio que uma instituição publica não vai ter a mesma velocidade de adaptação”.

 

Ele reconhece, que, “por enquanto, o banco ainda é extremamente eficiente e vai permanecer eficiente por algum tempo, mas, em algum momento, a perspectiva da privatização vai ter que ser enfrentada”. Essa visão, frisa ele, é pessoal.

 

Preparação

 

Funcionários do Banco do Brasil admitem que a instituição já vem sendo preparada para ser privatizada. Tanto que o governo está vendendo todas as ações que excedem o controle acionário. Também estão sendo ofertadas participações que o banco tem em outras empresas.

 

Novaes reforça esse movimento. Ele afirma que o Banco do Brasil está buscando um parceiro para a BB DTVM a fim de reduzir a participação que tem na instituição. Isso já ocorreu no banco de investimentos. Em setembro último, o BB e o suíço UBS assinaram um memorando de entendimento para uma parceria.

 

Entre os funcionários do BB, a perspectiva é de que, mesmo com toda a resistência de Bolsonaro, o controle do Banco do Brasil poderá ser vendido até o fim deste governo. Eles frisam que tudo está caminhando nessa direção. É esperar para ver.

 

Brasília, 18h23min