Pezão é chamado de “ladrão” e “safado” na porta de ministério

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

 

O governo do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, passou por momentos constrangedores quando chegava ao Ministério da Fazenda na tarde desta terça-feira, 13.

 

Um motorista que passava em frente ao ministério gritou “Pezão ladrão, safado, sua hora vai chegar”. O que era para ser uma chegada discreta se transformou em um grande burburinho.

 

Pezão ameaçou reagir, mas acabou se calando para não alimentar ainda mais o constrangimento, já que ele passou a ser o alvo central de todos que passavam, naquele momento, pela Fazenda.

 

O governador do Rio tinha um encontro marcado com a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, com a qual tratou sobre a adesão do estado ao regime de recuperação fiscal.

 

Quebrado, o Rio precisa, urgentemente, assinar o acordo com a União para receber um socorro do Tesouro Nacional. Mas há problemas, pois a adesão do regime de recuperação fiscal depende da aprovação, pela Assembleia Legislativa do Rio, de um limite para o teto de gastos.

 

Reformas

 

Pezão permaneceu em Brasília. Na noite desta terça-feira, ela participará de um jantar com o presidente Michel Temer, que busca apoio dos governadores para se manter no cargo e aprovar reformas importantes no Congresso, como a trabalhista e a da Previdência Social.

 

No cardápio do jantar com Temer está a renegociação das dívidas dos estados e linhas de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De início, houve resistência de vários governadores.

 

O Palácio do Planalto está disposto a fazer várias concessões aos estados. Em troca, os governadores ajudaram a movimentar as bases do Congresso para dar as vitórias que Temer precisa para mostrar força política.

 

A equipe econômica, porém, está preocupada com a disposição do Planalto de abrir os cofres em troca de apoio. As contas públicas continuam em situação calamitosa. Há o risco, inclusive, de o deficit fiscal deste ano ser maior do que os R$ 139 bilhões definidos como teto.

 

Brasília, 16h45min