Para banqueiro, governo deve priorizar a aprovação da PEC dos gastos

Publicado em Economia

Em conversa com o Blog, um dos principais banqueiros do país diz que o governo deve dar toda prioridade para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o aumento de gastos a inflação do ano anterior a fim de consolidar a retomada da confiança na economia.

 

Para ele, o Palácio do Planalto não deveria contaminar o debate sobre a PEC com a reforma da Previdência. “É questão de prioridade. Começa-se com a PEC e, depois, parte-se para a reforma Previdência, que envolverá muita polêmica”, afirma.

 

Na visão do banqueiro, ainda não há motivo para comemoração em ralação à gestão de Michel Temer. “Estou moderadamente otimista. Só ficarei mais confiante se a PEC for aprovada sem nenhuma mexida pelo Congresso. Só assim será possível fazer um ajuste fiscal consistente”, assinala.

 

Ele ressalta ainda que o crescimento da economia se dará de forma mais lenta que o desejado, e que isso pode frustrar o governo, que deseja um aumento da popularidade. “Não veremos o que ocorreu em 1994, quando os ganhos com o controle da inflação foram quase imediatos. Agora, a sensação de bem-estar vai demorar mais a aparecer, porque o desemprego continuará alto até 2018 e a renda permanecerá achatada”, frisa.

 

Para o banqueiro, o Banco Central só se sentirá confortável para cortar a taxa básica de juros (Selic) se a PEC dos gastos estiver aprovada, em dois turnos, na Câmara dos Deputados, o que deve ocorrer até o fim de outubro. Portanto, no entender dele, o mais provável é que a Selic, mantida esta semana em 14,25% ao ano, só deve cair a partir de novembro. “É o mais provável e o que pode dar maior segurança ao BC”, frisa.

 

Bradília, 16h10min