RODOLFO COSTA
A Organização das Nações Unidas (ONU) e sustentabilidade não são exatamente os eixos do governo Bolsonaro. Classificada como uma entidade globalista pela ala ideológica do governo, a atual gestão do Executivo não morre de amores pelas pautas defendidas. Mas essa não tem sido uma preocupação da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), empresa ligada ao Itamaraty.
O diretor-presidente da Apex, Sérgio Ricardo Segovia, tem sinalizado uma proximidade tanto com a ONU, como com o tema de sustentabilidade. Tanto que esteve, há duas semanas, de um evento sobre o assunto, em Nova York, o SDG’s in Brazil. A participação, dizem ao Blog pessoas com circulação na agência, teve pouca repercussão porque, na mesma semana, ele desfalcou a presença da instituição na cúpula do Mercosul, em Santa Fé, na Argentina.
O desfalque de Segovia na Mercosul tem explicação, garante a Apex. Ao Blog, a empresa explica que a viagem a Nova York não apenas estava agendada há dois meses, como, também, era imprescindível a participação. Afinal, a Apex é signatária do pacto global desde 2018. Na viagem, o diretor-presidente ainda se reuniu com o Cônsul do Brasil na cidade, Fernando Senna, com o embaixador da missão do Brasil junto à ONU, Mauro Vieira, ex-chanceler do governo Dilma Rousseff, e cumpriu agenda no Bank of America. A ausência no Mercosul foi devidamente dialogada com o atual chanceler, Ernesto Araújo. O alinhamento entre os dois, garantem pessoas de dentro da empresa, está bem afinado.
A viagem de Segovia a Nova York foi em classe econômica. À comitiva da Apex, disse aos mais próximos que ficaria no assento “30 e não sei o que”. O perfil dele, garantem pessoas próximas, é de zelar pelo dinheiro público. No entanto, há quem diga o contrário, justificando ao Blog que a hospedagem no Big Apple Hotel teria custado diárias de US$ 400, mais US$ 1 mil para ele cobrir despesas diárias. A gerência de comunicação da empresa, no entanto, nega os valores informados.