Bolsonaro e Roberto Campos Neto
Bolsonaro e Roberto Campos Neto Foto: Marcos Corrêa/PR Bolsonaro e Roberto Campos Neto

Novo presidente do Banco Central toma posse em cerimônia fechada

Publicado em Economia
ROSANA HESSEL

O presidente Jair Bolsonaro deu posse ao novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na manhã desta quinta-feira (28/02), em seu gabinete do terceiro andar do Palácio do Planalto, em cerimônia fechada com a presença de poucas pessoas, como o ministro da Economia, Paulo Guedes e Adriana Buccolo de Oliveira Campos, esposa do novo ministro.

Além de assinar o termo de posse de Campos Neto, o chefe do Executivo também assinou a exoneração do atual presidente Ilan Goldfajn. A cerimônia foi encerrada pouco antes das 10h e não houve pronunciamento à imprensa.

Quando tomou posse em 9 de junho de 2016, Goldfajn também teve cerimônia a portas fechadas no Planalto com o então ex-presidente Michel Temer e o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. De acordo com a assessoria do BC, a transmissão de cargo do novo presidente da autoridade monetária ocorrerá depois do Carnaval, às 15h do dia 13, em “uma solenidade na qual são feitos os discursos e há presença de convidados”.

Economista com especialização pela Universidade da Califórnia (UCLA), em Los Angeles (Estados Unidos) , Campos Neto é neto de Roberto Campos, um dos maiores representantes do liberalismo econômico, falecido em 2001. A sabatina do novo ministro, que teve passagens pelo banco Santander e pela gestora de recursos Claritas, ocorreu na última terça-feira (26/02) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado, que foi presidida pelo o avô entre 1983 e 1984. Grande defensor da autonomia do Banco Central, Roberto Campos foi ministro do Planejamento no governo do general Castello Branco, e, em sua gestão, a entidade foi criada.

O termo de posse de Campos Neto e a exoneração de Goldfajn serão publicados ainda hoje, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), de acordo com a Casa Civil.

Metas

O principal objetivo do presidente do Banco Central é controlar a inflação e preservar a capacidade de compra da moeda nacional, utilizando os instrumentos da política monetária. Para isso, o BC foca na inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para cumprir a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Neste ano, a meta a ser perseguida por Campos Neto é de 4,25% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima, ou seja, podendo variar entre 2,75% e 5,75%. Para 2020 e 2021, os objetivos são de 4% e 3,7%, respectivamente. Essas metas podem variar entre 2,5% e 5,5%, em 2020, e entre 2,25% e 5,25%, em 2021.