FMI prevê recessão de 5,3% na economia do Brasil neste ano

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

 

Em meio à desaceleração global desencadeada pela Covid-19, pandemia provocada pelo novo coronavírus, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu em 7,5 pontos percentuais as previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) Brasil. Agora estima retração de 5,3% no PIB brasileiro, neste ano, em vez da expectativa de expansão de 2,1% do relatório atualizado em janeiro.

 

O cenário traçado pelo FMI no relatório Panorama Econômico Global, divulgado nesta terça-feira (14/04) é de uma recessão global sem precedentes, que economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, avalia como “O Grande Bloqueio” ou “O Grande Confinamento”, algo pior crise econômica desde a Grande Depressão, ocorrida na década de 1930.  Em relação ao Brasil, ela destacou que o país foi atingido por múltiplos choques, como a queda dos preços das commodities e das trocas comerciais dos principais parceiros, como a China, mas reforçou que o “principal objetivo para o país agora é combater a pandemia”.

 

 

O Fundo prevê retração de 3% na economia global em 2020, com uma recuperação mais firme a partir de 2012 em vários países. Contudo, no caso do Brasil, o organismo multilateral estima crescimento de 2,9%. Essa taxa é inferior ao avanço estimado para a economia global no próximo ano, de 5,8%, sinalizando que a retomada no Brasil será em ritmo mais lento do que nos demais países.

 

Emergentes

 

O FMI prevê uma retração de 1% nas economias emergentes em 2020. Caso confirmado,  será a primeira vez desde o início da série histórica do Fundo, iniciada em 1980, que haverá uma retração do do PIB dos países em desenvolvimento. China e Índia, os principais motores da economia global, devem registar crescimento abaixo de 2% neste ano pelas novas projeções do FMI, de 1,2% e 1,9%, respectivamente. Em janeiro, as estimativas eram de expansão de 6% e de 5,8% para esses dois países.

 

Pelas novas estimativas do FMI,  a América Latina deverá encolher 5,2%, neste ano, em vez de avançar 1,6% como o esperado em janeiro. Esse recuo será puxado pelo Brasil e pelo México, que deverá registrar retração de 6,6% e não mais alta de 1% estimadas no relatório anterior. 

 

O Fundo ainda prevê retração de 5,5%, no PIB da Rússia, de 6,6%, no PIB da África do Sul. Esses dois países devem registrar os piores desempenhos entre os integrantes do Brics, grupo das economias emergentes também composto por Brasil, China e Índia.

 

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