desemprego Foto: Ed Alves/CB/D.A Press

Empresas cogitam férias coletivas, mas podem demitir se crise do coronavírus demorar

Publicado em Economia

Muitas empresas devem anunciar nos próximos dias a concessão de férias coletivas por conta da forte paralisia da economia, mas não descartam demitir funcionários se a crise trazida pela epidemia do coronavírus demorar mais do que o previsto.

 

Segundo o economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, as empresas têm condições de segurar os empregos até maio, no máximo, período que é visto como o auge das contaminações de de mortes pelo coronavírus.

 

“Abril e maio serão um horror (em relação aos números do coronavírus). Mas, se a economia começar a melhorar, as empresas seguram (os empregos). Se perceberem que a economia não vai se recuperar até junho, ficará complicado”, diz Padovani.

 

Socorro aos informais

 

A taxa de desemprego está, atualmente, em torno de 11% e vem caindo gradualmente desde meados de 2019. A partir de agora, os número tendem a piorar. Contudo, os dados oficiais estão comprometidos, pois o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fará a coleta de dados por telefone devido ao coronavírus.

 

No mercado informal, o impacto será ainda maior. Não à toa, o governo anunciou, nesta quarta-feira (18/03), um voucher de R$ 200 por mês para as pessoas que não têm carteira assinada, vivem de bicos. Em três meses, a meta é desembolsar R$ 15 bilhões por meio dessa ajuda.

 

O desânimo com a economia é cada vez maior. No setor de serviços, é onde a crise provocada pela Covid-19 se mostra mais claramente. Nos salões de beleza, o movimento caiu mais de 80%. Em bares e restaurante, o recuo nas vendas varia entre 50% e 60%.

 

Piora visível

 

Entre os motoristas de aplicativos, os chamados diminuíram cerca de 60% nos últimos dias. Nos postos de combustíveis, o movimento caiu, em média, 50%. Com academias e shopping centers fechando as portas, a situação tende a se agravar.

 

Os economistas ainda não conseguiram estimar, claramente, até onde pode chegar a taxa de desemprego. O banco suíço UBS acredita que a taxa calculada pelo IBGE poderá ir a 12,5% até o fim do ano. Em relação ao fechamento de 2019, o aumento será de um ponto percentual.

 

As projeções estão sendo atualizadas diariamente, pois o quadro econômico está piorando rapidamente. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que pelo menos 25 milhões de pessoas em todo o mundo devem perder o emprego por causa do coronavírus.

 

Brasília, 17h01min