20190518102226234132e Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Dólar é negociado abaixo de R$ 5 com queda do desemprego nos EUA

Publicado em Economia

A queda do desemprego nos Estados Unidos, que criaram 2,5 milhões de vagas em meio à pandemia do novo coronavírus, levou um clima de otimismo em todo o mundo. Com isso, o dólar voltou a ser negociado no Brasil abaixo de R$ 5 e a Bolsa de Valores sobe mais de 2%.

 

Dados do Banco Central apontam que o dólar não era negociado abaixo de R$ 5 desde 13 de março, quando o mundo entrou em alerta com a decretação da pandemia da covid-19 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os investidores entraram em uma espiral de pânico.

 

Às 11h38, o dólar era cotado a R$ 4,989 para venda, com queda de 2,76%. Algumas semanas atrás, o mercado financeiro dava como certo que a moeda norte-americana superaria os R$ 6, possibilidade que deixou o governo em pânico e obrigou a Banco Central a fazer várias intervenções no câmbio.

 

O dólar mais baixo dá um enorme alívio ao caixa das empresas, sobretudo às de maior porte, que estão superendividadas no exterior. A arrancada da divisa dos EUA, por sinal, fez estragos nos balanços de muitas companhias no primeiro trimestre do ano. Quanto mais alto é o dólar, mais as empresas gastam com juros das dívidas e menor é a disponibilidade de caixa para investimentos.

 

No entender dos especialistas, é possível que o pior do impacto da pandemia do novo coronavírus já tenha passado nas principais economias do mundo. No caso do Brasil, porém, o auge da covid-19 ainda está longe, mas os investidores resolveram incluir o país no clima positivo que impera em relação às economias emergentes.

 

Na Bolsa de Valores de São Paulo, também às 11h38, o Ibovespa, principal índice de lucratividade do mercado, subia 2,51%, nos 96.185 pontos. Os investidores estrangeiros, aos poucos, começam a voltar ao mercado de ações brasileiro, mesmo com as crises políticas criadas pelo presidente Jair Bolsonaro.

 

Mantido o atual comportamento, o dólar cravará a terceira semana seguida de baixa. Já a Bolsa de São Paulo terá mais uma semana de ganho. Esse quadro deve perdurar nos próximos dias se a recuperação lenta e gradual da economia mundial se mantiver, graças à liberação de trilhões de dólares pelos principais bancos centrais do planeta.

 

O Departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulgou o payroll de maio, que mede a variação a dos postos de trabalho não-agrícola. Os especialistas esperavam perda de até 8 milhões de empregos, mas foram criados 2,5 milhões de postos, com a taxa de desemprego cedendo de 14,7% para 13,3%. Pelas projeções do mercado, o desemprego saltaria para 19,7%.

 

Brasília, 11h38min