Bolsa rompe os 94 mil pontos e crava novo recorde

Publicado em Economia

GABRIEL PONTE

O Ibovespa, índice que mende a lucratividade das ações mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), renovou nova máxima histórica de fechamento dos negócios desta segunda-feira (14/01), atingindo os 94.474 pontos, com alta de 0,87%. O volume negociado, no dia, foi de R$ 13,3 bilhões.

O otimismo, no entanto, é marcado pela presença dos investidores locais, já que dados da B3 mostram que os donos do dinheiro no exterior continuam tirando recursos do Brasil, à espera da ações concretas da equipe econômica de Jair Bolsonaro relacionadas às reformas fiscais, em especial, a da Previdência.

 

Até de 10 de janeiro, os gringos venderam parte de suas posições, fazendo com que o saldo de movimentação do capital estrangeiro ficasse negativo em R$ 869,6 milhões. Isso reforça que as novas marcas atingidas pelo Ibovespa podem estar associadas ao comportamento dos locais.

 

“O brasileiros estão percebendo que, com a taxa básica de juros (Selic) a 6,5% ao ano, o retorno da renda fixa já não é mais o mesmo. Assim, considerando que não há uma perspectiva de aumento abrupto dos juros por parte do Banco Central, o ambiente para a a renda variável desponta como favorável”, diz Renan Silva, economista da BlueMetrix Ativos.

 

Porém, segundo Silva, no cenário internacional, os gringos ainda estão cautelosos, aguardando novidades sobre as reformas econômicas propostas pela equipe de Paulo Guedes, ministro da Economia de Jair Bolsonaro.

 

“O que falta migrar para o Brasil é o investidor qualificado, aquele que depende da confirmação do grau de investimento do país por parte das agências de rating. Um exemplo são os fundos de pensão, os quais têm como premissa investimentos em países que tenham grau de investimento. Nesse caso, o Brasil está fora desse time, mas tudo indica que é possível resgatar isso”, afirma Silva.

 

Segundo ele, a possibilidade de melhora no rating do Brasil já esta sendo antecipada pelos investidores locais, os quais optam por um aumento do risco da sua carteira, diante da perspectiva de que, no futuro, deve haver uma migração forte de recursos internacionais para o país.

 

Já o dólar encerrou o dia em queda de 0,35%, negociado a R$ 3,699 para venda, com baixa de 0,42%. O comportamento da moeda norte-americana frente ao real acompanhou o desempenho em relação a boa parte das divisas de emergentes.

 

Também teve destaque no dia a fala de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, à tarde. Ele afirmou que um eventual acordo econômico envolvendo EUA e China poderia se concretizar no futuro.

 

Brasília, 18h20min