Banco Central registra queda de 0,16% na prévia do PIB de julho

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

ANNA RUSSI

 

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou retração de 0,16% em julho em relação ao mês anterior, na série com ajuste sazonal. O dado, divulgado pelo Banco Central nesta sexta-feira (13/9). O índice passou de 138,33 pontos para 138,11 pontos, atingindo o menor patamar para o indicador desde maio deste ano, quando a pontuação foi de 137,86.

 

Os números do BC vão na contramão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou retomada no comércio e nos serviços no sétimo mês do ano e os dados ficaram acima das expectativas do mercado.  “Julho foi um mês relativamente bom, com a aprovação da reforma da Previdência, mas ainda não tinha aparecido os sustos do cenário internacional, especialmente a nova rodada da crise na Argentina. Mas o número na comparação com julho de 2018 está condizente com nossa expectativa de alta de 1,2% no terceiro trimestre deste ano contra terceiro trimestre do ano passado. Isso daria um crescimento de 0,5% no PIB contra o segundo trimestre. Se houver, de fato, uma solução melhor para a guerra comercial entre Estados Unidos e China, é possível uma maior calmaria no cenário internacional e a possibilidade de retomada da economia brasileira um pouco mais consistente. Mas, por agora, a expectativa segue sendo de crescimento de 0,9% este ano e 1,6% ano que vem”, avaliou Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.

 

Vale ressaltou que a indústria está indo pior que os setores de comércio e de serviços.  “Isso pode ter ajudado na pequena queda no mês de julho do IBC-Br. Mas, na comparação com julho de 2018, o número é condizente com os três segmentos. Não vejo assim tanta discrepância. Eu em geral não faço projeção em cima de um dado que já é retrabalhado em cima de dados secundários. Pra PIB prefiro ficar com o dado oficial do IBGE. Veja no segundo tri, que o IBC-BR apontava queda e veio 0,4%, como esperávamos”, destacou.

 

O economista e Carlos Eduardo de Freitas, ex-diretor do Banco Central, considerou que, como a retração de julho foi pequena, ela não deve continuar nos próximos meses.  “Não vejo uma tendência de recuo na atividade no terceiro trimestre, apesar dessa discreta queda registrada pelo IBC-Br”, destacou.

 

Na comparação anual entre os meses de julho, o índice registrou avanço de 1,31% na série dessazonalizada. A pontuação em julho de 2019 foi de 142,95 pontos. Já no mesmo mês de 2018, o IBC-Br ficou em 141,10 pontos.  No acumulado do trimestre encerrado em julho, o índice de atividade econômica teve alta de 0,91%, em relação aos três meses anteriores – de fevereiro a abril. Já na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o crescimento foi de 1,54%, na série sem ajustes sazonais.

 

De janeiro a julho, de acordo com o Banco Central, o IBC-Br acumulou alta de 0,78%, na séries dessazonalizada. Já nos 12 meses encerrados em julho, o índice avançou 1,07%.