SIMONE KAFRUNI
As ações da Eletrobras disparam mais de 15% no pregão desta quarta-feira (04/07) após o plenário da Câmara dos Deputados ter aprovado, na noite da terça-feira, apreciação em regime de urgência do projeto de lei que abre caminho para privatização das distribuidoras de energia elétrica da estatal. O texto já pode ser incluído na pauta de votação de hoje. Com isso, às 11h43, os papéis ordinários da companhia subiam 16,56% e os preferenciais, 14,52%.
O requerimento foi aprovado por 226 votos favoráveis e 48 contrários, além de seis abstenções. A base do governo Michel Temer apresentou o pedido de urgência à tarde, com 284 apoios. O projeto é uma das prioridades do Palácio do Planalto, que deseja a aprovação antes do recesso parlamentar.
O projeto de lei 10.332/2018 cria condições para venda de seis distribuidoras controladas pela estatal, mas que enfrentam problemas operacionais e dificuldades financeiras: Amazonas Energia, Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron), Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre), Companhia Energética de Alagoas (Ceal), Companhia de Energia do Piauí (Cepisa) e Boa Vista Energia, de Roraima. As distribuidoras estão sem contratos de concessão vigentes, e a Eletrobras vai assumir as dívidas, para tornar o leilão, marcado para 26 de julho, mais interessante a empresas.
Em entrevista à rádio CBN nesta manhã, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., afirmou que está otimista sobre a votação. “O projeto é muito curto e apenas dá, de fato, as condições necessárias para que todas as distribuidoras sejam colocadas nesse leilão”, afirmou.
“A privatização é a melhor alternativa, porque interrompe um processo de prejuízos na Eletrobras e beneficiará os consumidores. Quem adquirir uma das distribuidoras terá de investir em melhorias e buscar ganhos em eficiência. É um processo em que todos ganham”, completou.