À espera da “super quarta”

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

Há uma grande expectativa do mercado em relação à próxima quarta-feira (31/07). Ele está no aguardo das decisões dos comitês de política econômica de dois bancos centrais: o Copom, do Banco Central do Brasil, e o Fomc, do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos). “É a ‘super quarta’ e os analistas estão atentos, porque há um consenso de que os dois bancos centrais devem reduzir suas respectivas taxas de juros”, explicou Pablo Spyer, diretor da coreana Mirae Asset.

Logo, na avaliação de Spyer, qualquer sinalização contrária a essa expectativa, a reação dos mercados poderá ser ruim, porque há um movimento “dovish” no mercado, denominado pelos analistas como expansionista, leniente para com a inflação e voltado à manutenção da atividade econômica. No Brasil, segundo ele, o troco, caso o Copom resolver manter a Selic (taxa básica da economia) em 6,5% anuais, será no câmbio. “Se não houver cortes do Banco Central ou do Fed, provavelmente, o dólar vai para R$ 4 no dia seguinte”, apostou. “O consenso do mercado é que haverá corte na próxima semana da Selic, mas o mercado está bem dividido se esse corte será de 0,25 ponto percentual ou de 0,5 ponto percentual”, destacou.

 

O diretor da Mirae lembrou que o Banco Central Europeu (BCE) também vinha sinalizando fazer novos cortes nos juros e alguns países, mas as declarações do presidente da instituição, Mario Draghi, desta quinta-feira (25/07) dando a entender que será menos “dovish”, ajudou a pressionar o dólar frente ao real, que passou de R$ 3,80 pela primeira vez após a aprovação da reforma da Previdência no primeiro turno da Câmara, no fim de junho.