Greve Geral: metalúrgicos param nove fábricas de São José dos Campos e Região

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Os metalúrgicos estão parados em nove fábricas de São José dos Campos e Jacareí. Também há paralisações em outras categorias e às 10h começou o ato unificado na Praça Afonso Pena.

Nesta manhã, não houve produção nas metalúrgicas General Motors, Prolind, Hitachi, Parker Filtros, Heatcraft (todas em São José dos Campos), Avibras, Parker Hannifin, Armco e Deca (em Jacareí). Nas empresas terceiras da GM, a paralisação foi em massa. As mobilizações foram organizadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, filiado à CSP-Conlutas.

Também pararam as indústrias químicas Monsanto (São José), Basf (Jacareí) e IFF (Taubaté). Na Revap, os petroleiros que entrariam às 23h de quinta-feira e às 7h desta sexta aderiram à greve. Os trabalhadores da construção civil que atuam na refinaria estão participando das mobilizações.

Entre os bancários, todas as agências da região central de São José dos Campos estão paradas.

Repressão
Os condutores enfrentaram forte repressão, ainda nas garagens. A Guarda Municipal agiu com truculência para forçar a saída dos ônibus da empresa Maringá, na Zona Sul de São José dos Campos. Dirigentes sindicais foram agredidos com cassetetes e gás de pimenta. Mesmo assim, houve paralisações pela manhã.

Na Embraer, também houve tensão durante uma manifestação na entrada do primeiro turno.  A Polícia Militar chegou a agredir o ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Toninho Ferreira.

Ato na Praça Afonso Pena
Trabalhadores de diferentes categorias irão realizar um ato unificado, nesta sexta-feira, às 10h, na Praça Afonso Pena. Será um grande protesto contra o governo Temer e as reformas trabalhista e da Previdência.

“Este é um dia de luta contra todos os ataques que esse governo e Congresso Nacional corruptos estão fazendo contra os trabalhadores. Em todo o país estão acontecendo mobilizações contra a retirada de direitos, e os metalúrgicos mostram sua tradição de luta”, afirma o presidente do Sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.

Em ato pela educação, trabalhadores são agredidos e um está desaparecido

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CNTE e organizações parceiras ocuparam MEC pela manhã e um dos manifestantes está desaparecido

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Trabalhadores com máscara de gás para enfrentar a truculência da polícia na ocupação do MEC/ Foto: Karina Villas Boas

O governo Michel Temer deu mais uma demonstração de como será o tom da conversa com os movimentos sociais caso o golpe se consolide, na análise da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) . Em um ‘trancaço’ no MEC (Ministério da Educação) promovido pela CNTE e parceiros da educação na manhã desta quarta-feira (29), trabalhadores foram detidos e agredidos pelos seguranças, denunciou a Confederação.

O professor de matemática Fernando Lima Santos foi preso enquanto pregava uma faixa no 6º andar do prédio ao lado de outros dois trabalhadores e está desaparecido. Também entre os agredidos estava o professor Arnaldo Araújo, da Apeoep (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo), ferido por uma tesoura pelos seguranças do ministério.

Segundo os manifestantes, a ação foi comandada pelo secretário Executivo Adjunto do MEC, Felipe Sartori Sigollo.

“Apesar da truculência, a ocupação continua. Neste momento, cerca de 80 pessoas estão dentro do ministério e outras 500 bloqueiam a entrada para alertar o povo brasileiro sobre os ataques do golpista Michel Temer à educação com políticas de arrocho e sucateamento”, informou.

O ‘trancaço’ por educação, democracia e defesa de direitos ataca ações que, sob alegação de equilíbrio fiscal, na análise da CNTE, pretendem reduzir recursos e ameaçam a política salarial dos servidores públicos com o encerramento a Lei do Piso Salarial Nacional do Magistério e desvinculam os gastos obrigatórios do Estado com o ensino.

Os manifestantes alertam ainda para o desmonte do Fórum Nacional da Educação e denunciam a anulação pelo governo da portaria que nomeava representantes para o Conselho Nacional da Educação.

“Estamos aqui para dizer que não aceitaremos nenhum retrocesso na política da educação e que não há margem para negociar o descumprimento das metas do PNE (Plano Nacional de Educação), manipular as políticas inclusivas nas escolas e retirar medidas que permitam à sociedade participar das formulações de políticas educacionais como o conselho”, explicou a secretária de Relações Internacionais da CNTE, Fátima Silva.

Em manifesto divulgado durante o ato, a CNTE aponta que a “a decisão do governo interino e golpista de Michel Temer em desvincular por 20 anos os recursos previstos na Constituição Federal para a educação e a saúde (PEC 241/2016), e de promover arrocho salarial pelo mesmo período de tempo aos servidores públicos da esfera federal (PLP 257/2016)– com impacto brutal sobre a imensa maioria que não integra as carreiras Típicas de Estado e que está longe de ganhar os altos salários da República, devendo o arrocho se estender aos estados na forma do PLP 257/16 –, além de contrariar a falsa promessa desse governo de não comprometer o financiamento das políticas sociais.”

De acordo com a organização, “além de desvincular as receitas orçamentárias da educação e da saúde, flexibilizando o texto constitucional, o governo interino e golpista apoia deliberadamente os projetos de lei nº 4.567/16 (numeração da Câmara Federal para o PLS 131, do senador José Serra, atual ministro de Relações Exteriores) e nº 6.726/13 (do deputado Mendonça Filho, atual ministro da Educação). Esses projetos pretendem enfraquecer e privatizar a Petrobras e romper com o regime de partilha do Pré-sal, entregando as riquezas petrolíferas para o capital internacional e desvinculando os repasses dos Royalties e do Fundo Social para a educação e a saúde.”

Os trabalhadores na educação denunciam também que a “desvinculação orçamentária na Constituição, as mudanças nas leis do petróleo, até então previstas para financiar as metas do Plano Nacional de Educação (PNE), também visam priorizar o pagamento da dívida pública por meio da contenção de despesas nas áreas sociais.”

Para a CNTE, os desequilíbrios fiscais poderiam ser combatidos com medidas que não onerassem justamente quem mais precisa das políticas públicas.

“Os alegados desequilíbrios fiscais na economia brasileira, em proporções pouco esclarecidas, até o momento, certamente se devem mais às desonerações fiscais, à sonegação e sub cobrança de impostos patrimoniais – em especial sobre as propriedades dos ricos -, além da resistência dos políticos em regulamentar o Imposto sobre Grandes Fortunas e de taxar os lucros e dividendos dos investidores em bolsas de valores, do que propriamente ao resgate da imensa dívida social promovido em parte na última década.”

A confederação e seus sindicatos filiados afirmam também que “lutarão contra a aprovação da PEC 241, pois o congelamento dos investimentos sociais nos próximos 20 anos é inconcebível com a demanda da sociedade por mais e melhores serviços públicos. No caso da educação, a nefasta PEC, ao lado do PLP 257, atinge de morte as metas de inclusão do PNE, a política de valorização salarial do magistério, a perspectiva de implementar o piso e as diretrizes nacionais de carreira para todos os profissionais da educação, além de estimular as parcerias público-privadas por meio de Organizações Sociais para gerência de escolas e redes de ensino.