Oito em cada dez idosos têm percepção positiva da terceira idade, revelam CNDL/SPC Brasil

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Boa parte dos entrevistados tem orgulho de suas realizações e sente-se jovem para aproveitar a vida. Pesquisa mostra que 68% acessam a internet e 52% encontram dificuldades em achar produtos para sua faixa etária. A pesquisa demonstra que, ao contrário de décadas atrás, pertencer à terceira idade hoje em dia não significa, necessariamente, sentir-se velho

O aumento da população idosa, que deve triplicar nas próximas quatro décadas no país, impõe uma série de desafios para a sociedade. Para entender como os idosos enxergam essa fase da vida, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) fizeram uma pesquisa, em todas as capitais, com a população acima dos 60 anos. O levantamento revela que em cada dez entrevistados, oito (82%) encaram a terceira idade de forma positiva e, atribuem, em média, nota oito para o grau de felicidade com o atual momento. Os sentimentos positivos que os entrevistados mais vivenciam nesse estágio de vida são tranquilidade (36%), felicidade (30%), disposição para atividades do dia a dia (22%), independência (20%) e produtividade para manter-se ativos (20%). Há ainda 18% de idosos que se consideram saudáveis e 12% que possuem planos para o futuro.

A pesquisa demonstra que, ao contrário de décadas atrás, pertencer à terceira idade hoje em dia não significa, necessariamente, sentir-se velho. De modo geral, 75% dos idosos atribuem à essa etapa da vida características positivas como ter mais sabedoria (40%), orgulho das próprias realizações (37%) e sensação de dever cumprido (35%). Embora 42% dos entrevistados não tenham respondido o quanto esperam viver, a expectativa entre os que responderam é de 90 anos, em média.

Mesmo que a terceira idade seja vista de maneira positiva para a maioria dos idosos, 56% dos entrevistados enxergam algum atributo negativo atrelado à essa fase da vida, sobretudo pela perda da saúde (29%), não encontrar oportunidades no mercado de trabalho (15%), sentir-se desrespeitado (14%) e depender de outras pessoas (14%). “Os brasileiros estão envelhecendo melhor. Hoje, a população acima de 60 anos está mais ativa, gosta de manter um bom convívio social e de estar bem informada, além de ter uma preocupação maior com a aparência e até fazer planos para o futuro, porque ainda espera viver muito mais”, avalia a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Para maioria, retardar efeitos do envelhecimento não é prioridade; 61% se sentem jovem para aproveitar a vida 

Até que ponto o envelhecimento chega a ser uma preocupação? A pesquisa indica que 34% têm se sentido mais vaidosos — percentual que sobre para 40% na população entre 60 a 69 anos — e boa parte procura se cuidar com frequência para viver mais, seja por meio medicamentos para melhorar a saúde (71%) ou por tratamentos e atividades físicas (37%).

O avanço do tempo é visto com naturalidade por muitos, sem que haja uma obsessão por aparentar uma idade que não condiz com a realidade. Prova disso é que 58% não se sentem incomodados ao perceber os efeitos do envelhecimento. Além disso, 81% mostraram-se pouco dispostos a gastar tudo o que têm em troca de uma aparência mais jovem e 80% disseram não fazer qualquer tipo de tratamento para retardar os efeitos do envelhecimento. Ainda de acordo com o estudo, 61% afirmam sentir-se jovens para aproveitar a vida, enquanto 38% reconhecem já ter sofrido algum tipo de discriminação por não serem mais tão novos.

Também há uma nítida preocupação com a autoestima e experiências que preencham o tempo de maneira gratificante. Indagados sobre o que fazem para se sentir bem, 44% dos idosos buscam se alimentar de forma saudável, 37% tingem o cabelo, 36% procuram visitar regularmente o médico e 31% controlam o peso. Em contrapartida, 17% garantem não fazer nada a esse respeito.

E ao contrário do que se imagina, a terceira idade não impede de pensar em fazer planos para o futuro. Dentre os desejos citados pelos entrevistados para os próximos dois anos, destacam-se a possibilidade de aproveitar a vida com familiares e amigos (32%), viajar pelo Brasil (21%), pagar dívidas pendentes (14%), comprar ou reformar a casa (13%) e viajar pelo mundo (11%). Sobre os medos em relação ao que pode acontecer, 33% mencionam a chance de ter uma saúde física deficiente, 32% temem ficar doentes a ponto de depender de outras pessoas e 31% citam a perda da lucidez.

68% dos idosos acessam a internet; seis em cada dez têm smartphone

Aprender novas habilidades, estimular a capacidade cognitiva e cultivar a convivência social são essenciais para manter-se ativo na terceira idade. E a tecnologia vem contribuindo quanto às formas de se relacionar com as pessoas e com o mundo. Dados da pesquisa mostram que 68% dos idosos acessam a internet, dos quais 47% costumam ficar conectados todos os dias, com uma média de acesso de seis dias por semana, e 63% possuem smartphone.

Dentre o público da terceira idade que utiliza a internet, 77% acessam por smartphone, 40% pelo computador, 30% por meio do notebook e 14% pelo tablet. Segundo os entrevistados, os principais motivos para navegar na internet são manter o contato com conhecidos (68%), ficar informado sobre os principais assuntos que acontecem no mundo (47%), buscar informações sobre produtos e serviços (44%), fazer transações bancárias (28%), não ficar ultrapassado (21%) e fazer compras (21%).

Quando se avalia os itens mais adquiridos pelos idosos que usam a internet, destaque para eletroeletrônicos (60%), eletrodomésticos (56%), viagens (43%), livros (33%), móveis (30%), roupas (30%) e remédios (28%). Apesar do hábito de fazer compras virtuais, oito em cada dez (80%) que utilizam a internet preocupam-se com fraudes, como o roubo de informações de cartões e documentos (80%). Além disso, 80% temem pela segurança e privacidade das informações pessoais durante a compra online via dispositivos móveis.

52% encontram dificuldades em achar produtos para a terceira idade

Dados da pesquisa também revelam o expressivo potencial de consumo ainda inexplorado pelo mercado em relação a esta parcela de brasileiros. Mais da metade dos entrevistados(52%) considera difícil encontrar algum produto específico para a terceira idade, principalmente alimentos próprios para a faixa etária (17%), locais para sair que tenham público da terceira idade, como bares, restaurantes e casas noturnas (16%), aparelhos celulares com letras e teclados maiores (15%) e roupas (12%). Outros 37% concordam que há poucos produtos voltados para o público da terceira idade.

Já 45% mencionam não comprar alguns produtos ou serviços que sentem vontade por encontrar dificuldade em contratar crédito que facilite essa aquisição. Em relação aos locais que mais costumam fazer compras, 48% citaram ir com frequência às farmácias e drogarias, 36% em lojas de rua ou de bairro e 36% em lojas de departamento. Quanto aos aspectos a serem melhorados nos estabelecimentos, os entrevistados destacaram bom atendimento (48%), rótulos de produtos fáceis de ler (33%), bancos para descanso (32%), boa iluminação (27%) e embalagens mais fáceis de abrir (26%).

Para a economista do SPC Brasil, o mercado ainda tem muito a oferecer ao público da terceira idade. “Os idosos podem ser consumidores ativos e exigentes, como qualquer pessoa. Querem investir em qualidade de vida, sabem de suas necessidades e prioridades, mas nem sempre encontram produtos e serviços que atendam a estas expectativas. As empresas têm uma oportunidade de ouro, sobretudo nas próximas décadas, em termos financeiros, já que a população idosa ainda irá crescer muito”, observa.

Metodologia

Foram entrevistados 612 consumidores com idade acima de 60 anos de ambos os gêneros e de todas as classes sociais, nas 27 capitais brasileiras. A margem de erro é de 4,0 pontos percentuais para um intervalo de confiança a 95%. Baixe a íntegra da pesquisa emhttps://www.spcbrasil.org.br/pesquisas

Importância da reforma da Previdência – O caminho da agenda positiva

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Os cientistas políticos Luis Felipe D’Ávila e Marco André Melo falam sobre a importância da reforma da Previdência para acerto das contas públicas e retomada do crescimento econômico, em evento do Instituto Millenium

No seminário “Agenda Positiva – reformas e ajustes que vão mudar o Brasil em 2017”, realizado pelo Instituto Millenium, o cientista político Luiz Felipe D’Ávila afirmou que uma das principais mudanças discutidas hoje – a reforma da Previdência – é urgente e precisa ser resolvida o quanto antes. “Caso contrário, uma conta muito maior terá de ser paga pelas gerações posteriores”, ressaltou D’Ávila.

Um dos principais fatores que acabam travando a discussão em torno da reforma é que algumas categorias profissionais defendem um tratamento diferenciado nos cálculos dos benefícios. “A regra deve ser uma só e valer para todos”, enfatizou.

D’Ávila também manifestou preocupação com o que chamou de “demonização” da classe política. “Os políticos são instrumentos da democracia e devem tocar as mudanças. Precisamos trocar aqueles que não são bons, mas é através do Congresso e do Executivo que as reformas devem ser implementadas. Para isso, precisamos dos políticos”, apontou.

O cientista político Marcus André Melo, também presente ao evento, destacou que um dos entraves à aprovação de medidas de ajuste é o temor dos políticos em não se reeleger ao apoiar projetos de lei que não são populares. Isso, contudo, poderá ser atenuado se houver uma clara manifestação de quem apoia as reformas. “É difícil fazer manifestações populares em cima deste tipo de coisa, mas é preciso pressionar o Congresso para mostrar a alternativa à falta de medidas de ajuste”, afirmou Melo.

Por fim, o empresário Salim Mattar, conselheiro do Instituto Millenium, comentou que a idade mínima de 65 anos para que o trabalhador requeira a aposentadoria não deveria ser encarado como um tabu pela população. “A expectativa de vida das pessoas está aumentando”, disse Mattar. “Hoje, é possível manter-se na ativa após os 70 anos. Precisamos mudar esta mentalidade de que as pessoas devem se aposentar cedo”.

Mattar ponderou que esta tarefa não é fácil. “Margaret Thatcher, que é um dos símbolos da presença reduzida do Estado na economia, não conseguiu fazer uma reforma previdenciária na Inglaterra”, lembrou. “Por isso, sabemos que é uma tarefa difícil. Mas as contas públicas precisam ser preservadas. Houve um tempo em que muitas pessoas na ativa pagavam a aposentadoria de poucas. Agora, fatalmente poucas pessoas na ativa vão pagar pela aposentadoria de muitas. Trata-se de uma matemática que não fecha”.

Sobre o Imil

O Instituto Millenium é uma organização da sociedade civil de interesse público (oscip), criada em 2006, para a promoção e o fortalecimento da democracia, liberdade, Estado de Direito e economia de mercado. O Imil conta com uma rede ampla de especialistas, atuantes em diversas áreas, e promove seus valores realizando seminários,  publicando artigos em seu site e na imprensa, produzindo vídeos e podcasts e promovendo o projeto “Imil na sala de aula”, que percorre todo o país.

O “Global Go To Think Tank Index Report 2015” – estudo realizado pela Universidade da Pensilvânia (EUA) -, aponta o Instituto Millenium entre os melhores Think Tanks da América Central e do Sul. A instituição é a oitava no ranking nacional do estudo. O Instituto Millenium é número 1 no Twitter entre os liberais. Acesse: www.institutomillenium.org.br

SERVIDOR TEM VITÓRIA NA CÂMARA

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Por determinação de Temer, deputados da base do governo apoiam projetos que elevam salários de servidores entre 10,8% e 41,4% até 2019. Teto sobe para R$ 39.293. Parte dos parlamentares critica alta em meio ao ajuste fiscal

O presidente interino Michel Temer emplacou ontem uma parte de sua agenda positiva. Após intensa articulação por parte do Executivo, a Câmara aprovou aumento a uma série de categorias de servidores públicos.

Por volta de 20h, foi interrompida a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 4/2015), que recria a Desvinculação das Receitas da União (DRU), para colocar em votação os projetos de lei que autorizam reajuste salarial do funcionalismo. As propostas já haviam sido negociadas com o governo. Mas temia-se que, diante de novos cortes, esses aumentos estivessem em risco.

O pacote de bondades com 15 propostas remuneratórias para funcionários civis e militares do Executivo, Legislativo, Tribunal de Contas da União (TCU), Judiciário e Ministério Público da União deverá ter impacto total de R$ 58 bilhões até 2019. Os índices de aumento, de duas a oito parcelas até 2019, variam de 10,8% a 41,4%.

Algumas carreiras de Estado receberam adicional a título de ônus de sucumbência ou bônus de eficiência. Os projetos ainda serão submetidos à apreciação do Senado. O primeiro a ser aprovado foi o PL 2648/15, dos servidores do Supremo Tribunal Federal (STF). Logo após, o PL 2646/15, que reajusta o subsídio dos ministros do Supremo de R$ 33.763 para R$ 36.813 imediatamente e R$ 39.293,38 em janeiro de 2017. Seguido do PL 6697/09, das carreiras do Ministério Público da União (MPU).

Por meio de nota, no início da tarde, o Ministério do Planejamento informou que os aumentos não causarão impacto adicional. São consequência de debates ao longo de cerca de oito meses e resultaram na assinatura de 32 termos de acordo, no Executivo. Para todos os projetos já haviam sido assegurados os recursos necessários na Lei Orçamentária Anual de 2016. “O impacto no exercício é de R$ 4,23 bilhões”, destaca o texto. O Planejamento divulgou, ainda, que projetos que contemplam o Legislativo, magistrados, desembargadores e ministros de tribunais superiores “também já estão previstos no Orçamento”.

Os servidores haviam ameaçado greve geral caso os compromissos assinados com Dilma Rousseff não fossem honrados. Parlamentares do PSDB argumentaram que, em meio à crise, os reajustes seriam inconvenientes. Mesmo assim, conseguiu-se a aprovação de pedido de urgência para a tramitação dos projetos. Mas ainda não havia previsão para votação do mérito. Ontem, porém, o plano foi revelado pelo líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP). Ele esteve no Palácio do Planalto na manhã de ontem e confirmou que o pedido para votação no mesmo dia.

O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), confirmou. “A ordem do presidente é acelerar isso, já que o impacto analisado pela Fazenda e pelo Planejamento está dentro do previsto, afinal o próprio Congresso já tinha aprovado o Orçamento de 2016 prevendo o reajuste”, disse Moura.

O deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) chegou a reclamar. Para ele, não é momento de expandir gastos, pois a mudança da meta fiscal, com rombo de mais de R$ 170 bilhões, acabou de ser aprovada. “É uma confusão. Este governo está passando por sérias dificuldades e dá um sinal desses em um momento de necessidade de muita austeridade”, disse Duarte.

Alguns projetos, como o que reajusta os salários dos servidores do Senado, não trazem cálculo de impacto. Mas o aumento dos ministros e magistrados do Judiciário tem previsão de aumento de despesas adicionais de R$ 6,9 bilhões até 2019. Alguns outros, de servidores do Executivo, juntos, apontam desembolsos de R$ 20 bilhões, no período. O do magistério federal, especificamente, vai exigir recursos da ordem de R$ 14,9 bilhões. O das agências reguladoras, mais R$ 913 milhões. E para os militares ativos e inativos o gasto extra chegará a R$ 14 bilhões.