Os servidores do Ministério Público da União (MPU) e do Conselho do MP (CNMP) foram um dos primeiros a sofrer os efeitos do corte de despesas imposto pela equipe econômica do governo. A categoria foi surpreendida, no dia 15 de janeiro, com uma portaria da procuradora-chefe do Trabalho da 18° Região (GO), Janilda Guimarães de Lima.
O documento, expedido sem consulta prévia aos trabalhadores, mudava o horário de expediente, reduzia o funcionamento do ar-condicionado, desativava dois elevadores – para economizar 5% de energia – e ainda cortava os gastos com manutenção de veículos, combustível e lubrificante, entre 61% e 41%, com base na Lei Orçamentária da União.
Segundo Gilmar Barros Costa, diretor do sindicato da categoria (Sinasempu), o maior prejudicado foi o público, que deixou de ser atendido até as 19 horas. Os servidores ameaçaram entrar em greve se, após 72 horas, se a portaria não fosse revogada. No dia seguinte, foram recebidos pela procuradora-chefe, mas nem tudo foi resolvido.
“Após muita pressão, alguns itens foram revogados. Mas ainda teremos outra reunião para falar do nosso horário”, contou Costa.
Vitória
A portaria excluía condições dignas condições dignas de trabalho, essenciais á saúde dos servidores nas unidades da regional, tornando insuportável o ambiente de trabalho em plena estação de verão e causando enorme dificuldade às pessoas com deficiências físicas. Além disso, o corte integral da manutenção de veículos expunha ao risco servidores que precisam sair para fazer trabalhos fora das unidades.
Movidos pela indignação e pelo direito a um ambiente de trabalho digno, os servidores da 18º região aprovaram estado de greve caso a portaria não fosse revogada. Após cinco dias, em 20 de janeiro, a mesma chefia publicou nova portaria revogando dois artigos polêmicos.
A partir da nova portaria alterada somente um elevador da unidade seria desativado e os aparelhos de ar condicionado funcionarão durante todo o periodo de trabalho. Ficou mantido o corte integral da manutenção de veículos.
Greve
Após nove anos sem reajuste, servidores do Ministério Público da União (MPU) e do Conselho do MP (CNMP) vão cruzar os braços em 30 de janeiro. Querem reajuste de 56%, para recuperar as perdas do poder aquisitivo.
Brasília, 14h13min