“OPERAÇÃO YULIN” – CONTRA TRABALHO ESCRAVO E CONSUMO DE CARNE DE CACHORRO

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“Yulin” – Devido a denúncias do uso de carne de cachorro nos pastéis, a operação foi batizada com o nome da cidade do sul da China onde acontece, anualmente, no dia 21 de junho, o “Festival de Carne de Cão”, com o abate de aproximadamente dez mil animais.

A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio de Janeiro (SRTE/RJ) e o PROCON/RJ deflagram, no início da manhã desta sexta-feira (17), a Operação “Yulin”, nova etapa da fiscalização em pastelarias na cidade do Rio de Janeiro.   O objetivo da ação é o combate ao trabalho escravo urbano e ao tráfico de pessoas, além da verificação da procedência da carne que está sendo servida aos consumidores.   A ação teve início às 9h, na sede da SRTE/RJ, com uma reunião de chefias e coordenadores da operação. Em seguida, as equipes se deslocaram para estabelecimentos nos bairros de Duque de Caxias, Tijuca, Bonsucesso.   Os estabelecimentos escolhidos foram listados em  acordo da SRTE/RJ com o PROCON/RJ, em razão do histórico de denúncias das instituições, inspeções já realizadas e probabilidades.   Trabalhadores poderão ser conduzidos à SRTE/RJ para prestarem depoimentos, em caso de vulnerabilidade. Haverá um tradutor de mandarim caso seja necessário. A equipe é formada por cerca de dez auditores-fiscais do trabalho e oito fiscais do PROCON/RJ.

ResultadosA Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio de Janeiro (SRTE/RJ) resgatou, na sexta-feira (17), dois trabalhadores chineses, que viviam em regime de trabalho análogo à escravidão numa pastelaria instalada no centro da capital. Os trabalhadores foram localizados na Pastelaria Koong, na Rua Camerino n° 08.

“A pastelaria, de acordo com as filmagens elaboradas pela equipe de auditores-fiscais do Trabalho não possui condições de fornecer uma vida digna aos trabalhadores que lá entregam sua energia produtiva. Além da visível questão da degradação no meio ambiente de trabalho, temos um caso de tráfico de pessoas de acordo com o Protocolo de Palermo ratificado pelo Brasil, pois são duplamente vulneráveis (em razão das questões econômicas e geográficas) cuja mão de obra é facilmente explorada no fato de terem sido alojados, ainda que tenham vindo voluntariamente para o país”, informou a auditora-fiscal do trabalho Márcia Albernaz, coordenadora da operação.  

O resgate foi motivado pelas condições degradantes de trabalho e alojamento, além de servidão por dívida envolvendo as famílias de ficaram na China e jornadas de trabalho superiores a 16 horas por dia.  Quatro trabalhadores chineses prestaram depoimento, com auxílio de interprete, na sede da SRTE/RJ.  

Os equipamentos da pastelaria – batedeira e cilindro de massa – foram interditados, por risco de choque elétrico e esmagamento de membros, uma vez que não havia proteção.  

O alojamento dos trabalhadores também foi interditado pela equipe de fiscalização, uma vez que não havia camas, o pé direito era de aproximadamente 1,50 m e havia fiação elétrica exposta.   O empregador deverá providenciar novo alojamento para os trabalhadores, além de pagar verbas trabalhistas devidas.  

Brasília, 12h23min