MST OCUPA MINISTÉRIO DA FAZENDA EM TODO O PAÍS CONTRA CORTES NA REFORMA AGRÁRIA

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Atualizada às 18h19min

Até às 18 horas, dez estados mais o Distrito Federal tiveram seus Ministérios ocupados. São eles: a capital Porto Alegre, Aracaju, Recife, Fortaleza, Florianópolis, Curitiba, Palmas, Porto Velho, João Pessoa, Salvador e Rio de Janeiro. Além dos Ministérios, diversas outras mobilizações, como ocupações de terras, trancamento de rodovias e ferrovias e marchas pelas cidades estão ocorrendo pelo país. Ao todo, 17 estados estão mobilizados, além da capital federal

Sem-terra ocupam Ministérios da Fazenda em todo o país para denunciar a paralisação da reforma agrária que tende a se agravar, na análise dos militantes, com o ajuste fiscal do governo, que cortou quase 50% dos recursos da pasta agrária. De R$ 3,5 bilhões sobraram apenas R$ 1,8 bilhão. Sem orçamento, não há como o governo cumprir o compromisso político que assumiu, no início deste ano, de assentar 120 mil famílias sem terra acampadas no Brasil.

Até o momento, informou o MST, os Ministérios da Fazenda de Brasília, Porto Alegre, Recife, Fortaleza, Florianópolis, Curitiba, Palmas, Paraíba e Bahia foram ocupados.

Em Salvador além da Secretária da Fazenda, três centros da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) foram ocupados, além da diretoria regional de educação de Teixeira de Freitas. Em Maceió, milhares de sem terra marcham pela ruas da capital alagoana. No Mato Grosso, cerca de 400 camponeses caminham na cidade de Jaciara. No Pará, 2 mil trabalhadores rurais ocupam a ferrovia da Vale.

Em MG, duas rodovias foram trancadas. No PR, os Sem Terra também estão mobilizados em cinco pedágios nos municípios do interior do estado. Ontem, cerca de 200 sem terra ocuparam a Fazenda Santo Henrique, da Cutrale, em São Paulo. Durante toda essa semana, todos os estados estarão mobilizados em luta permanente em defesa da pauta da classe trabalhadora camponesa.

Segundo Alexandre Conceição, da coordenação nacional do MST, o movimento volta a denunciar a paralisação da reforma agrária no país com uma segunda Jornada de Lutas. “O ajuste fiscal do governo federal ameaça estagnar ainda mais o processo da reforma agrária no país”, afirma.

No entender de Conceição, a política econômica do governo federal coloca em risco a conquista de direitos dos trabalhadores, pois corta recursos financeiros da reforma agrária e da classe trabalhadora “para seguir injetando dinheiro no capital financeiro e nas transnacionais, beneficiando a elite brasileira”. Só para o agronegócio foram R$ 187 bilhões de recursos pelo Plano Safra deste ano. Um aumento de 20% no volume de recursos em relação à safra anterior.

De acordo Kelli Maffort, da coordenação nacional do MST, corte de investimentos em setores fundamentais como educação e saúde, além dos cortes nas políticas sociais, só atingem o setor mais pobre da população.

“Não podemos ficar ao lado do ajuste fiscal. Nosso compromisso é com o povo. Exigimos o assentamento de todas as famílias acampadas. Temos famílias há mais de 10 anos debaixo da lona preta e que são vítimas da violência do latifúndio e do agronegócio. É preciso que o governo elabore um Plano de Metas para assentar no mínimo 50 mil famílias por ano, no período de 2016-2018”, ressalta.

Brasília, 12h07min