Nicola Siri, meio brasileiro, meio italiano

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Nicola Siri, o Pilatos de Jesus, já é tão brasileiro quanto italiano — só não quando o assunto é futebol. Confira entrevista com o ator!

“A Itália é a minha mãe, o Brasil é a mulher que amo, a mãe dos meus filhos, a terra onde escolhi plantar as raízes. Mas no futebol…é Forza Azzurra sempre!” A frase é de Nicola Siri, ator italiano que há muito faz bonito nas novelas brasileiras, e atualmente vive Pilatos no folhetim Jesus, da Record.

Dedicado, Nicola conta ao Próximo Capítulo que se debruçou sobre os livros para entender melhor o personagem. “Tenho estudado exaustivamente o período histórico da Judeia e lido todos os capítulos da novela. Só posso dizer que o pensamento e os ensinamentos de Jesus são maravilhosos. Tolerância, respeito, paz e amor…é tudo de que a gente precisa!”, afirma.

Quando terminar a novela, Nicola vai se dedicar à divulgação da série Chuteira preta, produção de 13 capítulos da Prime Box Brasil, sobre o universo do futebol. “Eu interpretei o empresário, descobridor e amigo do Kadu (Márcio Kieling), que tenta colocar de volta aos trilhos a vida e a carreira desse atleta que se perdeu neste mundo. É ficção ainda que pareça com muitas histórias de verdade”, adianta.

Na entrevista a seguir, Nicola Siri fala ao Próximo Capítulo sobre os 50 anos de idade, a novela Jesus e o Brasil. Confira!

Nicola Siri
Nicola Siri: “ator é ator, no teatro, no cinema, na TV, e é sempre maravilhoso!”

Leia entrevista completa com Nicola Siri

Você estreou na tevê brasileira como um padre em Mulheres apaixonadas, fez o filme Nosso lar e agora é Pilatos em Jesus. Como a religião pauta a sua vida?
Verdade (risos)! A religião é um traço muito forte na sociedade. Por isso tantas histórias que falam de diversas religiões. Eu não sou ligado a nenhuma. Tenho estudado exaustivamente o período histórico da Judéia e lido todos os capítulos da novela. Só posso dizer que o pensamento e os ensinamentos de Jesus são maravilhosos. Tolerância, respeito, paz e amor…é tudo de que a gente precisa!

Viver personagens ligados à religião é mais complicado do que os outros?
Cada personagem é sempre complicado, eu acho, independentemente da religião. O Padre Pedro (de Mulheres apaixonadas) foi um personagem real da vida do Manoel Carlos, era um padre espanhol da época em que ele estudava como seminarista e pelo qual todas as meninas eram profundamente enamoradas. Em Nosso lar eu vivi o Ernesto, o segundo marido da Zélia, viúva do Dr. André Luiz. Na verdade meu personagem  não era espírita, mas a trama era, e foi muito interessante conhecer mais sobre o assunto. E agora como Pilatos, eu estou exclusivamente preocupado em manter o estado de ordem na Judéia, sem prestar a mínima atenção à religião judaica ou às palavras dos vários profetas que surgiam a cada dia naquela época.

Você hoje se sente mais brasileiro ou italiano. Numa partida de futebol, para quem torce?
A Itália é a minha mãe, o Brasil é a mulher que amo, a mãe dos meus filhos, a terra onde escolhi plantar as raízes, mas no futebol…é Forza Azzurra sempre!

Como você veio parar no Brasil?
A TV Globo me ligou convidando para ser o Padre Pedro em Mulheres apaixonadas. Eles viram o teste que tinha gravado quando estava filmando Subterrâneos, do José Eduardo Belmonte e, depois de um ano e meio, me chamaram pra participar daquela inesquecível novela das 8.

Você está em Chuteira preta. O que pode falar sobre este trabalho?
Chuteira preta é uma série de 13 capítulos sobre a história de um jogador de futebol que perde o tesão pela sua profissão. Eu interpretei o empresário, descobridor e amigo do Kadu (Márcio Kieling), que tenta colocar de volta aos trilhos a vida e a carreira desse atleta que se perdeu neste mundo. É ficção ainda que pareça com muitas histórias de verdade. O diretor da série é o Paulo Nascimento. Eu amo trabalhar com ele e sua equipe! O primeiro longa que fizemos juntos foi Diário de um novo mundo, em 2004. Para mim, estar em Porto Alegre filmando com a Accorde é como estar em casa com a minha própria família! Chuteira preta vai ser uma belíssima série que estreará em breve na Prime Box Brasil.

O mercado de séries é mais interessante do que o de novelas para o ator, por ser um trabalho fechado?}
Para mim o que é realmente interessante é o trabalho de ator! Amo atuar, viver sempre vidas e histórias diferentes! O que é muito legal das séries é que há variedade e quantidade e duram menos tempo do que uma novela, então você tem mais possibilidades de viver novas personagens! Mas repito: ator é ator, no teatro, no cinema, na TV, e é sempre maravilhoso!

Você completou 50 anos este ano. Passou por alguma crise com a idade?
Os agoniados 50 anos! Amo ter a minha idade! E tento me cuidar ao máximo para continuar a fazer todas as minhas atividades esportivas e estar bem para os meus filhos!

Quais são as vantagens para um ator estar mais maduro?
Experiência é sempre uma grande vantagem! Eu acho que em qualquer profissão, mais peculiarmente na profissão de ator, porque são mais nuances, cores, emoções, mais vida que você consegue colocar dentro dos novos desafios! E com a experiência a gente passa a não se levar mais muito a sério…algo fundamental!