Zeca (Marco Pigossi)
A Força do Querer Zeca (Marco Pigossi). Crédito: João Miguel Júnior/Divulgação

Leia entrevista com o ator Marco Pigossi, o Zeca de A força do querer

Publicado em Entrevista, Novela

Depois do sucesso como Zeca em A força do querer, Marco Pigossi estreia nos cinemas com dois filmes no Festival do Rio de Janeiro

O ator Marco Pigossi, 28 anos, vive uma ótima fase. O paulista está prestes a se despedir de um dos melhores papéis da carreira, o protagonista Zeca, de A força do querer, e também de estrear nas telonas à frente de dois filmes. “Foi muito legal entrar no cinema em um momento mais preparado como ator, inteiro dentro da profissão, depois de bastante experiência”, revela. Pigossi é o protagonista de dois longas: O nome da morte e A última chance, que foram exibidos durante o Festival do Rio de Janeiro.

Em cada um desses trabalhos, Marco Pigossi teve que se dedicar a uma preparação específica, já que os personagens das três produções são completamente diferentes. Se Zeca veio mais rápido devido ao tempo da novela, para interpretar os protagonistas do cinema Pigossi precisou mergulhar em suas histórias. Em O nome da morte, de Henrique Goldman com base no livro homônimo de Klester Cavalcantique, ele é Júlio, pai de família e matador de aluguel. Já em A última chance, de Paulo Thiago, o ator vive Fábio Leão, ex-traficante carioca que passa a se dedicar ao MMA como alternativa ao mundo crime. “Esse é o grande barato da profissão — poder ser um pouco de cada coisa”, adianta.

Crédito: Reprodução/Internet. Marco Pigossi em A última chance
Crédito: Reprodução/Internet. Marco Pigossi em A última chance

Sobre o final de seu personagem em A força do querer, Marco Pigossi faz mistério e diz que não faz a menor ideia do que acontecerá com Zeca. “Foi uma novela muito feliz de fazer”, analisa o trabalho na trama de Glória Perez, que se tornou sucesso de audiência na faixa das 21h na Rede Globo.

Entrevista // Marco Pigossi

A força do querer está na reta final. O que você pode contar sobre o encerramento da trama?
Eu não tenho a menor ideia do final da novela. Sei que a Glória Perez já entregou para a direção. Ela tem um talento incrível de criar a motivação dos personagens, de modificar a trama. É importante ver que uma novela dessa dimensão depende muito de uma equipe, nada é solitário.

Há 10 anos que você emenda uma novela atrás da outra. Quais são seus planos?
Primeiro, férias. Foi um ano intenso de novela. Começou em 17 de novembro do ano passado. Foi quase um ano de processo intenso e de dedicação muito forte em cima da novela. Eu preciso dar uma descansada. O ator precisa respirar, viajar, conhecer outras coisas, expandir as experiências e emoções para assumir um novo trabalho.

Desde que começou a carreira você não tinha tido oportunidade de estrear no cinema e agora está em dois filmes. Como se deu isso?
Acho que as coisas têm o tempo certo para acontecer. Foi muito legal entrar no cinema em um momento mais preparado como ator. Sempre fui muito devoto do teatro. Mas vieram essas duas oportunidades interessantes, que foram desafios muito grandes. Eram histórias que eu queria contar. Meus personagens na televisão foram crescendo aos poucos. Acho que esse era o momento certo para entrar no cinema. Estou preparado como ator.

Crédito: Reprodução/Internet. Marco Pigossi em O nome da morte
Crédito: Reprodução/Internet. Marco Pigossi em O nome da morte

Os três personagens, Zeca, Júlio e Fábio são completamente diferentes. Como foi se preparar para esses papéis tão distintos?
A pesquisa ajuda a entender o universo e a motivação do personagem porque ele faz isso ou aquilo. São realmente personagens completamente diferentes. Um é um lutador (Fábio Leão) que se envolveu com o crime do tráfico de drogas por falta de oportunidade, mas ele é salvo por meio do esporte. É uma história de superação. Essa busca do cidadão para se reintegrar na sociedade. O outro é um matador de aluguel (Júlio). É uma história que trata desse abismo social do nosso país, da falta de oportunidade, da impunidade da violência… Fiquei 90 dias praticando luta, convivendo com lutadores, aprendendo sobre a disciplina do esporte. Já em O nome da morte fiquei um tempo no interior do Tocantins fazendo a pesquisa, que, para mim, é o grande barato.

O que sentiu de diferente ao atuar para o cinema em relação à televisão?
O cinema tem uma linguagem diferente da novela. O tempo de filmagem e aprofundamento de personagens é diferente. O filme tem início, meio e fim. É uma construção inteira na cabeça. A novela vai caminhando ao longo da trama. Isso é muito bacana — poder construir um personagem do início ao fim. Numa novela se faz um material mais bruto e vai criando e descobrindo ao longo da trama.

Qual é a sensação de estrear no cinema e logo com dois filmes?
Estou muito feliz. Na verdade, essa é a primeira vez que vou me ver numa tela grande, que não numa tela de televisão. Acho que isso influência na interpretação. São filmes muito importantes, só ganhei, cresci muito como ator e artista e fiquei apaixonado. Esse é um momento interessante para o audiovisual brasileiro. O cinema cresceu muito, tem mais investimento, assim como as séries também. O mercado está se expandindo, se alternando. Quero caminhar por todos eles. Pelas novelas, séries, filmes. Esse é o grande barato do ator, estar se desafiando a linguagem diferentes.