Glória Pires está completamente deslocada em O outro lado do paraíso
O Outro Lado do Paraíso Glória Pires está completamente deslocada em O outro lado do paraíso Glória Pires está completamente deslocada em O outro lado do paraíso

Com tramas promissoras, O outro lado do paraíso derrapa na superficialidade

Publicado em Novela

Mesmo com boas histórias como a da anã rejeitada pela mãe e a do médico gay enrustido, O outro lado do paraíso não desenvolve boas tramas. Veja algumas coisas que não deram certo na novela!

Quando O outro lado do paraíso estreou, era grande a expectativa para saber como o autor Walcyr Carrasco abordaria temas delicados, como vingança, homossexualidade, nanismo, racismo e outros. Pouco mais de dois meses se passaram e apenas a vingança de Clara (Bianca Bin), mesmo com algumas (ou seriam muitas?) ressalvas, foi bem desenvolvida.

Além de não convencer em tramas como a da anã que aceita ser rejeitada pela mãe e tratar com ares de programa de humor dramas como o do médico que leva uma vida dupla por não se assumir gay, O outro lado do paraíso desperdiça talentos como o de Glória Pires, completamente perdida na personagem Duda/Elizabeth.

 

Veja os maiores erros de O outro lado do paraíso!

A trama de Estela

Juliana Caldas como Estela em O outro lado do paraíso
O modo como Walcyr Carrasco traria a trama de uma anã ao horário nobre chamou a atenção desde o início da novela (leia aqui matéria sobre a representatividade no folhetim). Mas o personagem defendido por Juliana Caldas não tem o mínimo de veracidade. Fosse ela uma coitadinha sem oportunidade na vida, a gente poderia até aceitar o fato de ela trocar de cidade por ordem da mãe, a vilã Sophia (Marieta Severo). Mas ela passou anos estudando no exterior, onde fez um mestrado. Ora, uma mulher esclarecida não deveria escutar calada a mãe a chamar de “monstrengo” por mais sofrimento que isso traga. Sim… ela se mudou para impedir a demissão de Rosalinda (Vera Mancini) e foi alvo de chantagem, mas a passividade da personagem incomoda ー e muito!
O drama do doutor Samuel

Eriberto Leão, Ana Lúcia Torre e Rafael Zulu em O outro lado do paraíso
Um dos alvos da vingança de Clara, o médico-psiquiatra Samuel (Eriberto Leão) está prestes a ter o segredo revelado. A mãe dele, Adneia (Ana Lúcia Torre, sempre excelente), já descobriu que o filho mantém um romance com o motorista Cido (Rafael Zulu). Agora, será a vez de a esposa dele, a enfermeira Suzy (Ellen Rocche). E aí já era: ao contrário da sogra, Suzy não poupará o médico do escândalo. Resignado e apaixonado, Samuel deve ir morar com Cido e com a noiva dele. Vai dizer que não é uma boa trama? Ainda mais nas mãos do autor do primeiro beijo gay das novelas brasileiras, com Amor à vida. Mas o tom de humor entre o non sense e o escrachado está muito mais perto de um Ferdinando show do que de uma novela das 21h. Samuel teria lugar certo no Vai que cola!

Sophia serial killer
Raphael Vianna e Marieta Severo em O outro lado do paraíso

Sophia não é flor que se cheire e isso ficou claro desde sempre. Mas a maldade da personagem perdeu a mão e, pelo que parece, vai perder ainda mais. Isso porque depois de matar Laerte (Raphael Viana) com uma tesourada certeira, ela ainda deve fazer mais vítimas. A prostituta Vanessa (Fernanda Nizzato) está na linha de frente. A personagem tem segredos do passado e um deles pode ser que ela está por trás da morte misteriosa do marido.

A Duda de Glória Pires
Gloria Pires como Duda em O outro lado do paraíso

Pobre Glória Pires. A experiente e competente atriz merecia um papel à altura dela. Mas não ganhou. Duda está completamente à deriva em O outro lado do paraíso e é desde sempre. A culpa pela morte de Renan (Marcello Novaes) atribuída a ela a fez mudar de identidade ー de Elizabeth para Duda. Daí, ela se mudou para o interior, foi encontrada (carrega a culpa do assassinato de um pescador) pelos homens de Natanael (Juca de Oliveira), sogro que ela chantageia, e agora está em Palmas, onde, do nada, se torna sócia do bordel. De quebra, ainda tem a história de que ela é a mãe verdadeira de Clara, a quem protegeu assumindo a culpa pelo assassinato de Laerte.

O casal Gael e Aura

Sergio Guizé e Tainá Müller em O outro lado do paraíso
Ainda na primeira fase de O outro lado do paraíso, Gael (Sérgio Guizé) agredia a esposa, Clara. Ela o denunciou, mas ninguém acreditava. Na segunda fase, com mais crédito, Clara consegue colocar Gael na cadeia. Mas neste meio tempo, mesmo com a cidade toda falando, a médica Aura (Tainá Müller) se envolve com o rapaz. Ele a agride e ela não tem coragem de reagir. Improvável, embora aconteça, que uma médica se submeta a isso, fique separada do namorado no tempo em que ele estava preso, e volte para ele.

Cadê os advogados?

Caio Paduan e Érika Januza em O outro lado do paraíso
Apaixonados na primeira fase, Bruno (Caio Paduan) e Raquel (Érika Januza) acabaram separados por causa do racismo da mãe dele, Nádia (Eliane Giardini). Na segunda fase, Bruno é um delegado e Raquel, que havia saído da cidade, reaparece como juíza. O problema é que ele está casado com a médica Tônia (Patrícia Elizardo ー leia entrevista com a atriz). Decidido, ele pede o divórcio a ela. Mas esbarra num problema: ele (delegado) e Raquel (juíza) não conhecem nenhum advogado e nenhum escritório de advocacia que possa fazer o divórcio. Resultado: pedem ajuda ao pai de Bruno, o juiz Gustavo (Luís Mello), que sempre se opôs ao namoro dos dois.