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Aquecimento para o Emmy: Crítica de ‘The Crown’

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A Netflix conseguiu um feito inédito neste ano: emplacar três séries entre as concorrentes a melhor produção dramática no Emmy. E entre elas, é claro, não podia faltar The Crown.

Aquecimento Emmy! Toda sexta-feira o Próximo Capítulo publicará críticas de produções indicadas ao Emmy awards 2017 que ainda não foram citadas no blog. Acompanhe!

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A estreante The Crown, produção original da Netflix, já chegou com direito a indicação ao Emmy. Tem indicação de atores, prêmios técnicos, e claro, o principal de melhor série dramática. E olha o spoiler: cada indicação é super merecida.

The Crown conta a história de Elizabeth II, da família real inglesa. O primeiro episódio já começa a pavimentar o caminho para o falecimento do seu pai, momento em que ela teve que assumir o posto de Rainha. A personagem principal é interpretada por Claire Foy, que aliás, está espetacular no papel, assim como o restante do elenco que dá uma verdadeira aula de atuação.

Essa série sim, reflete o padrão Netflix, que ficou a desejar em muitas produções no último ano. A fotografia maravilhosa torna impossível desviar os olhos da tela, e todo o visual do seriado te transporta direto para o início do século XX. O roteiro é envolvente, empolgante, os diálogos são bem desenvolvidos, e o ritmo flui de forma natural. Como podem ver, não poupo elogios para esse programa, porque ele merece. Vamos falar mais sobre esse roteiro?

Trama forte

A história prende o espectador desde o início, e não apenas porque é baseada em fatos reais, mas por uma série de detalhes que, juntos, funcionam muito bem. Primeiramente, a curiosidade de revelar como vive a família real. O programa vai a fundo e mostra os problemas que os membros da corte enfrentam na vida pessoal. O marido de Elizabeth, por exemplo, sequer pode ter aulas de piloto de avião sem que isso seja aprovado pelo governo. Não há privacidade, não há vida particular. Tudo é público, tudo é decidido por eles, desde os seus nomes, até a casa em que devem morar.

Também é curioso conhecer um pouco mais sobre a vida no início da revolução industrial, como a grande rede de telefonistas necessária para realizar uma simples ligação, os hospitais precários, os automóveis antigos, as usinas termoelétricas. Outro ponto interessante abordado é a dinâmica da sociedade em uma época em que o divórcio ainda era um tabu, e as mulheres ainda estavam conquistando seu espaço (mesmo com uma rainha, o modelo que prevalecia era extremamente patriarcal).

Além do período histórico, que pode ser um grande atrativo para o público, já que conta a história da família real (incluindo personagens retratados em filmes como W.E. – o romance do século O discurso do rei), há também uma elaborada construção dos personagens e das relações entre eles. Através de diálogos muitas vezes sutis, outras vezes nem tanto, se constrói essa rede de amigos, inimigos, ciúmes, desconfiança, inveja, raiva e frustrações. O jogo de poderes sempre está presente, e nunca conseguimos saber quais as reais intenções dos personagens.

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Melhor Ator Coadjuvante em Série Dramática

Esta categoria vai dar trabalho, mas apesar de ter amado Ron Cephas Jones em This is us, acho que a briga vai ficar entre John Lithgow, que interpreta (brilhantemente) Winston Churchill em The Crown, e Michael Kelly que é peça chave desde o início de House of Cards. E você, quem acha que leva?