Juliana Paes como a personagem Maria da Paz de A dona do pedaço
A Dona do Pedaço Foto: Raquel Cunha/Globo. Juliana Paes se despede de Maria da Paz nesta noite Juliana Paes como a personagem Maria da Paz de A dona do pedaço

A dona do pedaço: No dia do último capítulo veja o que deu certo e o que deu errado na novela das 21h

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A dona do pedaço chega ao fim nesta sexta-feira (22/11). O Próximo Capítulo faz um balanço para te deixar por dentro do que valeu a pena (ou não) na trama de Walcyr Carrasco. Confira!

Depois de mais de 160 capítulos chega ao fim nesta sexta-feira (22/11) a novela A dona do pedaço, de Walcyr Carrasco. Com ela, saem de cena tipos como Maria da Paz (Juliana Paes), Amadeu (Reynaldo Gianecchini) e Josiane (Agatha Moreira), muitos dos quais cairão no esquecimento.

A dona do pedaço teve a cara da recente produção de Walcyr Carrasco: texto ruim, situações esdrúxulas, elenco mal aproveitado. Tudo isso e um estranho sucesso de audiência. Com o enredo falho e as tramas fracas, as atuações individuais acabaram sendo os destaques. Chegou a hora de fazermos um balanço do que funcionou em A dona do pedaço e o que não vai deixar a menor saudade!

Pontos positivos

Josiane, Vivi e Fabiana: três coadjuvantes que deram certo em A dona do pedaço
Josiane, Vivi e Fabiana: três coadjuvantes que deram certo em A dona do pedaço

As primas roubaram a cena ー Nada de Juliana Paes. A novela foi realmente comandada por um trio de atrizes inspiradas. Agatha Moreira teve talvez o melhor personagem da novela e fez de sua Josiane uma vilã daquelas que a gente ama odiar ー pena que o autor não tenha dado pistas do motivo de tanto ódio pela mãe. Paolla Oliveira há muito não brilhava como fez ao defender Vivi Guedes. A personagem cresceu, ultrapassou os limites da novela e levou Paolla de volta ao patamar de boas atrizes de sua geração. O outro destaque foi Nathalia Dill e sua Fabiana. A vilã criada num convento talvez seja o personagem mais mal construído entre esses três, mas Nathalia deu conta do recado.

Malvino Salvador – O empresário Agno talvez tenha sido o melhor momento da carreira de Malvino Salvador na televisão. O ator levou às telas um homossexual nada afetado que se assume diante de todos (numa cena tosca de tão mal escrita), enfrenta a ira da esposa, Lyris (Deborah Evelyn) e o desprezo da filha. Nem os diálogos nada sutis e até preconceituosos atrapalharam Malvino e Agno deve ter um merecido final feliz ao lado de Mão Santa (Guilherme Leicam).

Deborah Evelyn – Deborah é outra atriz que teve que driblar a qualidade do texto para brilhar. Mas deu muito certo. Ela divertiu quando Lyris tinha seus arroubos ninfomaníacos e emocionou na relação com o irmão, Régis, e com a mãe, Gladys (Nathalia Timberg, estranhamente colocada de escanteio).

Transexualidade – O tema da transexualidade tinha de tudo para ser divisor de águas com a trama de Britney (Glamour Garcia). Levar essa temática ao horário nobre de uma emissora aberta é um feito e tanto que não pode ser esquecido. Tudo bem se Walcyr não quisesse levantar nenhuma bandeira de representatividade, mas também não precisava transformar o amor de Britney e Abel (Pedro Carvalho) numa trama sem sal. Isso sem falar na cena em que ela se revela trans para o amado, digna do antigo Zorra total.

Pontos negativos

Marco Nanini como Eusébio em A dona do pedaço
Foto: João Miguel Junior/Divulgação. Marco Nanini teve um personagem constrangedor na novela das 21h

Amadeu – Marcos Palmeira bem que tentou defender o mocinho da história em entrevistas. Mas o advogado era sem defesa. O personagem não tinha um propósito, a não ser reconquistar Maria da Paz. E fazia isso da maneira mais sem energia possível. Fora que mocinhos e mocinhas infalíveis são cada vez menos bem-vindos em novelas contemporâneas.

Maria da Paz – Juliana Paes vinha de boas interpretações. Até que não fez tão feio como Maria da Paz. Mas a personagem não ajudou. Foi bem difícil torcer para a empresária bem sucedida que caía em todos os golpes da filha Josiane ー que é dona de fábrica e não tem noção do preço de um bufê de casamento, por exemplo. Fora que a química com Marcos Palmeira é inexistente. Ousado, mas certeiro seria Maria da Paz terminar sozinha. Improvável.

Desperdício de talentos – Para que reunir um timaço como Betty Faria, Rosi Campos, Marco Nanini e Tonico Pereira num mesmo núcleo e esquecer eles ali, jogados? Se bem que era melhor ter esquecido Eusébio do que ter feito Nanini “contracenar” com um mão que tinha vontade própria e bolinava mulheres e afanava carteiras.

Trama “falsa” da maternidade de Josiane – Ou essa trama tem uma reviravolta inesperada justamente no último capítulo ou a entrada de Joana (Bruna Hamú) na trama não serviu de nada, a não ser de dar um par a Rock (Caio Castro). Em uma semana, Maria da Paz sabe da suspeita de que Josiane pode não ser filha dela ー pois teria sido trocada com Joana ー , faz um teste de DNA e descobre que não passava de uma suspeita. Pronto. A trama acabou.

A mudança de Camilo – Me perdi completamente quando Camilo (Lee Taylor) dormiu um empenhado investigador e acordou um terrível opressor, capaz de obrigar Vivi a se casar com ele a partir de uma chantagem e de fazer da esposa uma prisioneira na própria casa. A mudança do personagem é inexplicável, mas bem que o autor poderia ter tentado.