Parlamentares trazem a primeira infância à tona em debate durante congresso de jornalismo de educação

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Durante o terceiro Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, que ocorreu durante segunda (19) e terça (20), em São Paulo, deputados federais trouxeram a primeira infância para o debate sobre o ensino no país.

Deputados debateram a visão do novo Congresso Nacional sobre educação

Pedro Cunha Lima (PSDB-SP) defende que a União e as unidades da Federação tomem à frente ao cuidar da fase que vai de 0 a 6 anos de idade. “Não dá para entregar a primeira infância na mão do município, que é o ente que menos tem”, observou o parlamentar e presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.

No evento, organizado pela Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca), Pedro Cunha Lima debateu “a visão do novo Congresso sobre educação” com outras duas deputadas federais e integrantes da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados: Tabata Amaral (PDT-SP) e Caroline de Toni (PSL-SC). A mediação da mesa foi do jornalista e diretor da Jeduca Paulo Saldaña (Folha de São Paulo).

Pedro Cunha Lima

A mesa destacou que a polarização ideológica que ronda a educação na gestão Bolsonaro acaba por atrapalhar a execução de políticas públicas educacionais que não geram discordância. Entre elas, o atendimento à primeira infância e a construção de mais creches públicas, como destacou Pedro Cunha Lima, que é advogado, presidente do Instituto Teotônio Vilela e mestre em direito pela Universidade de Coimbra.

“Nunca teve tanto consenso do que precisa ser feito. Apenas 34% das crianças de 0 a 3 anos estão na creche, e esse número é alavancado pelos mais ricos”, afirmou o deputado. Ele também fez um apelo para que a imprensa “coloque a primeira infância na capa” e abrace essa causa.

Tabata Amaral

Tabata Amaral, cientista política e astrofísica formada na Universidade Harvard, também mencionou os anos iniciais. “A gente tem crianças que vêm de famílias em que o pai e a mãe, ou só a mãe, que é a maioria dos casos, não sabe ler nem escrever. Essa falta de capital cultural que essas crianças levam para a escola tem custo para você reverter”, disse.

“A nossa falta de investimento na primeira infância, que coloca crianças de 1 ano de idade em posições completamente diferentes para aprender, também têm um custo adicional”, completou a criadora do Mapa Educação e cofundadora do Movimento Acredito. A parlamentar e ativista pela educação defendeu que o Brasil precisa “investir mais” em educação básica, além de “investir melhor”.

*A jornalista viajou a convite do Instituto Unibanco