Quer uma vaga na área criminalística? Polícia Técnico-Científica de Goiás oferece 460 chances

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A biomédica Cinara Lopes quer seguir a carreira de perita criminal (Foto: Weudson Ribeiro/Esp. CB/D.A Press)

Do Correio Braziliense   Com salários de até R$ 7.648,67, a Polícia Técnico-Científica de Goiás, vinculada à Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan), oferece, 460 oportunidades: 60 são para nível fundamental (auxiliar de autópsia) e 400 são para nível superior, nos cargos de médico legista (para graduados em medicina) e perito criminal (para qualquer curso). Com aura de seriados investigativos, as atividades de profissionais da instituição consistem em produzir laudos, analisar cenas de delitos, coletar evidências, apurar causas e emitir pareceres. Engana-se, porém, quem pensa que a profissão é glamourosa como na tevê. É o que diz o policial civil e papiloscopista aposentado Milton Sabino, 54 anos. Embora gratificante, a área demanda extrema dedicação. “De grande importância, a datiloscopia, a perícia criminal e a medicina legal são pilares da ação investigativa. Ao tomar uma decisão, o juiz relaciona provas dos três ramos que, apesar de similares, são independentes. Portanto, isso demanda do futuro agente alto nível de discernimento, profissionalismo e responsabilidade”, revela.   Prova extensa As inscrições terminaram em 24 de dezembro, e sobra pouco tempo de preparação para as provas, marcadas para 8 de fevereiro. Hérico Avohai, professor de física do Instituto de Estudos Farmacêuticos (Ifar) aconselha organização nesta reta final. “Apesar de contar com poucas questões, a prova tende a ser extensa. Mais do que bagagem de conhecimentos, exige do candidato também um preparo físico”, aponta. O certame é organização pela Fundação Universa (Funiversa), e candidatos acostumados com o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe) precisam ficar atentos. “As provas da Funiversa são bem contextualizadas e cobram alto nível interpretativo, diferentemente do Cespe, que apresenta textos mais pontuais e não exige uma leitura tão a fundo para responder as questões”, compara Hérico Avohai.   Para o cargo de auxiliar de autópsia, a prova é objetiva com 60 questões sobre português, matemática, informática, legislação aplicada à perícia, segurança do trabalho, ciências e realidade étnica, social, histórica, geográfica, cultural, política e econômica de Goiás e do Brasil. Para a função de médico legista, além de prova objetiva com 60 questões (português, informática, raciocínio lógico, direito, segurança do trabalho, criminalística, medicina legal e realidade étnica, social, histórica, geográfica, cultural, política e econômica de Goiás e do Brasil), os candidatos passarão por prova dissertativa. Os candidatos a perito criminal também resolverão 60 itens (português, direito, segurança do trabalho, medicina legal, criminalística, biologia, ecologia e meio ambiente, física, química, química inorgânica, matemática, contabilidade e realidade étnica, social, histórica, geográfica, cultural, política e econômica de Goiás e do Brasil) e a dissertação. Os concorrentes com deficiência passarão ainda por avaliação com equipe multiprofissional para provarem que podem exercer a função.   A prova discursiva, somente para os cargos de nível superior, consiste na elaboração de um texto dissertativo de, no máximo, 30 linhas sobre tema escolhido pela banca examinadora. Aqueles que pleiteiam as vagas de perito criminal devem conhecer os procedimentos de mecânica aplicada aos movimentos, já que grande parte das atividades desenvolvidas pelo profissional da área está ligada aos acidentes de trânsito, especula Hérico. O especialista aponta a possibilidade de o tema ser cobrado na redação para o cargo. “Tem sido assunto recorrente nos concursos para funções do tipo. Dominar conceitos acerca de balística, defeitos de projéteis e seus impactos posteriores podem fazer a diferença. O candidato que conseguir revisar esses tópicos estará em vantagem”, diz.   Exame multidisciplinar O perito e criminalista Laécio Carneiro Rodrigues, professor de criminalística do Ifar, ressalta que o concurso abrange diversos ramos do conhecimento. Segundo ele, para sair-se bem, o candidato ao cargo de auxiliar de autópsia precisa ter noção multidisciplinar acerca dos conteúdos cobrados no edital A dica é agir com coerência na elaboração do plano de estudos. “Gerir o tempo gasto durante a preparação é uma dificuldade enfrentada por muitos que pleiteiam as vagas. A banca exige alto nível de conhecimento, e o candidato dispõe de pouco tempo para responder as questões, apenas 4h30. A atenção deve ser redobrada na prova dissertativa, que tem peso alto para a colocação dos aprovados”, alerta.   Por um futuro melhor Biomédica na Secretaria de Educação do Distrito Federal, Cinara Lopes, 34 anos, se prepara para o concurso desde 2009 e tem um sonho antigo de ser perita criminal. Influenciada pelo pai, militar, a candidata fez outros concursos do tipo, como o da Polícia Civil de Tocantins. Para garantir a vaga desta vez, Cinara aposta nas questões de direito e de medicina legal, matérias que considera fáceis. “O problema aparece nas questões de física. Tenho dado atenção especial às disciplinas em que encontro dificuldade, como português, já que as provas da Funiversa costumam ser extensas e cansativas”, conta.   O que diz o edital Processo seletivo para a Polícia Técnico-Científica de Goiás

Inscrições: Encerradas em 24 de dezembro Vagas: 60 para auxiliar de autópsia, 150 para médico legista, 250 para perito criminal, além de cadastro de reserva Salários: R$ 3.978,19 (auxiliar de autópsia); R$ 7.648,67 (médico legista e perito criminal) Provas: 8 de fevereiro   Passe bem / Criminologia e medicina legal Sobre a criminologia, é correto afirmar que   (A) ela não é considerada uma ciência para a maior parte dos autores. (B) tal conhecimento encontra-se inteiramente subordinado ao direito penal. (C) ocupa-se do estudo do delito e do delinquente, mas não se ocupa do estudo da vítima e do controle social, uma vez que tal assunto constitui objeto de interesse da sociologia. (D) ocupa-se do estudo do delito e do controle social, mas não se ocupa do estudo do delinquente e da vítima, uma vez que tal assunto constitui objeto de estudo da psicologia.

(E) constitui um campo fértil de pesquisas para psiquiatras, psicólogos, sociólogos, antropólogos e juristas.   Comentário:

Opções A e B estão erradas: criminologia é ciência e não se vincula ao direito penal. Ela atua no campo do ser, enquanto o direito penal atua no campo normativo (dever ser). Opções C e D também estão erradas: a criminologia estuda o delito, o delinquente, a vítima e o controle social. Portanto, a opção correta é a letra E.   Questão retirada da prova para perito criminal da Polícia Civil de São Paulo (2013), comentada pelo professor Paulo Coen, do Ponto dos Concursos.