É, concurseiros… Parece que vem por aí mais uma polêmica em relação a provas de concurso. Desta vez, a irregularidade aconteceu nas provas da seleção do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). O processo seletivo oferece 288 vagas, sendo 257 chances para nível médio e 31 para nível superior. A equipe do CorreioWeb recebeu várias denúncias de candidatos reclamando das provas dissertativas. Os concorrentes nos contaram que a organizadora do concurso, a Fundação Dom Cintra, orientou os inscritos a escreverem a redação (ofício) atrás da folha de respostas da avaliação objetiva, já que não havia folha específica e separada para a realização do exame escrito. Entramos em contato com a Fundação Dom Cintra para checar a informação, que foi prontamente confirmada pela assessoria do órgão. Sendo este o caso, pode ser que os 25.962 candidatos tenham problemas pela frente. Veja o que diz o edital de abertura do próprio concurso:
8.14. Da Prova Discursiva
8.14.1. O candidato deverá responder a questão proposta no caderno de texto definitivo da prova discursiva, utilizando caneta esferográfica de tinta indelével preta ou azul. 8.14.2. A página do texto definitivo da prova discursiva não poderá ser assinada, rubricada e/ou conter qualquer palavra e/ou marca que a identifique, sob pena de ser anulada. Assim, a detecção de qualquer marca identificadora no espaço destinado à transcrição do texto definitivo acarretará nota zero. Para Sylvio Motta, advogado e vice-presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac), caso seja realmente possível identificar os candidatos através do espaço reservado à redação, a anulação das avaliações do certame é certa. “Isso viola as regras básicas de sigilo que devem nortear a correção das provas, o que implica na invalidação imediata de todo o processo seletivo, não há o que questionar”. Ele explica que, em todos os concursos públicos, a organizadora é obrigada a fornecer material específico para a realização da prova discursiva. Além disso, Motta ressalta que, se for comprovada a falha de violação do sigilo, o MAPA poderá, inclusive, rescindir o contrato firmado com a Fundação Dom Cintra para a organização do concurso. “Neste caso, a Fundação terá de pagar multa rescisória e devolver a todos os candidatos o valor referente à taxa de inscrição”, completa. Confira aqui o edital de abertura da seleção.
Vários internautas que fizeram as provas do MAPA estão discutindo este assunto no Fórum CW. E o tema está pegando fogo! Entre e participe!
Alguns argumentam que “folha de respostas” é diferente de “página do texto definitivo da prova discursiva”, e que por isso não há risco de os candidatos terem suas redações identificadas. Outros concorrentes, no entanto, acreditam que mesmo que a avaliação escrita tenha sido feita no verso, não há como a organizadora garantir sigilo sobre os dados dos participantes.
E você, o que acha disso?