A perigosa temporada das tentações traz o risco iminente de marcas na consciência e no bolso!
Sempre procuro “ter juízo” quando o fim do ano chega. Por força da profissão que exerço, tenho que sair por aí conferindo lançamentos, checando vitrines, procurando barganhas – interessantes ou não – para dar dicas, indicações, fazer críticas e (porque não?), comprar coisinhas que também sou filha de Deus e nada imune a tentações.
Confesso que já fui mordida pelo “bicho-do-remorso” algum tempo depois, quando me dei conta de ter despendido ‘vil metal’ por um elefante branco, autêntica tranqueira, algo absolutamente não reciclável, impossível de passar adiante sob pena de perder amizades e com o “generoso” gesto criar situação embaraçosa para todos os envolvidos no oportuno desapego.
Por tudo isso recomendo a todos os consumistas de plantão:
bateu o olho em algo que provoca a vontade incontrolável de “levar pra casa”, ponha a cabeça no lugar, dê uma volta para checar outras tentações e comparar preços. Tomar um café enquanto pensa, faz cálculos, é um bom quebra-galho porque (momentaneamente) desvia do campo de visão o objeto e dá chance de calcular o tamanho do estrago no orçamento cuidadosamente preparado para a perigosa temporada.
Confira dicas para enfrentar a temporada!
- Muito, mas muito cuidado mesmo com as roupas à venda. O critério para comprar trajes tem que ser minuciosamente avaliado. Tenha em mente que aquela roupa na vitrine está vestindo manequim que mais parece um fiapo, de tão magra e o traje foi ajustado no esquálido disposer com fita crepe (que seria da moda sem ela?) e alfinetes. Na vida real a coisa muda.
- Pneuzinhos, gordurinhas localizadas, pernas mais grossas etc., são privilégios de quem é feito de carne e osso. Uma boa ajuda é levar junto alguma amiga de fato, experimentar a roupa e acreditar na opinião alheia garantidamente honesta. Ajuda muito ter conhecimento do próprio corpo, da silhueta e levar em conta a idade e a cidade em que vivemos, seu clima e lugares a frequentar.
- Finalmente, tenha sempre em mente que, na maioria das vezes, as promoções não são lá essas coisas – os preços são marcados lá no alto nos lançamentos de coleções e novidades justamente para fazer parecer ótimas as remarcações nas datas comemorativas em que presentear é uma instituída obrigação.
- O lucro ledo dos comerciantes não pode deixar de existir jamais. Eles e suas empresas vivem disso e não se discute. Mas nós, consumidores também precisamos ter juízo com nosso dinheirinho. Ademais, se der para esperar acabarem as festas, melhor – novos lançamento surgirão aos montes assim que começar o ano e as prateleiras terão que ser esvaziadas para a entrada das novidades. Daí, sim, a liquidação do estoque é boa “pra valer”.
Em todo o caso, boas compras e juízo. Se possível.