A forma da água tem várias acusações de plágio
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Discussões, reflexões, plágio – O saldo de uma Hollywoodiana noite

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Quando palpites a favor e contra em uma premiação podem se transformar no grande saldo de uma hollywoodiana noite!

Apesar de já estar na bica de comemorar aniversário de uma semana, a entrega do Oscar de melhor filme para A forma da água ainda é assunto. Notícia recém-divulgada sobre o laureado filme provoca certo auê nos meios de comunicação que ouso dizer, prejudicou um pouco o saldo da hollywoodiana noite de 2018.

Já assumi minha posição em relação a tal filme na coluna anterior e a mantenho – depois dos 10 primeiros minutos de exibição já dá para adivinhar o final e só por isso não o assistiria novamente. Tinha certeza que em poucos dias ninguém mais se lembraria da bobinha e batida história de amor entre a carente, ingênua e romântica faxineira Elisa Esposito e o ser aquático-desprovido-de-beleza-porém-dotado-de-alma-e-pureza-de-sentimentos.

Qual o quê, não é que denunciaram tardiamente que do premiadíssimo quem-ama-o-feio-bonito-lhe-parece constavam cenas, de relevante importância, chupadas de obras alheias, mais precisamente de Let me hear your whisper (David Zindel, 1969, peça teatral), Delicatessen e Amelie (Jean-Pierre Jeunet, 1991 e 2001 respectivamente). Se não bastassem as três obras alheias, surgiram comentários online que um curta de 2015, The space between us, dirigido e escrito por Marc Nollkaemper, também entrou na “plagiação” do diretor Guillermo Del Toro. O trabalho de Marc rolou quando o rapaz era ainda estudante e foi apresentado na Netherlands Film Academy.

Pelos primeiros minutos de A forma da água já sabemos o fim do filme
Pelos primeiros minutos de A forma da água já sabemos o fim do filme

Uma tragédia? Creio que não. Pelo contrário – a curiosidade, somada à premiação máxima, deverá aumentar em muito as filas nas bilheterias dos cinemas e, com isso, quem lucra com a exibição de filmes vai rir de orelha a orelha; Guillermo Del Toro será incensadíssimo e os atores da obra controversa sofrerão (no bom sentido) assédio nas ruas, supermercados e por aí vai, sem falar nos contratos que deverão assinar daqui pra frente. A britânica Sally Hawkins (Elisa Esposito) vai continuar atuando porque já foi premiada uma vez por ser excelente atriz.

O rapaz que passou duas horas com guelras, escamas gigantescas, olhos esbugalhadamente pretos e um corpitcho de causar inveja em qualquer um, todo certinho e definido, sem um pingo sequer de gordura tampouco terá problemas em atuar – seu nome é Doug Jones, é americano, tem 57 anos de idade e 1,92m de altura. É ator, contorcionista e familiarizadíssimo com papéis em obras de ficção científica, fantasias e filmes de horror. Claro que fui ao Google pesquisar porque no filme de Guillermo, o casal romântico central não pronuncia palavra e a voz pode em alguns casos fornecer pistas. Vide Anthony Quinn e Sean Connery, apenas para citar dois.
Bem que podiam ter deixado Doug Jones ir à cerimônia do Oscar caracterizado como no filme. Seria certamente entrevistado na porta e talvez o reconhecêssemos pelo jeito de falar.


Se fosse possível, telefonaria agora para Guillermo Del Toro e sugeriria que pedisse desculpas aos plagiados. Num mundo perfeito, o mexicano dividiria o lucro com os que escreveram a história antes dele. Mas, nos Estados Unidos funciona bem demais a política dos processos judiciais por indenização. Mas acho que todos os envolvidos sabem disso.