Vidas que se doam

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Com recursos próprios e doações, protetoras de Brasília se desdobram para dar uma vida digna a animais resgatados. Para continuar, porém, elas precisam de ajuda

Muita gente se emocionou com a história do Abrigo Flora e Fauna, que já saiu em muitas reportagens do Correio e, agora, foi totalmente reformado pelo programa Caldeirão do Hulk, da Rede Globo. O trabalho de Orcilene Arruda de Carvalho é mesmo maravilhoso e, assim como ela, muitos outros protetores de Brasília doam tempo, dinheiro e amor aos animais. Para dar continuidade a essa nobre missão, eles precisam de ajuda, seja em forma de doações materiais ou de voluntariado.

Conheça algumas dessas histórias.

Rita Lomba criou um santuário para animais resgatados Crédito: Cláudia de Paula/Divulgação

Rita Lomba alugou um terreno, com recursos próprios, e criou um santuário para animais resgatados

Um santuário de amor e proteção

O amor da pensionista Rita Lomba pelos animais também vem de criança e a acompanhou por todos os lugares por onde passou: Bahia, Rio de Janeiro e aqui, em Brasília. Rita conta que, quando pequena, chegou a ter cerca de 30 bichinhos entre cachorros, gatos, galinhas e até patos. “Meu pai era um protetor nato. Herdei dele a paixão pelos animais”, diz. Motivada por essa paixão ela deixou de lado o trabalho como fotógrafa e resolveu abrir um pet shop e um hotel em 2007. Lá, ela já começava a recolher também animais resgatados por pessoas que não tinham onde deixá-los. Foi aí que surgiu a ideia de construir um santuário. Em uma chácara alugada, ela recolhe animais resgatados das ruas ou de maus-tratos. “É para ser um lugar para apoiar outros protetores, com preços mais em conta, para que possam dar conta de ajudar mais.”, afirma. Somando casa e santuário, são cerca de 70 animais acolhidos por Rita. Mas para continuar funcionando o lugar precisa de voluntários e doações. “Hoje recebo apenas 100 reais de doações”, revela Rita.

Frajola em busca de um lar

Frajola foi resgatado anêmico e hoje é um gatinho cheio de vida
Frajola foi resgatado anêmico e hoje é um gatinho cheio de vida

Todas as noites é assim. A aposentada Edwirges Silva, apelidada carinhosamente de Vivi , é vista  circulando pela escuridão das floriculturas da região do Jardim Botânico.  Um desavisado pode até pensar ela é doida – já que a região é perigosa nesse horário – mas seu propósito é muito nobre: alimentar os gatos que lá vivem e que, quando o sol se põe, saem em busca de comida.  A ração é ela quem compra; Edwirges conta que já chegou alimentar  uns 20 gatos e regatou mais de 10 só ali nas floriculturas. Mas não pára por aí. Motivada pelo amor a esses pequeninos, ela já vacinou, castrou, arranjou lares para vários e até levou alguns deles para a própria casa. O mais novo hóspede da aposentada é Frajola. O gatinho foi diagnosticado com o que se chama de leucemia felina. Chegou anêmico e sem forças à casa de Vivi. Depois de muito cuidado e dedicação – são 9 remédios todos os dias – , Frajola já se sente mais forte para brincar com os outros bichinhos de Edwirges. “O Frajola já está esbanjando energia, mas precisa de um lar onde possa brincar e correr para extravasar”, conta ela, que está em busca de um lar para o gatinho.

A paixão pelos animais é antiga. Vivi conta que, quando criança, sua mãe lhe deu dinheiro para que comprasse uma dúzia de ovos. Em vez dos ovos, comprou uma pomba. “Cheguei em casa, corri pra janela e soltei!”, revela. Gatos, ela já ajudou atropelados e abandonados, tanto bebês quanto adultos . “Amar é a Lei Cósmica. Servir é a oração em ação. Então, apenas faço o que o Mestre do Amor Universal pediu: dar pão a quem tem fome, água a quem tem sede. Em todos os reinos: humano, animal e vegetal”, conta.

Paixão

IMG_1530Paixão é o sobrenome de Nathália e o que a move no dia a dia da profissão. Nathalia Paixão se formou em veterinária, mas não para ganhar dinheiro e sim pelo amor aos animais. “Desde os 5 anos de idade quando meu pai me perguntava eu já sabia o que queria: cuidar de bichos”, conta. Por isso, além do atendimento cobrado, ela sempre está resgatando e ajudando animais em situação de abandono. Tantos que já perdeu a conta. Só nas últimas 3 semanas cuidou de cerca de 20 cães e 3 gatos. Um dos últimos casos foi de um casal também “apaixonado”. Brutus e Athena vagavam sempre juntos pelas ruas de Santa Maria, entorno do Distrito Federal. “Fiquei surpresa com a união dos dois. Parece que andavam juntos toda a vida”, disse. Logo, descobriu-se que Athena estava grávida. Nathália cuidou dela e dos bebês: Brutus já foi adotado e os filhotes também. Athena se recupera de uma infecção que pegou durante a amamentação e, logo, também será colocada pra adoção. “Resgatar e cuidar de animais em situação de abandono deveria ser parte da natureza de qualquer ser humano. Pois os animais são indefesos não são capazes de se virar sozinhos. São como crianças, mas ao contrário delas, que um dia ficam independentes, precisam de ajuda pra vida toda”, diz.

(Texto e fotos: Claudia de Paula/ Especial para o Mais Bichos )

Serviço:

Santuário Nova Aliança. Doações e voluntários. Contato: 9672-9093

Adoção do Frajola. Contato: 98243-1196

Adoção da Athena. Contato: 9167-7991