Vacinação contra raiva ainda sem previsão

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Última campanha de vacinação aconteceu há exatamente um ano. Animais precisam do reforço anual para ficar protegidos, mas GDF ainda não tem previsão para a ação em 2017. Veterinária de Brasília alerta que surto da doença pode ser devastador para humanos e animais

Animal recebendo reforço da vacina em campanha de 2014 Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Animal recebendo reforço da vacina em campanha de 2014 Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Muitos leitores têm perguntado ao blog quando a Secretaria de Saúde do Governo do Distrito Federal (GDF) iniciará a campanha de vacinação contra a raiva, doença sem cura e com alta taxa de transmissão. Em 2016, a ação ocorreu em agosto (área rural) e setembro (área urbana), imunizando mais de 270 mil cães e gatos.

Prevista para o dia 28 do mês passado, a campanha deste ano, porém, foi cancelada em cima da hora pela Subsecretaria de Vigilância à Saúde (SVS). Sem entrar em detalhes, o órgão informou à reportagem do Correio que a ação estava sendo reformulada, e que seria anunciada “nos próximos dias”. Isso foi em 24 de agosto. Hoje, o blog entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Saúde, pedindo informações sobre a nova data. A resposta é que ainda não há previsão.

A veterinária Lorena Bastos, clínica geral e cirurgiã da Clínica Salud Pet, lembra que um surto de raiva pode ser catastrófico. Embora a doença esteja controlada na zona urbana, o vírus ainda circula em animais silvestres. “A prevenção deve ser vista como uma questão de saúde pública”, diz. Para os que não querem correr risco, a alternativa é vacinar em clínicas particulares – a vacina, de dose única, custa em torno de R$ 50 e deve ter reforço anual.

 

” A raiva é uma zoonose (doença que pode ser transmitida dos animais para humanos) que tem em áreas urbanas os cães e gatos como o principal transmissor. Com o crescimento populacional de animais de estimação nas cidades (44,3% dos lares brasileiros tem pelo menos um cão e 17,7% tem 1 gato), a vacinação desses animais se torna indispensável, pelo risco de ocorrerem surtos graves de zoonoses como a raiva”, explica Lorena Bastos.
A doença não tem tratamento específico, e, quase sempre, é letal.  “O vírus da raiva tem uma grande capacidade de transmissão e a doença ainda não tem cura certa. Atualmente, no mundo, há somente sete  casos documentados de humanos que contraíram o vírus e sobreviveram. O mesmo risco existe para os animais, pois uma vez que contraem a doença, não há meio de tratamento eficaz”, afirma a veterinária.