Medicina integrativa trata pet como um todo

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A partir de hoje, a médica veterinária Ana Catarina Valle explica, semanalmente, os conceitos da medicina integrativa para pets. Essa prática não se foca apenas na doença, mas enxerga o animal como um todo. Dependendo do caso, o tratamento inclui homeopatia, fitoterapia e acupuntura, entre outros

Ana Catarina Valle: homeopatia ajuda animais desenganados pela medicina tradicional Crédito: Raimundo Sampaio
Ana Catarina Valle: homeopatia pode ajudar animais desenganados pela medicina tradicional Crédito: Raimundo Sampaio

 

Foram três anos de peregrinação por clínicas veterinárias, doses cavalares de medicamentos fortes, inclusive corticoides, inúmeros exames e muito estresse até que a gatinha Mia começasse a recuperar os pelos. Já adulta e acostumada a reinar sozinha na casa da cientista política Daniela Dias, a bichana passou a dividir espaço com o gato Tonico quando Daniela se casou com a nutricionista Kelly Ferro.

O tratamento convencional não resolveu o problema de Mia Crédito: Arquivo pessoal
O tratamento convencional não resolveu o problema de Mia Crédito: Arquivo pessoal

“Primeiro, nos disseram que era fungo. Ela fez o tratamento e não adiantou. Passamos por uma dermatologista, que identificou que não havia queda de pelo. Na verdade, a Mia estava arrancando o próprio pelo, era um problema comportamental”, conta Daniela. Além de tomar corticoide, a gata passou a ser atendida por um especialista em comportamento animal, mas não houve melhora. Ela continuava arrancando os fios e chegou a ficar totalmente despelada. O sofrimento era muito, recorda a Daniela. “A gente sofria, chorava muito, porque via o sofrimento dela e nada fazia a Mia melhorar”, diz.

Por indicação de duas veterinárias, Daniela e Kelly decidiram levar Mia a Ana Catarina Valle, médica veterinária, pós-graduada em homeopatia e acupuntura veterinária e doutoranda em biotecnologia. “Eu acredito na medicina tradicional, mas sei que nem sempre ela funciona. Eu mesma sempre tive resultados melhores com a medicina integrativa. A Kelly, por ser da área da saúde, também tem essa visão”, conta Daniela.

Em seis meses de tratamento com homeopatia, Mia sarou. Os primeiros resultados apareceram em duas semanas, quando a gatinha mostrou-se mais relaxada. Passado um mês, os pelos voltaram a crescer. Hoje, ela continua com o corticoide, mas em uma dose bastante baixa, de 0,2ml, aliado ao medicamento homeopático.

Ana Catarina explica que a homeopatia teve  início em 1796, por meio do médico alemão Samuel Hahnemann. No Brasil, a homeopatia veterinária foi oficialmente reconhecida em 1995.  “A homeopatia vem sendo comprovada cientificamente por meio das pesquisas que envolvem medicamentos ultradiluídos e estudos moleculares. Essa terapia constitui uma excelente opção de tratamento das variadas doenças apresentadas pelos animais. Visa o tratamento não só dos sinais clínicos da doença, mas do indivíduo como um todo; ou seja, corpo, mente e ambiente em que vive, entre outros”, diz.

Segundo a médica veterinária, muitas pessoas desconhecem os efeitos da homeopatia em animais. O tratamento pode ser administrado para todos os tipos de enfermidades não-cirúrgicas, com a vantagem de não haver efeitos colaterais, diz Ana Catarina. “As medicações homeopáticas são específicas para cada paciente, dependendo exclusivamente das necessidades de cada um, onde cada caso é um caso”, afirma.

No Brasil, a homeopatia para cães e gatos começa a ser adotada principalmente por tutores que já usam essa terapia neles mesmos e conhecem os efeitos. “Ou mesmo naqueles casos que não há mais solução pela medicina convencional. Costuma-se dizer que a homeopatia não trata a doença e, sim, o doente. O tratamento homeopático visa o reequilíbrio das funções vitais do organismo, fazendo com que o próprio corpo reaja contra a doença, promovendo a cura”, ensina a médica.

Mia, totalmente recuperada depois de começar a homeopatia Crédito: Arquivo Pessoal
Mia, totalmente recuperada depois de começar a homeopatia Crédito: Arquivo Pessoal

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