Adestramento: Treino para um convívio feliz

Imagem mostra adestrador e uma personagem com seus cãezinhos. Adestramento.
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 Se o cão, por algum motivo, está “mal educado”, não hesite em requisitar o serviço de adestramento. Costuma dar bons resultados, não importa a idade do pet

 

 

Os cãezinhos não vêm com manual de instrução, e às vezes os donos têm dificuldade de impor limites à mascote. “Tão pequeno, ele não vai aprontar nada.” “Ele pode dormir com a gente só esta noite.” “Ele é filhote! É normal roer alguns móveis.” “Ele não gosta muito de visitas, fica assustado.” Daí o tempo passa e a bagunça foge do controle. E agora? Como mudar o comportamento de um bichinho que já tem seus hábitos e manias?

O adestrador Vilmar José de Oliveira, da Funcional Dog, atua no campo há 27 anos e garante ter a solução. É interessante educar o pet desde filhote, mas comportamentos indesejados podem ser corrigidos independentemente da idade.

“Tenho inúmeros casos de cães mais velhos, que, com o reforço positivo, tiveram hábitos transformados”, relata. Cada caso é um caso, mas o adestramento leva, em média, três meses.  “As pessoas pensam que bichos idosos são incorrigíveis, mas, na verdade, é um choque cultural. Eles apenas precisam se desestressar de alguma forma”, analisa.

Os métodos hoje usados no adestramento são baseados em estudos do comportamento e não em técnicas de punição ou agressão, como muitos pensam. Vilmar trabalha com a técnica “look at that” (olhe para isso), desenvolvida pela norte-americana Leslie McDevitt, especialista em comportamento canino. O método ensina o cão a olhar para certo objeto ou pessoa, em troca de recompensas. “É um treino de troca. Damos alguma coisa melhor do que a que ele tenta proteger”, descreve. O cão aprende que, se agir de determinada forma, será gratificado.

A gerente financeira Priscilla Matsumaga, 31 anos, tem dois spitz alemães — Kiwii, 5, e Woody, 2. O mais velho não era nada sociável e chegava a ser agressivo com quem se aproximava. Além disso, era muito possessivo com seus brinquedos, o que não facilitou a chegada de Woody. O caçula, por sua vez, era muito medroso. “Ele ficava desconfiado das pessoas, tinha medo de outros cachorros e de objetos maiores do que ele”, recorda Priscilla.

A preocupação maior de Priscilla sempre foi com o comportamento irascível de Kiwii. “Tinha muito medo de ele machucar alguém. Quando estava na cama e alguém chegava perto, às vezes acabava mordendo a pessoa.” Como as mascotes eram muito diferentes entre si, a tutora resolveu pedir a ajuda de um profissional. O adestramento logo trouxe resultados: Kiwii, que antes era agressivo, hoje é mais dócil, pede afago e divide os brinquedos com Woody. “Antes, fazíamos carinho por tempo limitado, porque ele rosnava muito. Agora, já solicita carinho e está sempre próximo de todos”, completa.

As melhorias na vida de Woody também foram significativas. Ele já aceita a companhia de cães maiores e não estranha tanto objetos. Para Priscilla, a mudança no comportamento dos pets foi um avanço. “Se eu soubesse que seria tão positivo, teria começado quando eles eram filhotes, porque várias das coisas que eu fazia (para educá-los) descobri que não funcionam.” Ela tentou, por exemplo, repreendê-los com spray de água e os deixou em cômodos separados. Nada disso adiantou… A cada nova tentativa, Kiwii e Woody respondiam com “birras”, como fazer xixi no lugar errado.

Priscilla procura reforçar o comportamento positivo em vez de focar nos erros. Para alcançar o melhor resultado, procura fazer parte do treinamento. Caso contrário, os cães entendem a mensagem que somente o adestrador sabe fazer aquelas “brincadeiras”. “O que eu sempre recomendo para pessoas com cães mais velhos é ficarem atentas aos sinais de estresse, como bocejar muito, espreguiçar-se demais ou se lamber em excesso. Quanto mais estressado, maior o nível de cortisol. É assim que problemas de comportamento e até de saúde começam a surgir”, completa Vilmar.

O beagle Thor, de 6 anos, também teve a vida transformada com o adestramento. Desde filhote, era muito bagunceiro e destruía tudo o que via pela frente. No começo, sua dona, a professora Tainah Rocha, 36, achava que era normal, pois a raça tem fama de ser agitada. Depois de tentar várias abordagens, sem sucesso, partiu para o a adestramento. “Todo dia, quando eu chegava do trabalho, ele tinha comido algum móvel ou alguma roupa. Não sabia mais como lidar e a melhor coisa foi adestrá-lo.” Depois de alguns meses, Thor começou a abandonar os comportamentos indesejados.

Foi uma surpresa positiva, admite a tutora. Hoje, caminha normalmente na rua com o cão, coisa que antes era impossível. “É ótimo ver que ele aprendeu e, agora, não é mais uma preocupação deixá-lo sozinho, por exemplo. A gente ama tanto esses bichinhos, mas, quanto eles aprontam, ficamos desesperados”, brinca.

Por Marília Padovan*,  da Revista do Correio

* Estagiário sob supervisão de Gustavo T. Falleiros.

Adoção de animais: Confira as feiras do fim de semana

Confira as feiras de adoção de animais
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Adoção de animais nesse fim de semana

Abrigos do DF realizam várias feiras de adoção de animais neste fim de semana. Agora só não adota quem não quer.

imagem mostra cartaz de feira de adoção de bichos

Feira de adoção de bichos do Abrigo Flora e Fauna

sábado 15/10 das 11h às 16h

108 sul

 

 


imagem mostra cartaz de feira de adoção de bichos

 

Feira de adoção de bichos e campanha de prevenção do câncer de mama em animais

do Projeto São Francisco

sábado 15.10 das 10h às 15h

SIA trecho 2, ao lado da Gravia

 

 


imagem mostra cartaz deimagem mostra cartaz de feira de adoção de bichos

 

Feira de adoção de bichos da  Atevi

sábado 15.10 das 09h às 15h

CLSW 101,bloco A, loja 42

 

 

 


imagem mostra cartaz de feira de adoção de bichos

Feira de adoção de bichos do Abrigo Flora e Fauna

Domingo 16/10 da 11h às 15h

SIA trecho 2, ao lado da Gravia

 

 

 

Os animais são amigos tão agradáveis: não fazem perguntas, não criticam.

George Eliot

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bravos sobreviventes

Imagem do Cão Jojo, que possui uma deficiência física
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Deficiência física, os desafios do dia a dia não são enfrentados apenas por pessoas, alguns animais também têm que aprender a conviver com certas dificuldades.

 

Na casa da professora Luciana Pereira, 50 anos, foi preciso criar uma rotina rígida para facilitar o convívio com a bull terrier albina Zara, de 9 anos. A cachorrinha, por ter nascido surda, não atende a comandos para comer ou para passear. Quando filhote, ela não escutava os rosnados e os latidos dos cães mais velhos no canil em que vivia. Assim, Zara sofreu com ataques e mordidas que lhe renderam cicatrizes no focinho.

A família desenvolveu, então, técnicas para condicionar a cadela. Foi estabelecido um horário fixo para o café da manhã e para o jantar, as duas refeições diária de Zara. Às 7h da manhã, ela sai de sua casinha e come do lado de fora da cozinha, perto de seus tutores. O mesmo comportamento é repetido ao fim do dia, na hora do jantar. Além disso, a família estabeleceu uma nova forma de comunicação com a cachorra: “Criamos alguns gestos que ela se acostumou a obedecer. Por exemplo, braço estendido é para ela ir para a casinha; quando damos alguns pulos laterais, ela sabe que a estamos chamando para brincar. Nós criamos uma espécie de libras canina”, explica Luciana.

Já a gata, Monalisa, 6 meses, foi encontrada pela estudante de medicina veterinária, Isabela Simas, 22 anos, em um bueiro, com as duas patas traseiras e o rabo arrancados. Após uma cirurgia para retirar o osso exposto e o tecido morto, a gatinha não conseguia se movimentar direito, nem fazer as necessidades na caixinha de areia. Isabela conta que não podia sair de casa, pois tinha que ficar cuidando dela.

Toda essa atenção foi recompensada. Hoje, a gatinha já está quase totalmente adaptada. Para se movimentar, ela se arrasta pelo chão. “Depois de dois meses aqui em casa e sem os curativos, ela já usa a caixinha de areia sozinha, pula da cama, e aprendeu a subir, escalando, só com as patinhas da frente”, comemora Isabela. A estudante conta que agora está tentando conseguir próteses para Monalisa, por meio de uma campanha no Facebook (A pequena Monalisa). O objetivo é dar à companheira a chance de voltar a andar normalmente. Como reconhecimento de tanto cuidado, Monalisa, apaixonada por colo, segue Isabela pela casa. Segundo sua tutora, ela é dócil com todos e ama brincar com seu arranhador em forma de ratinho.

Outro sobrevivente é Jojo, um vira-lata de 4 anos, que tem uma pata mais curta do que as outras. Ele foi abandonado após um atropelamento e adotado pela estudante de design, Giovanna Freitas, 21 anos. Ela conta que o cachorrinho não apresenta grandes dificuldades de locomoção. Ele é completamente adaptado à sua limitação: ama correr e observar a rua deitado em um banco de madeira na varanda da casa. Apenas se desequilibra quando o chão está um pouco molhado ou quando, afoito, se mexe muito rápido.

Apesar de um ser pouco desconfiado, logo se acostuma com a presença do visitante.  Jojo é brincalhão e vive “sorrindo” para as pessoas, como define a dona. Foi esse “sorriso” que dificultou ainda mais a adoção dele. “Ele ‘sorri’ quando fica feliz e as pessoas achavam que ele era agressivo. Quando fazia isso, achavam que era rosnado, mas não era. Ele faz isso sempre”, explica Giovanna. Ao contrário, ele é muito sociável. Jojo não desgruda das outras cadelas da casa. A dona dele conta qu,e se as duas não forem juntas aos passeios, o cãozinho fica pedindo para voltar para casa.

Quando a veterinária Isabela Lacerda, 24 anos, decidiu adotar o gatinho Nemo, achou que a adaptação seria um processo difícil. Aos 4 anos, ele perdeu a patinha dianteira da direita, mas vive normalmente. Ele  adaptou-se facilmente e não foi preciso mudar a rotina da casa, ao contrário do que se imaginava. “Ele tem apenas uma dificuldade de alcançar lugares mais altos e convive muito bem com outro gato e uma cadela. Os dois gatos são como irmãos, vivem entre tapas e beijos. A cadela, digamos que eles se aturam”, brinca Isabela.

Tratamentos

 

A médica veterinária Ana Catarina Vale, da Clínica Naturalpet, explica que, no caso da gata Monalisa, o ideal seria o uso de carrinhos, porém, é necessária uma atenção redobrada durante a adaptação do pet ao acessório. “Caso não se acostumem ao carrinho, a roupinha de couro ou feita de algum material mais resistente são ideais para os animais que têm apenas duas patas e se arrastam, para eles não se machucarem e viverem normalmente”, explica a veterinária. No caso de cães ou gatos que tenham sofrido algum acidente; que tenham com hérnias de disco; que sejam diagnosticados com doenças degenerativas, que acometem a coluna e afetem a locomoção, a profissional indica a utilização de medicina integrativa, com homeopatia, acupuntura, além da fisioterapia. “A acupuntura diminui significativamente a dor do animal. Além disso, o dono pode realizar massagens em casa para aumentar o conforto do bichinho”, esclarece.

Animais: Cifras de amor

imagem mostra a capa da Revista do Correio com uma foto de uma menina deitada em uma cama com seu cãozinho.matéria sobre animais
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Animais: Mesmo com a economia em crise, a indústria pet continua a crescer. Relações cada vez mais íntimas com os bichinhos domésticos ajudam a explicar o lucro.

 

Quando fez 1 ano, Pitoco ganhou uma festa de aniversário com direito a bolo, biscoitos, salgados e doces feitos especialmente para os convidados de quatro patas, além de guloseimas para as famílias humanas. Quando ele teve uma crise de falta de apetite e a ração já não era bem-vinda, a estudante Thalita Ribeiro, 22 anos, foi para a cozinha e passou a preparar uma alimentação natural, à base de arroz integral, carne, legumes e sem sal — hoje, ele já aceita uma mistura de rações. Só bebe água filtrada, passeia muitas vezes ao dia e dorme numa cama quentinha ao lado de sua tutora. “Mas a limpeza das patinhas com lenço umedecido é essencial”, adianta-se Thalita, explicando que os hábitos de higiene não são esquecidos — para o bem dos dois. O guarda-roupas de Pitoco também é completo. Roupas de frio e fantasias de Papai Noel, de policial e de time. Os brinquedos são de ótima qualidade e, quando ela precisou viajar, o namorado foi para a casa dela para que Pitoco não precisasse mudar de ambiente.

Animais: Imagem mostra menina com seu cãozinho deitados em uma cama
Foto: Carlos Vieira/@cbfotografia. Thalita Ribeiro com seu cãozinho Pitoco.

Pode-se dizer que esse “menino”, Pitoco, é uma criaturinha de sorte. Mas Thalita nos diria que sorte tem ela. “É uma relação de amor. Eu não tenho filhos ainda, mas sinto que a minha preocupação e meu carinho por ele é muito similar ao de uma mãe. O carinho do Pitoco por mim também é diferente do resto da família.” Relacionamentos assim, intensos, entre seres humanos e animais domésticos são cada vez mais comuns. Por vezes, descambam para o exagero, a ponto de os especialistas em comportamento dos homens e dos animais alertarem para os riscos da chamada humanização dos pets. Seja como for, essa relação forte impulsiona uma indústria poderosa, que, apesar de sofrer com uma economia em crise, se mantém em crescimento.

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) mostram que o setor pet deve crescer 6,7% neste ano. Até o fim de 2016, o Brasil deverá atingir um faturamento de R$ 19,2 bilhões no ramo, estima a instituição. O Centro-Oeste é bastante ativo no mercado; a região concentra 9% da população canina do país e 7% da felina. Não existem dados oficiais sobre quantos pet shops existem no Distrito Federal, mas é difícil passar por uma quadra comercial que não tenha pelo menos um estabelecimento do tipo.

O presidente executivo da Abinpet, José Edson Galvão de França, define o movimento ascendente como “resiliência do mercado”. Ele explica que o setor tem resistido à crise, apesar do crescimento deste ano ter sido menor do que nos dois anos anteriores. Em 2014, foi de 10%; em 2015, de 7,4%. “A maioria dos setores, principalmente os que envolvem serviços, ficou estagnado ou caiu e teve redução nas vendas. O nosso ainda está vendendo mais e isso é positivo levando em consideração o momento pelo qual o país passa”, avalia José Galvão. O saldo é ainda mais positivo ao considerar que o comércio pet enfrentou o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) no começo do ano. “É uma carga tributária muito grande, principalmente porque ela incide sobre um produto essencial, que é a alimentação dos animais”, lamenta Galvão.

O segmento chamado de pet food é responsável por 67,5% do faturamento das empresas, e os tutores não deixam de comprar ração para seus animais. O movimento que muitos têm feito é a migração dos produtos superpremium para opções mais baratas. Além da alimentação, outros dois fatores garantem o crescimento. O primeiro é a grande quantidade de animais domésticos no país — segundo o Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), são 132,4 milhões de pets, sendo 52,2 milhões de cães e 22,1 milhões de gatos. Tais estatísticas fazem do Brasil o terceiro maior mercado pet mundial, atrás apenas dos Estados Unidos e do Reino Unido.

A chamada humanização é o outro fator. O diretor de portfólio da NürnbergMesse Brasil, empresa organizadora da Pet South America, Diego de Carvalho, afirma que cada vez mais as pessoas tratam os animais como membros da família. Dessa forma, é natural que gastos com os bichos não sejam cortados do orçamento doméstico com tanta facilidade. O banho semanal vira quinzenal; rações e petiscos são trocados por versões mais baratas; os brinquedos são deixados um pouco de lado. Mas, pela importância que o animal ocupa no núcleo familiar, ele não é privado de lazer ou de pequenos mimos.

A humanização aumenta o valor agregado de mercado. Os gastos com a saúde do pet também não são economizados. Segundo Diego de Carvalho, o Brasil concentra 25% dos médicos veterinários do mundo. Além do valor na família, os animais passam a ter mais relevância na sociedade em si. “Hoje, o animal também é uma ferramenta medicinal. É cão-guia, auxilia a polícia e os bombeiros e, mais recentemente, tem sido importante em práticas terapêuticas”, acrescenta.

 

É preciso ter limites

Apesar de vantajosa para a indústria pet, a humanização nem sempre é o caminho mais saudável para o animal ou para os tutores. Enquanto alguns donos não enxergam desvantagens, especialistas demonstram algumas preocupações. Bruno Leite, terapeuta de cães e especialista em psicologia canina e adestramento, explica que grandes gestos de amor e zelo são relativamente inofensivos. O problema é quando os donos atribuem certa inteligência humana aos bichos. “Os donos acabam castigando seu cão por ‘errar’, quando na verdade ele não faz a mínima ideia do que o humano considera certo e errado. Eles não entendem nossos princípios e normas.”

O código moral dos cães, por exemplo, se resume a ‘seguro versus inseguro’ e ‘vantajoso versus desvantajoso’ e o estereótipo do cão que toma decisões baseado na ética humana como, por exemplo, a famosa Lessie dos filmes infantis, está longe da realidade. Isso pode causar uma sobrecarga de responsabilidade nos animais como forma de justificar o castigo que mina o relacionamento entre cães e humanos. Apesar de serem incrivelmente inteligentes, os animais agem de forma diferente.

O especialista explica que o excesso de punição pode gerar cães cada vez mais destrutivos, agitados, compulsivos e ansiosos. “Primeiro, porque a ansiedade é um efeito colateral dos castigos; segundo, porque muitos donos entendem que amar é transformar o cão num mini-humano; quando amar parece estar mais ligado a entender e aceitar as diferenças”, diz Bruno. Não há problema algum em dar roupinhas, deixar subir no sofá ou preferir não deixar o bichinho sozinho em casa. O importante é priorizar boas caminhadas, brincadeiras adequadas e uma educação baseada em consequências agradáveis, como o adestramento positivo, para que exista um ambiente agradável tanto para a ótica humana, quanto canina.

A grande interação com animais no ambiente interno dos lares tem acompanhado mudanças nas famílias brasileiras com o menor número de filhos e de pessoas que vivem só. A analista de comportamento Laércia Vasconcelos explica que as relações estabelecidas entre humanos e animais de estimação contribuem para a companhia, diminuição de estresse e estimulação de exercício. “Fortes laços afetivos são desenvolvidos e promovem muitas oportunidades de aprendizagem.” Porém, ela ressalta a importância de ficar atento às consequências que essa relação pode trazer consigo, já que muitas vezes, quando o indivíduo humaniza seu pet, ele busca a garantia de lealdade que acredita não ser possível encontrar em outros tipos de relacionamentos.

Um estudo da Universidade de Michigan-Flint analisou a reação de 174 adultos que perderam seu cão ou gato. Os resultados mostram que 85,7% dos donos apresentaram ao menos um sintoma de luto nos momentos iniciais. Após seis meses, a dor ainda era sentida por 35,1% dos adultos, e, mesmo depois de um ano, 22,4% das pessoas ainda sentiam os efeitos da partida. “A expansão da presença de animais de estimação os tem colocado cada vez mais como um integrante da família e o adoecimento ou a perda desses parceiros podem fazer sofrer caso a relação seja muito humanizada. É importante buscar equilíbrio na interação homem-animal doméstico para que não ocorram exageros”, completa Laércia.

“Muitos donos entendem que amar é transformar o cão num mini-humano; quando amar parece estar mais ligado a entender e aceitar as diferenças”

Bruno Leite, terapeuta de cães e especialista em psicologia canina e adestramento

 

 

Amamos. E daí?

animais: imagem mostra entrevistada Simone com sua gata Julhinha
Foto: Arquivo Pessoal. Simone dedica toda sua atenção e carinho à Julhinha, uma de suas gatas.

O estudante Tairo Felipe, 24 anos, dono do pitbull Carmel, deixa claro que, apesar do grande carinho que sente pelo cão, sempre estabeleceu limites. O pet dorme fora de casa, só brinca no quintal e tem seus próprios brinquedos para não sair devorando tudo que vê pela frente. “Animais que são tratados como filhos se tornam donos de tudo e dominam o local, mas eu acredito que o dono é quem dita as regras.” Mesmo sendo teimosos e muitas vezes mandões, Tairo acredita que os animais devem saber diferenciar quem está no comando e que, mesmo não concordando com os excessos, o essencial é sempre dar amor e suprir as necessidades comuns dos bichinhos, como exercícios e brincadeiras.

A professora Simone Alvares, 47, segue, em parte, o mesmo raciocínio de Felipe. As duas gatas, Lilica e Julhinha, são tratadas como deveriam ser — animais de estimação, no entanto, não deixam de ser vistos como membros da família por todo carinho e atenção dispensados a eles. Em casa, a rotina de Simone e do marido também envolve os cuidados com as gatas. Horário da ração, momentos de afago, mantas para inverno, unhas sempre cortadas, olhos limpos com soro, e vermífugo e vacinas sempre na data certa. “Nós quatro somos muito apegados! Sempre converso com elas e deixo dormirem com a gente na cama. Somos uma família.”

Apesar da independência e higiene dos gatos, a professora faz questão de dar toda atenção às suas pets. A caixa de areia está sempre limpa e a ração é servida em pequenas porções várias vezes ao dia para estar crocante a todo momento. Ela checa os olhos e os focinhos das gatinhas para ter certeza que não há nenhuma sujeira e o afago na hora de comer é obrigatório. “Sempre faço um carinho enquanto elas comem e massageio a Lilica quando ela deita na minha barriga.” Os animais podem significar muito para as pessoas e, por isso, Simone acredita que não deve haver tanto julgamento e preconceito. “Há amor para todos os segmentos”, completa.

 

 

 

 

Mercado ecofriendly

Ao enxergar os pets como membros da família, muitas pessoas buscam estender os seus hábitos de vida para cães e gatos. Um exemplo desse movimento é a adoção de medidas sustentáveis e saudáveis. Preocupada com alimentação orgânica e com um consumo que agrida menos o planeta, a médica Aline Saliba, 30 anos, estendeu esse estilo de vida para a gata Glitter, que foi resgatada. Em vez de brinquedos caros ou elaborados, ela tem arranhador ecológico que ganhou da petsitter (babá de animais). O brinquedo feito todo de papelão serve tanto como arranhador quanto como caminha. “Ela adora”, garante a tutora.

Para Aline, o grande benefício de produtos economicamente viáveis, socialmente justos e ambientalmente corretos é o consumo consciente e a ideia de que pequenas atitudes sustentáveis ajudam a fazer a diferença no meio ambiente. É possível agradar o pet e, ao mesmo tempo, contribuir para a qualidade de vida dos consumidores ecologicamente corretos.

A principal reclamação de Aline é a dificuldade em encontrar produtos feitos com recursos renováveis. “A oferta de coisas para pets é muito escassa aqui no Brasil. Tem que procurar bastante! Nas lojas comuns, não é fácil encontrar opções mais sustentáveis”, comenta. A queixa dela pode ser resolvida em breve. Na 15ª Pet South America, feira voltada para o mercado pet, incluindo veterinários, empresários e produtores, que ocorreu no fim de agosto, foram expostos diversos produtos com preocupação sustentável. Cerca de 320 marcas apresentaram produtos para mais de 20 mil profissionais do setor. Este ano, a tendência mais vista foi a preocupação ecológica. Diego de Carvalho, diretor de portfólio da NürnbergMesse Brasil, enxerga o movimento como natural. Os produtos sustentáveis apresentaram um crescimento de 15%, considerando-se embalagens e até mesmo o produto final. “Somos muito cobrados em relação a isso e queremos cada vez mais agregar para a natureza como um todo, não apenas para os animais domésticos”, completa.

O veterinário e dono da empresa Pet Games, Dalton Ishikawa, foi um dos que optou por uma linha de produtos sustentáveis. Com o nome Ecopet, as novas criações de Dalton são comedouros produzidos com polímeros obtidos a partir da mistura de polipropileno com 30% de fibra de coco ou madeira, que são consideradas fontes renováveis potencialmente reutilizáveis. Dalton explica que a motivação para os novos comedouros veio de uma filosofia que faz parte da marca. “Nossos produtos não são apenas brinquedos, eles são chamados de ferramentas de enriquecimento ambiental, pois temos essa preocupação com a saúde e bem-estar dos animais, que se estende para o aspecto ecofriendly.”

A gerente de marketing da Pet Society, Cleiser Kurashima, afirma que o conceito sustentável deve se estender. Ela explica que a marca investe em embalagens recicláveis e os produtos de banho, por exemplo, são de fácil enxágue e secagem rápida, diminuindo o consumo de água e energia, levando em consideração que a grande maioria dos pets não fica quietinho na hora do banho.


 

Bons ares

Ter animais em casa exige cuidado redobrado com a limpeza. A higienização do espaço faz bem para eles e para os donos. Saiba como fazer

 

Na hora de adotar um animal, nem todo mundo pensa nas mudanças de rotina ao adquirir um pet. E as demandas vão além de cuidar da água, da comida e de levá-lo ao veterinário. No momento de fazer a limpeza do canto do bichinho várias dúvidas surgem: “Existe algum produto que deve ser evitado? De quanto em quanto tempo eu troco a areia do meu gato?”

A situação piora se você mora em apartamento ou se o pet tem acesso à parte interna da casa. O que não faltam são relatos de situações desastrosas.

A cozinheira Adriele Ulisses, 23, tem uma cachorrinha e conta que, às vezes, ela urina no sofá. Para tirar o cheiro da traquinagem, ela usa alvejante, mas a mancha continua lá. Ela conta que costuma limpar o local em que os dois cachorros da raça shi tzu ficam todo dia com água sanitária e creolina, mas que mesmo assim quem chega costuma sentir o odor. Paloma, 20, tem duas cadelas da raça chow chow e também garante que a rotina de cuidados com a casa é rigorosa: “Temos que limpar tudo pelo menos quatro vezes ao dia. Lavamos com creolina para tirar o cheiro”.

Muita gente não sabe como conciliar uma faxina eficiente com produtos que não agridam a saúde do animal. Caio Fernandes, diretor de uma empresa especializada em limpeza doméstica, revela que muitos clientes os procuram para realizar um serviço mais pesado, principalmente se a casa possui mais de um pet ou se há problemas com pelos. “É muito importante realizar uma higienização mais profunda da cama e da casa dos bichos, e também de toda a residência, pelo menos uma vez por mês.”

Segundo o médico veterinário Daniel Salgueiro, da Protovet – Clínica Veterinária, limpar o local com desinfetante e depois com álcool garante assepsia e a remoção dos cheiros. Além de não causar dano à saúde animal, ele garante que o álcool é bactericida e germicida, o que torna o ambiente seguro para quem tem criança pequena, por exemplo. Para o veterinário, o ideal é educar o animal para fazer as necessidades fisiológicas em um só lugar. No caso de gatos é mais fácil, já que eles fazem as necessidades na caixa de areia. Para os cachorros, o hábito de urinar e evacuar em um espaço específico é questão de costume.

Ana Teresa França, 45, é bióloga e mora em um apartamento com sete gatos e evita usar lysoforme — uma espécie de desinfetante —, além de detergentes de aromas muito fortes. Segundo ela, o cheiro pode fazer mal aos animais, que são sensíveis.  “Uso muita água sanitária, que não dá alergia neles”, conta.

A médica veterinária Katiane Rocha, dona de uma clínica que tem seu nome, confirma a preocupação. Segundo ela, produtos perfumados podem causar problemas como alergias e devem ser usados com moderação. De acordo com ela, produtos como água sanitária, lysoforme e desinfetante podem ser usados, mas sempre com cautela. “Na forma natural, os produtos químicos são extremamente corrosivos e podem lesar a pele e coxins (parte almofadada da pata), irritando inclusive olhos e trato respiratório doa animais”, alerta. A indicação, assim, é sempre diluir as fórmulas em água.

Tudo nos trinques

Pelos
Nem sempre manter a tosa em dia é suficiente para se livrar dos pelos. Paloma, por exemplo, leva os cachorros para aparar os pelos a cada 20 dias, mas, ainda assim, precisa ser rigorosa com a limpeza da casa. Uma dica que facilita a tarefa é usar o aspirador de pó, mas nem sempre isso é suficiente para tirar a pelagem espalhada, principalmente de estofados. A dica é usar uma luva de borracha, daquelas de lavar a louça, para limpar chão, móveis e sofás. A textura emborrachada faz com que o pelo grude, facilitando a retirada. Para evitar o excesso de queda dos pelos, a veterinária Katiane dá uma dica: “O mais importante é sempre escovar os cães e gatos diariamente, mesmo os de pelo curto, pois assim removemos aqueles fios que estão soltos, evitando que caiam pela casa”.

Odores
Manter as janelas abertas e fazer uso de desodorizantes de ambiente ajudam a renovar o ar da casa. Mas também é preciso agir diretamente no causador do odor. Soluções caseiras, e que não fazem mal para o animal, amenizam os cheiros fortes. Se ainda assim um aroma desagradável persistir,  o médico veterinário Fernandes tem uma recomendação. “Misture 2/3 de água morna com 1/3 de vinagre branco e borrife no local desejado. Deixe secar. Isso elimina os odores das fezes e urinas dos pets”, explica. A solução também vale para limpeza de áreas externas e deve ser usado após o uso de água abundante e de detergente neutro.

Manchas
A melhor maneira de retirar mancha de urina do sofá ou da cama é secar o local sem esfregar. Depois de remover o excesso, use água e detergente neutro, com um pano úmido ou esponja.  Caio, diretor da Zulp, especializada em limpeza, entretanto, alerta: “É muito importante se atentar à composição dos produtos utilizados para evitar que manchem os estofados.”

Acessórios pessoais
É fundamental também manter o local que o animal dorme limpo. Segundo Katiane, o ideal é higienizar a cama e os cobertores a cada 15 dias. Para a limpeza, tanto das roupas quanto das mantas, a orientação é usar de sabão neutro. O amaciante também está liberado. O dono só deve diluí-lo em água para não causar alergias e irritações aos animais. As fezes nas caixas de areia devem ser descartadas todos os dias, e a limpeza completa, uma vez por mês. Os vasilhames dos pets devem ser limpos diariamente após a alimentação e os bebedouros, pelo menos uma vez por dia.

Trabalho em grupo
Para acostumar o cachorro a fazer as necessidades no local correto, leve o ao lugar onde ele deve utilizar logo após se alimentar.
No caso de jornais, sempre deixe uma folha já utilizada, pois o animal identifica o local pelo cheiro.
Usar petiscos para premiar o bicho quando ele usa o local correto é uma ação educativa, que reforça a aprendizagem de onde ele deve fazer as necessidades.
Para fazer a limpeza dos vasilhames, use detergente neutro. Nunca desinfetante, pois pode fazer mal ao animal.
Caso não tenha aspirador, uma opção é utilizar um rodinho de pia e escova de pelos para limpeza. Nunca use vassoura, pois pode espalhar pelos pela casa.
Cobrir a caixa de areia com uma sacola facilita na próxima troca. É só retirar o saco e não será preciso higienizar a caixa com tanta frequência.

(por Ailim Cabral, da Revista do Correio)


 

Animais: Coração em alerta

foto de um cão que sofre de problemas no coração.Animais
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Animais: Campanha nacional reforça a importância de avaliar a saúde cardíaca

A vida média dos cachorros varia entre 10 e 13 anos, mas o que muitos não sabem é que cerca de 35% dos cães idosos sofrem de doenças cardíacas, que podem diminuir a expectativa de vida dos pets. Com um quintal inteiro só para ele, o fox paulistinha Flyboy sempre foi muito ativo, agitado e nunca se cansava. Até que um dia, em uma brincadeira comum de jogar a bolinha para os animais, o cão caiu ofegante e começou a se contorcer. Assustada, a dona dele, a estudante Julia Lescure, 23, o levou ao veterinário e descobriu o diagnóstico: filária em estado avançado. A doença também conhecida como “verme do coração” é transmitida pela picada do mosquito que entrou em contato com animais doentes e afeta, principalmente, o ventrículo direito do coração.

Se não tratada imediatamente, a enfermidade pode levar o animal a óbito. Além dela, várias outras podem comprometer a saúde cardíaca dos bichos. Com o intuito de conscientizar os tutores sobre a importância de fazer check up periódico para diagnosticar e, assim, tratar precocemente as cardiopatias, a Elanco (empresa produtora de produtos para animais), em parceria com a Agência Estação Brasil, lançou a campanha Setembro Vermelho: se tem amor.

Foto de um cãozinho da raça paulistinha que faz uso de medicamentos-animais
Foto: Arquivo Pessoal. O cãozinho Flyboy faz uso de 5 medicamentos diferentes para tratar a filária

A finalidade é alertar a sociedade sobre as patologias cardiológicas que afetam os cães idosos — dos 5 aos 13 anos, cerca de 70% deles desenvolvem a principal cardiopatia que acomete os cães: a doença valvar crônica mitral (DVCM). “Acho muito importante esse tipo de campanha porque existem muitas doenças que as pessoas desconhecem. Talvez, se eu soubesse quais eram os sintomas da filária, teria ficado de olhos abertos, e o quadro dele (do Flyboy) não estaria tão avançado”, comenta Julia.

O fox paulistinha tinha 4 anos quando o problema foi diagnosticado e, a partir daí, as mudanças foram drásticas. Além de tomar cinco medicamentos diferentes, o cãozinho agitado, que antes não se continha, passou por alguns episódios assustadores e agora não pode mais se exaltar. “Ele já desmaiou três vezes correndo em volta da piscina, então, hoje em dia, a gente brinca com ele, mas sem jogar bola, por exemplo. Passamos o tempo todo tentando mantê-lo o mais calmo possível”, conta a dona.

Por isso, a informação é tão importante. A iniciativa do Setembro Vermelho é voltada tanto para os donos de cães, quanto para os médicos veterinários. O objetivo é aumentar a qualidade de vida e a sobrevida dos animais que enfrentam males do coração. Por isso, são oferecidos dados técnicos sobre o diagnóstico e tratamento da DVCM.

Carlos Morris, médico veterinário especializado em cardiologia e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia Veterinária, explica que, a partir dos 5 anos, é imprescindível a realização de check ups anuais do animal, que incluam exames de sangue completos, raios-X, ultrassom de abdômen e ecocardiograma. “Normalmente, as cardiopatias que afetam os cães de grande porte são musculares, como a cardiomiopatia (doença na qual o músculo cardíaco cresce e enfraquece). No caso dos de pequeno porte, os males mais comuns são as valvulares, como a doença valvar crônica mitral”, esclarece.

A patologia pode surgir já nos primeiros anos de vida do cão e entre as raças mais afetadas estão poodle, yorkshire, pinscher e os vira-latas. Quanto mais rapidamente a doença for diagnosticada, mais fácil será retardar a evolução do quadro. “Se a patologia for descoberta logo, será possível proporcionar uma vida boa, tranquila e mais longa ao animal”, comenta Carlos.

O quadro de cães cardiopatas que apresentam outras complicações, como obesidade, pode progredir de maneira negativa. É o caso da buldogue inglesa Olívia. Além de estar acima do peso, a cadela de 6 anos sofre de cardiomiopatia dilatada. “Há um ano, ela foi diagnosticada e o veterinário alertou que, além de controlar problema no coração, seria necessário cuidar do sobrepeso para que ela não apresente outras disfunções”, explica professora e tutora do animal, Fernanda Dorsa, 37.

Foto: Arquivo Pessoal. Bichos. Há um ano a cadela Olivia sofre de cardiomiopatia dilatada e cuida do sobrepeso para não desenvolver maiores complicações no seu quadro.
Foto: Arquivo Pessoal. Há um ano a cadela Olivia sofre de cardiomiopatia dilatada e cuida do sobrepeso para não desenvolver maiores complicações no seu quadro.

Fernanda começou a estranhar quando reparou que Olívia se recusava a fazer qualquer exercício, andava um pouco e tossia muito. De início, pensou que fosse gripe, mas, após um tempo, decidiu procurar um especialista. “Eu não tinha nem ideia do problema, mas hoje tento sempre repassar essas informações para os meus amigos que têm bichinhos.”

A readaptação alimentar, juntamente com a prescrição médica, também tem um papel importante de promover a qualidade de vida dos animais cardiopatas. Alimentos ricos em nutrientes, como taurina e L-carnitina, são ideais, uma vez que auxiliam no funcionamento do músculo cardíaco e contêm baixo teor de fósforo e de sódio que, em excesso, podem gerar acúmulo de fluídos e sobrecarga dos rins.

Além das visitas periódicas ao veterinário, é importante ficar atento aos sintomas que podem variar entre cansaço frequente, desmaios, tosses e dificuldade respiratória. A cardiomiopatia dilatada não tem cura e para ter uma melhor combinação de medicamentos é essencial classificar o estágio da patologia, a partir do exame ecocardiográfico.

Segundo recomendações da American College of Veterinary Internal Medicine (ACVIM), os cães com maior predisposição à doença devem ter o coração examinado anualmente, pelo menos por auscultação cardíaca (exame que estuda os sons gerados pelo ciclo do coração). Já os cachorros que apresentam alguma lesão valvar mitral ou dilatação cardíaca devem realizar o ecocardiograma a cada seis meses.

Participe:
Para disseminar o projeto Setembro Vermelho: se tem amor, posts sobre o assunto são divulgados nas redes sociais com a hashtag personalizada #setemamor. Também é possível incorporar o selo da campanha à foto de perfil do facebook. Além disso, no próximo 22 de setembro, às 20h, será promovido um webmeeting para médicos veterinários, com o intuito de esclarecer as dúvidas sobre o tema. Para participar, basta acessar o site www.pensecoracaopenserins.com.br.

Já se preparou para o Pipocão? Demorou…

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Tornar Brasília uma cidade cada vez mais amigável para cães e seus donos (petfriendly) é o objetivo de um grupo recém-criado chamado ItDogs Brasília. A ideia partiu da constatação de que a capital do Brasil ainda é muito parada em relação aos eventos destinados à convivência dos cães e seus tutores. Cerca de 25 pessoas se uniram há cerca de um mês para mudar essa realidade. A primeira ação veio a reboque do lançamento do filme Pets – A Vida Secreta dos Bichos, que entrou em cartaz em 25 de agosto: convidar os cães e seus donos para assistirem juntos à película. Com as portas abertas pela direção do Drive-in, a data do Cine PipoCÃO foi marcada: será amanhã, sábado, 10 de setembro, a partir das 17h.

Assista o vídeo:

Dia do veterinário: parem as máquinas!

Foto de um cão sendo abraçado por sua médica no dia do veterinário
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No Dia do Veterinário, conheça um pouco mais sobre a rotina desses profissionais. Pesquisa do Ibope revela quem visita mais os consultórios. Cães ou gatos? Arrisque um palpite

O 9 de setembro é o Dia do Veterinário em todo o território nacional. Regulamentada há 46 anos, a profissão precisa ser entendida em toda a sua abrangência. Não se trata apenas de manter a saúde dos bichinhos em dia, mas de preservar a saúde pública. A atividade também é voltada para garantir a sustentabilidade ambiental do planeta. Hoje, o médico-veterinário pode atuar em mais de 80 especialidades. Entre as atividades mais conhecidas, estão a clínica e consultório de pequenos animais, como gatos e cães.

Para divulgar melhor o trabalho desses profissionais no Dia do Veterinário, foi divulgada uma pesquisa, feita pelo IBOPE Inteligência, em parceria com o Centro de Pesquisa WALTHAM® (a principal autoridade científica em bem-estar e nutrição de pets), revelou que os tutores de cães levam seus pets com mais frequência ao Médico-Veterinário do que os de gatos: a média é de 2,8 vezes por ano contra 2,3 por ano. Os principais motivos são consulta de rotina e vacinação (79% dos tutores de cães e 76% dos tutores de gatos) e pelo aparecimento de alguma doença (26% para cachorros e 19% para felinos).

O estudo foi encomendado pela Mars Brasil, líder no mercado de alimentação para cães e gatos, com o objetivo de entender o padrão de comportamento do brasileiro na interação com seus pets, além de entender as principais barreiras para aqueles que, atualmente, não têm animais de estimação. Foram entrevistadas 900 pessoas, sendo 300 donos de cães, 300 donos de gatos e 300 não possuidores – com intenção de ter. As entrevistas foram realizadas com homens e mulheres a partir de 25 anos em São Paulo, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Porto Alegre, Salvador e Distrito Federal. Segundo o IBGE, dos 65 milhões de domicílios do país, 44,3% possuem pelo menos um cachorro e 17,7% pelo menos um gato.

Entre as conclusões, também aparece que pouco mais da metade dos proprietários de cães (51%) buscam orientação do médico-veterinário para entender qual a alimentação mais adequada para o seu pet, número que se mantém quase igual para os proprietários de gatos (52%). “O papel do médico-Veterinário é muito amplo e fundamental na vida dos animais, especialmente por toda assistência clínica e cirúrgica dada aos pets de companhia. Com mais de 52 milhões de cães e 22 milhões de gatos no Brasil, entender a relação entre os tutores e seus pets é imprescindível para buscarmos alternativas de melhoria de qualidade vida para os animais de estimação e compartilhar conhecimento com toda a sociedade”, afirma a Dra. Carolina Padovani, médica-veterinária e membro da equipe de Coordenação da Pesquisa no Brasil.

Outro fato interessante revelado pela pesquisa é que apenas 5% dos tutores de cães e 4% dos tutores de gatos levam seus pets a uma consulta veterinária por problemas de sobrepeso ou obesidade. “Esse número é preocupante porque sabemos que a doença afeta metade da população de animais domésticos no mundo”, completa Dra. Carolina.

Uma das maiores referências globais em obesidade de pets, Dr. Alex German, que comanda a Weight Management Clinic, na Universidade de Liverpool (UK), esteve no Brasil no mês de junho para um ciclo de palestras e deu orientações sobre como potencializar os resultados de um programa de perda de peso em animais de companhia. Entre as principais dicas, direcionadas também aos tutores, estão:

·Reduzir o consumo de alimento do pet é a chave;

·Comer menos e fazer mais exercício;

·Usar sempre uma balança de precisão para medir a quantidade de alimento oferecida;

·Monitorar o pet de perto, com idas de seis em seis meses ao consultório veterinário.

(Com informações da assessoria do Ibope)

Vacinação contra raiva no DF é neste sábado

imagem mostra servidor do GDF imunizando um cão durante campanha de vacinação contra raiva animal
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Vacinação contra raiva é assunto sério

Ocorre no próximo sábado, 10 de setembro, a primeira etapa da fase urbana da campanha de vacinação contra raiva no Distrito Federal. As regiões foram divididas em dois grandes blocos. A primeira fase atenderá cerca de 21 cidades em mais de 200 postos. A segunda fase acontecerá em 17 de setembro e contemplará as 11 cidades mais populosas do DF.

Na fase rural, realizada em 27 de agosto, foram imunizados aproximadamente 32 mil cães e gatos, ultrapassando a meta da Secretaria de Saúde. A expectativa é que, na fase urbana, a vacinação contra raiva atinja a meta de 270 mil animais imunizados.

Segundo o vice-presidente do Centro de Controle de Zoonoses do DF, Laurício Monteiro, podem ser vacinados pets saudáveis a partir de 3 meses. Ele afirma que é recomendável a vacinação de fêmeas em fase de lactação e prenhas, para imunizar também os filhotes. Os animais que tomaram a primeira dose da vacina devem reforçar 30 dias depois. Nos demais casos, o reforço deve ser feito anualmente.

Os gatos devem ser levados aos postos de vacinação em caixas transportadoras, e os cães com coleiras e guias. Laurício recomenda que os animais sejam levados por adultos aos postos, por questão de segurança.

 

Por que vacinar?

A raiva é uma zoonose, ou seja, é uma doença de animais transmissível ao homem, assim como a doença de Chagas,  leptospirose e febre amarela. Segundo a coordenadora técnica do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Simone Gonçalves, a vacina é uma prevenção para que a doença não chegue ao ser humano.

Segundo estudo sobre zoonoses, lançado pelo Ministério da Saúde em 2009, a raiva é responsável por aproximadamente 55 mil óbitos anuais no mundo. O mesmo estudo afirma que dos 1.271 casos de raiva humana registrados entre 1991 e 2007, os cães foram responsáveis por mais de 70% das transmissões.

Em análise da Secretaria de Vigilância de Saúde, até julho deste ano foi registrado no Centro-Oeste, apenas um caso de raiva canina. Porém, a coordenadora técnica do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Simone Gonçalves, destaca a importância da campanha: “É importante manter a vacinação para erradicar a doença”. Ela também afirma que a transmissão ocorre quando o cão ou gato contaminado pelo vírus morde o indivíduo. No caso dos gatos, é preciso estar ainda mais atento, pois a doença também pode ser transmitida por meio de arranhões.

Clique aqui para saber onde levar seu pet para vacinar.

 

Arte do número de postos de vacinação por cidade do DF-Vacinação contra raiva

 

 

Cinema para cães? Sessão exclusiva no Drive-in

Cartaz do CinePipoCÃO, evento que vai reunir cães e seus donos no Drive-In
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PipoCÃO Evento para cães

Idealizado pelo grupo Itdogs Brasília, vai reunir os cães e seus donos para assistir ao filme Pets – A Vida Secreta dos Bichos. Será sábado, a partir das 17h.

Tornar Brasília uma cidade cada vez mais amigável para cães e seus donos (petfriendly) é o objetivo de um grupo recém-criado chamado ItDogs Brasília. A ideia partiu da constatação de que a capital do Brasil ainda é muito parada em relação aos eventos destinados à convivência dos cães e seus tutores. Cerca de 25 pessoas se uniram há cerca de um mês para mudar essa realidade. A primeira ação veio a reboque do lançamento do filme Pets – A Vida Secreta dos Bichos, que entrou em cartaz em 25 de agosto: convidar os cães e seus donos para assistirem juntos à película. Com as portas abertas pela direção do Drive-in, a data do Cine PipoCÃO foi marcada: será sábado, 10 de setembro, a partir das 17h.

“Queríamos já começar com algo que tivesse muito a cara de Brasília, algo aberto, ao ar livre. O céu de Brasília é nosso mar, então logo pensamos na exibição do filme no Drive-in”, conta Paula Leon de Abreu, uma das quatro organizadoras à frente da iniciativa.

Paula adianta que os ingressos só serão distribuídos na bilheteria no dia do evento, portanto é bom chegar cedo. A capacidade do estacionamento do Drive-in é de 350 carros. Mas os cinéfilos poderão deixar o carro no estacionamento ao lado e entrar andando. Vale tudo para assistir ao filme em boa companhia. Podem levar cadeira ou estender uma toalha no chão. A exibição do filme começa às 18h30. Até lá, haverá tempo para a ambientação dos cães. Assim, os tutores também podem interagir. Também haverá sorteio de brindes. Mais informações na página do Cine PipoCÃO.

  • Regrinhas básicas
  • Não leve cadelas no cio
  • Não leve animais doentes
  • Uso de focinheira previsto em lei para determinadas raças deve ser respeitado
  • Recolha as fezes de seu cachorro (porta-cacas serão gentilmente cedidos na entrada)

Saiba mais
O ItDogs Brasília surgiu do encontro de um grupo de apaixonados por cachorros, que já se curtia no Instagram. São cerca de 25 pessoas que trocava likes nos perfis de seus peludos, alguns deles com mais de 12 mil seguidores. A Paula, por exemplo, está lá com o perfil Cookie & Milk. Vai curtir!