Pet em apartamento: por que não?

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Especialista em comportamento animal explica como proporcionar uma vida saudável e confortável aos pets, mesmo se o espaço doméstico é pequeno

Crédito: Reprodução
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Muita gente se desfaz de animais com a desculpa de “vou me mudar para apartamento”. Outras sonham em adotar um melhor amigo, mas temem não conseguir oferecer conforto para eles, por morarem em unidades pequenas. Porém, isso não é problema, garante o adestrador e especialista em comportamento animal Cleber Santos, proprietário da ComportPet.

“A moradia é um dos principais fatores que influencia os brasileiros na hora de adquirir ou adotar um animal, já que muitas pessoas vivem em condomínios ou em casas que não possuem grandes espaços, o que causa a preocupação com o bem-estar do pet”, reconhece. No entanto, de acordo com o especialista, é possível ter um pet com segurança e de forma saudável, mesmo morando em apartamento. “Com o crescimento do setor pet no Brasil, é possível proporcionar um lar confortável e uma vida saudável, mesmo que o lugar seja pequeno”, avalia ele.

“O tutor precisará adaptar sua rotina para proporcionar ao animal a atividade e o espaço que ele precisa, seja com passeios pelo bairro, em parques, ou até mesmo recorrendo a um day care (creche para pets). Mas hoje as opções são muitas”, explica Cleber.

Abaixo, ele lista dicas para quem tem pet e vive em condomínio:

Organize o ambiente de forma segura

Para garantir a segurança do animal, principalmente em ambientes altos, antes de mais nada é preciso verificar todas as janelas/varandas do apartamento e descobrir até onde o animal terá acesso. “O ideal é instalar redes de proteção para manter os pets fora de perigo, e isso não só para gatos, como também para cães. As redes trazem segurança para o pet correr e brincar pelo ambiente”, diz.

Outra dica, de acordo com o especialista, é deixar o piso sempre limpo e longe de qualquer objeto potencialmente perigoso que possa ser ingerido. “Manter plantas, alimentos, revistas e sapatos em locais altos, fora do alcance do animal, também é importante”, pontua Cleber.

Crie uma rotina de exercícios para o pet

Os apartamentos muitas vezes são pequenos, e alguns condomínios não têm área de lazer adequada para o pet, ou não permitem a circulação de animais. Mas o especialista alerta: isso não é desculpa para deixar seu cão sedentário e estressado.

“É necessário criar uma rotina de atividades, para que o seu animal se exercite de forma divertida.  Mesmo dentro do próprio apartamento, é possível entreter o animal e fazer com ele brinque e se exercite, aliando petiscos as brincadeiras”.

“Além disso, antes de comprar ou adotar um bicho de estimação, certifique-se de que poderá passear com o animal ao menos duas vezes ao dia para que ele faça suas necessidades e não cause problemas dentro da casa”, esclarece.

Além dos passeios diários, visitas mais longas a parques, praças e outros locais onde o cão possa correr e se exercitar são bem-vindos. “O tutor deve ter em mente que o animal precisa gastar energia, e também conviver com outros cães. Caso o dono não tenha disponibilidade, vale considerar investir em um day care, ao menos algumas vezes na semana. O cão irá brincar, ter atividades adequadas e conviver com outros cães, voltando para o apartamento muito mais relaxado”.

Escolha o piso adequado

Se você pretende ter um animal no seu apartamento, antes de trazê-lo para o lar, é recomendável verificar qual o piso mais adequado, que não irá fazer barulho conforme eles andarem ou correrem pelos cômodos, nem prejudicar o pet.

“Sugiro investir em piso de cerâmica que, além de diminuir os ruídos, também proporcionam maior facilidade na hora da limpeza, caso o cachorro solte muito pêlo, por exemplo”, diz o especialista.

Outro ponto importante é que deve-se evitar pisos muito lisos e escorregadios. “Além de causarem acidentes, esse tipo de piso força o cão a fazer um esforço muito grande nas articulações para manter o equilíbrio em tarefas simples, como sentar ou se levantar. Segundo estudos, isso pode causar displasia coxo-femural, que afeta as articulações e é muito dolorosa, ou agravar casos já existentes da doença”, alerta  Cleber.

Reserve um espaço para o animal

Mesmo que o lar seja pequeno, o pet precisa ter um espaço específico com seus objetos e acessórios, para manter uma disciplina. Deixe os brinquedos, potes de comida e caminha em seu devido lugar, para que ele entenda onde fica cada um.

“Incentivar os animais e interagir com eles por meio de brincadeiras e recompensas são ótimas dicas para não deixá-los entediados e estressados no apartamento, principalmente se passarem muitas horas no ambiente”, diz.

Respeite os vizinhos

Nem todo mundo gosta de conviver com animais de estimação. Por isso, latidos e barulhos excessivos podem incomodar os vizinhos. “É responsabilidade do tutor fazer com que a convivência com o animal em áreas comuns (elevador, jardim, hall) não prejudique a rotina dos demais moradores do prédio”.

“Alguns cachorros costumam latir muito e podem causar problemas com os vizinhos e até com a administração do condomínio. Nestes casos, indico procurar um especialista que treinará o cão para que fique mais tranquilo, principalmente quando ficar sozinho no apartamento”, comenta o especialista.