Novembro azul: câncer de próstata em pets

Publicado em Sem categoria

Castrar os animais é uma importante estratégia de prevenção. Doença atinge mais os cães de porte pequeno e surge, normalmente, por volta dos 9 e 10 anos

Crédito: Divulgação
Crédito: Divulgação

 

Câncer de próstata, assim como todos os tipos de câncer, é caracterizado por um crescimento exagerado das células cancerígenas em um determinado tecido do corpo. Nesse caso, são as células da glândula prostática que, atingidas, causam um aumento no tamanho dessa estrutura.

Apesar de as doenças na próstata poderem se manifestar em todos os machos da classe dos mamíferos, dentre pets os cães de pequeno porte são os mais atingidos. No entanto, não existem raças mais propensas a desenvolverem esse quadro, e o aparecimento do câncer, geralmente, acontece quando os animais estão mais velhos, na faixa etária entre 9 e 10 anos.

Sintomas

Os sintomas que acusam alguma alteração na glândula prostática são bem específicos. Um deles é a dificuldade para defecar e urinar, pois devido à proximidade da próstata ao ânus, seu aumento interfere no canal do reto e dificulta a saída das fezes. Movimentos de locomoção limitados, como subir em móveis ou degraus, também podem indicar uma possível alteração no tecido da próstata. Emagrecimento por diminuição de apetite também é um sinal que merece atenção.

Segundo Renata Setti, médica veterinária especializada em Oncologia e parceira da Comissão de Animais de Companhia (Comac), o primeiro passo para um diagnóstico preciso é consultar um médico veterinário para exames de prevenção. A palpação retal é um deles. O exame é indolor e dispensa a necessidade de anestesia permite que o veterinário detecte algum aumento significativo da glândula.

O ultrassom de abdômen e a radiografia da região lombar (onde está localizado o órgão) podem dar indícios do tamanho da próstata e se está afetando a bexiga ou coluna. Todos esses diagnósticos avaliam a possibilidade de metástases, multiplicação das células cancerígenas que se espalham para outros tecidos do organismo, como o pulmão. Exames mais invasivos como a citologia ou a biópsia da próstata também são aplicados e necessitam de anestesia para serem realizados.

Prevenção

Exames de rotina sempre são recomendados para prevenir a doença. Tumores benignos possuem sintomas parecidos ao tumor da próstata e cães não castrados são mais propensos a desenvolvê-los. Por isso, a castração é importante inclusive para prevenir infecções e tumores benignos.

“Estima-se que 75% dos cães adultos não castrados vão desenvolver tumores benignos chamados de Hiperplasia Prostática Benigna que tem sintomas semelhantes ao tumor da próstata”, alerta Renata Setti.

Tratamento

Assim como em homens, o tratamento é baseado em quimioterapia e cuidados que atenuam as dores e desconfortos. Para isso, o uso de medicação e cuidados com a alimentação é de grande relevância. Devido à dificuldade em defecar, às vezes o uso de laxantes é recomendável. Os efeitos colaterais da quimioterapia não são intensos como nos humanos, os animais tendem a aceitar melhor a mediação. Não é comum suspender um tratamento por efeitos colaterais severos.

Em casos de suspeita de câncer, independente de sua origem, não se deve esperar e o veterinário precisa ser acionado rapidamente, pois o tempo e o diagnóstico precoce são essenciais para um tratamento eficiente para garantir boa qualidade de vida aos pets.