Baixa umidade prejudica pets

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Além do desconforto, a baixa umidade pode ocasionar problemas respiratórios e oftalmológicos. Veja como proteger o amigão da estiagem, que deve continuar em Brasília ao longo deste mês

Vitão muito concentrado, chupando um gelinho para aliviar a seca Crédito: Arquivo Pessoal
Vitão, muito concentrado, chupando um gelinho para aliviar a seca Crédito: Arquivo Pessoal

Com a umidade do ar variando de 20% a 12% – e previsão que baixe ainda mais -, os pets também precisam de atenção especial. “Eles reagem à seca e à baixa umidade da mesma forma que nós, seus tutores. Níveis de umidade abaixo dos 30% como os que estamos enfrentando em nossa região causam cansaço, dificuldade de descanso na hora do sono e fraqueza, fatores que deixam os animais abatidos e sem vontade de se exercitar”, conta o veterinário Rangel Barcelos,  franqueado da DrogaVET de Brasília.

O labrador Vitão passa o dia procurando uma sombra, conta a tutora, Gerlânia Moraes. De acordo com ela, o cachorro, famoso por ser “ligado da tomada” 24 horas por dia agora está bem mais prostrado. Para amenizar o desconforto do melhor amigo, Gerlânia adotou algumas estratégias. “Durante o dia, eu sempre dou gelo pra ele, seja de água normal, com fruta, ou de água de coco. Ele adora, fica quebrando o gelo e mastigando. Quando vamos molhar as plantas, ele também aproveita e sempre se molha um pouco”, diz. Às vezes, a tutora coloca uma bacia com água no quintal para Vitão brincar e se refrescar.

A veterinária Lorena Nichel, da Vet em Casa, lembra que a saúde de cães e gatos pode ficar prejudicada nessa época do ano. “A falta de chuvas deixa o ar com baixa umidade, ocasionando problemas respiratórios e maior incidência de doenças virais e oculares, principalmente nos pacientes de focinhos curtos ou achatados (os braquicefálicos)”, diz. “Nesse período, sintomas como coceiras nos olhos, boca seca, cansaço, dificuldade para respirar e desidratação são comuns nos pets”, diz. Ela lista o que os tutores podem fazer para ajudar os amigões a enfrentar melhor a seca:

– Usar umidificadores
– Colocar apenas soro fisiológico nos inaladores
– Deixar toalhas molhadas ou bacias com água próximas aos locais de descanso do pet
– Trocar a água várias vezes ao dia
– Manter a vacinação em dia, principalmente contra gripe
– Leve sempre recipientes de água durante os passeios
– Fazer a hidratação adequada com produtos específicos para os pets

Além disso, Lorena destaca para ficar atento a qualquer sinal de tosse, secreção nasal e ocular e dificuldades respiratórias graves. Também evite fumar no mesmo ambiente o animal: durante o período seco, diversos tipos de partículas e ácaros ficam suspensos no ar e são inalados pelos pets. Proliferação de carrapatos é mais comum nessa época, diz a veterinária: “Com a falta de chuvas, a grama fica seca e se torna ideal para os ectoparasitas”, diz. “E, para terminar, animais idosos e filhotes pedem atenção redobrada”, recomenda.

 

Entrevista // Rangel Barcelos, veterinário franqueado da DrogaVET de Brasília

 

Alguma raça em particular sofre mais?

Sim, raças de cães que possuem o focinho mais curto são as mais afetadas, como, por exemplo, pug, bulldog francês, boxer, shitzu, pequinês e outras. Todos estes precisam de ter um cuidado redobrado com o clima seco. Os animais muito novos ou mais idosos também exigem cuidado especial. Já os com problemas cardíacos e respiratórios crônicos também não podem ter os cuidados negligenciados, uma vez que o tempo seco pode agravar essas doenças já existentes. Os gatos também sofrem em longos períodos de seca, podendo apresentar crises de asma, logo a saúde dos felinos também merece atenção.

O que se pode fazer para amenizar o desconforto dos pets?

Como os PETs reagem da mesma forma que nós a umidade muito baixa, tudo o que faríamos a nós mesmos pode ser aplicado a eles. Muita hidratação com água limpa à disposição do PET o tempo todo é essencial. Uma dica é espalhar vários potinhos com água pela casa e lembrar de trocá-los pelos menos duas vezes por dia. Se for sair para passear, é importante optar por horários com temperatura mais amena, como nas primeiras horas do dia ou fim de tarde, levando sempre consigo água para dar ao PET – para tornar o passeio mais prático é possível adquirir garrafinhas com potinhos. Outra dica é estar atento a temperatura do chão onde o PET está caminhando, pois o asfalto e o concreto tendem a atingir altas temperaturas sob o sol, queimando o coxim – almofadinha que fica na pata do animal. Ao caminhar, é necessário observar o comportamento do animal, se estiver procurando por sombra ou a grama é porque o chão está muito quente para ele. O tutor também pode fazer um teste, encostando no chão com as costas da mão ou pés descalços, se estiver quente para o tutor estará inapropriado para o PET também.  Os olhos dos PETs podem ficar ressecados nesta época, por isso o tutor deve ficar atento e procurar um médico veterinário de sua confiança. Assim, o profissional pode recomendar um colírio lubrificante ou um pouco de soro fisiológico. No geral, como falado anteriormente, é importante evitar horários mais quentes para a prática de exercícios e passeios, cuidar da alimentação, que não pode ser muita, para não sobrecarregar o animal. E dependendo da situação até um umidificador de ambiente é bem-vindo.