Eventos pet do fim de semana

imagem de gatos brincando em toca-discos.Feiras de animais
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O fim de semana promete

Feiras de animais para adoção e um bazar vão movimentar a capital

Aproveite para adotar um peludo

Doe ração para cães e gatos

Confira:

 

 

cartaz da feira de adoção do Armazém Rural-Feiras de animais

Feira de adoção do Armazém Rural

Sábado 03 à partira das 09h

205 Norte

 

 

 

 

 

cartaz da feira de adoção do Abrigo Flora e Fauna-Feiras de animais

Feira de adoção do Abrigo Flora e Fauna I

Sábado 03 das 11 as 16h

108 Sul

 

 

 

 

 

Cartaz da feira de adoção do Projeto São Francisco-Feiras de animais

 

Feira de adoção do Projeto São Francisco

sábado 03 das 10 às 15h

SIA Trecho 2, ao lado da Gravia

 

 

 

 

 

 

Cartaz do bazar beneficiente da Atevi-Feiras de animais

Bazar Beneficiente da ATEVI

Sábado (03) e Domingo(04)

das 08 às 18h

Parque Olhos d’água

 

 

 

 

 

 

 

 

Cartaz da feira de adoção do Abrigo Flora e Fauna-Feiras de animais

Feira de adoção do Abrigo Flora e Fauna II

Domingo 04 das 11 as 15h

SIA Trecho 2, ao lado da Gravia

 

 

A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados.

          Mahatma Gandhi

 

 

 

 

 

 

 

Amizade que não sai do tom

Vários animais (cachorros) ao redor de um aparelho de ressonância magnética
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Vida dos animais: Antes de falar com o cachorro, é melhor medir as palavras.

Um estudo da Universidade de Eotvos Lorand, na Hungria, mostrou que os cães compreendem o que as pessoas dizem — e como elas dizem. Ao escanear o cérebro dos animais no exame de ressonância magnética funcional, os cientistas descobriram que o processamento do discurso nos hemisférios direito e esquerdo do órgão acontece da mesma forma que nos humanos. Isso significa que o melhor amigo é capaz de interpretar o diálogo e a forma como ele é entonado.

Este é o primeiro estudo de imagem a demonstrar que um animal não primata também processa as palavras. Diferentemente do que se imaginava, o trabalho, publicado na revista Science, indicou que os cães não apenas associam determinados sons a objetos. Eles conseguem entender o significado do vocábulo. Tanto que só se sentirão felizes se o diálogo estiver bem casado com a entonação. Não adianta dizer “bom garoto” ou “vamos passear” com a cara amarrada. Pode até ser que ele abane o rabinho — mas nem tanto quanto faria caso a conversa fizesse sentido. “O incentivo funciona como uma recompensa. Mas isso funciona melhor se tanto a palavra quanto a entonação estiverem em sintonia”, diz o neurocientista Attila Andics, principal autor do estudo.

cão em um aparelho de ressonância magnética
Cão usado nos testes com uma das pesquisadoras: ressonância mostrou que os hemisférios do cérebro desses animais processam palavras e entonações.Foto Reprodução Revista Science

Para fazer os testes, os pesquisadores treinaram 13 cães de diferentes raças (incluindo sem raça definida), de forma que ficassem imóveis dentro da máquina de ressonância magnética, um exame não invasivo e que não provoca danos à saúde. Então, eles monitoraram a atividade cerebral dos animais à medida que ouviam o que seus treinadores diziam. As palavras de incentivo (“Muito bem”, “Bom menino” e “Esperto”) eram ditas em um tom de voz negativo, positivo ou neutro. Enquanto isso, os cientistas investigavam o comportamento das regiões cerebrais que diferenciam vocábulos com e sem significado e entonações positivas das desagradáveis.

As imagens mostraram que o hemisfério esquerdo do cérebro desses animais processa as palavras com significado, enquanto que o direito identifica entonações de incentivo daquelas neutras e negativas. Estudos anteriores mostraram que humanos e cachorros usam essa mesma região auditiva para processar sons emocionais não verbais, sugerindo que o mecanismo de processamento das entonações acontece independentemente do discurso.

De acordo com Andics, quando os animais ouviam entonações positivas, a região do cérebro associada à sensação de recompensa e que, também em humanos, se ativa em resposta a estímulos agradáveis, como comida e carinhos, entrava em ação. Em relação às palavras, porém, não adiantava dizer algo positivo de forma negativa ou neutra. O centro de recompensa cerebral só se manifestava quando os vocábulos eram ditos com uma entonação interpretada como incentivadora “Então, os cães não só diferenciam o que dizemos e como dizemos, mas também conseguem combinar os dois para interpretar corretamente o que as palavras realmente querem dizer. Isso é muito parecido com o que os humanos fazem”, observa Andics.

O neurocientista destaca, porém, que o trabalho não investigou a inteligência animal: “Não é que tenhamos mostrado o quão inteligentes são. O que fizemos foi demonstrar a semelhança na forma em que processam o disso”, explica.De acordo com ele, acredita-se que os cachorros compreendem cerca de mil palavras. A habilidade de compreensão independe de raça, diz.“Não achamos que exista uma grande diferença entre raças; na verdade, acreditamos que os padrões devam ser similares em outros mamíferos também.”

 

Evolução

Andics afirma que o trabalho tem duas importantes implicações. A primeira diz respeito à relação entre humanos e seus melhores amigos. “Os resultados podem ajudar a fazer com que a comunicação e a cooperação entre cães e humanos fique ainda mais eficientes”, diz. A outra é que, para ele, a descoberta poderá levar a uma compreensão melhor sobre a evolução da linguagem no homem. “O que faz o léxico unicamente humano não é a capacidade neural de processá-lo, mas a nossa invenção de seu uso”, escreveu, no artigo.

A veterinária Ceres Berger Faraco, especialista em comportamento animal e integrante da Comissão de Ética, Bioética e Bem-Estar Animal (Cebea), do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), recebeu com entusiasmo o resultado do estudo húngaro. “Essa era uma questão ainda desconhecida. Se pensava que a possibilidade de compreensão oral fosse exclusiva dos humanos, e o que se vê é que isso não é verdade. Os pesquisadores identificaram claramente que existe uma memória dos blocos comunicativos no cérebro dos cães, similar ao nosso processo de comunicação. O estudo coloca os cães em um patamar comunicativo igual ao nosso”, diz.

De acordo com a médica veterinária, o trabalho demonstra que a estrutura do sistema nervoso central dos cães, independentemente do contato com humanos, é estruturada para a comunicação vocal. “Ali, existe uma base fisiológica de comunicação vocal, ele já tem o aparato neurofisiológico”, diz, lembrando que a comunicação vocal não se limita à linguagem humana. “Os cães realmente percebem e interpretam o que estamos falando. Isso demonstra uma cognição muito mais sofisticada do que o imaginado”, afirma.

Os cães não só diferenciam o que dizemos e como dizemos, mas também conseguem combinar os dois para interpretar corretamente o que as palavras realmente querem dizer. Isso é muito parecido com o que os humanos fazem”

Attila Andics, principal autor do estudo.

(por Paloma Oliveto do Correio Braziliense)

Medalhista de ouro na Rio 2016 adota casal de gatinhos e os leva para os Estados Unidos

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(por O Viral via ANDA)

 

Medalhista Tessa dando carinho aos animais (Reprodução/Oito Vidas)
Medalhista Tessa dando carinho aos animais (Reprodução/Oito Vidas)

 

A remadora americana Elle Lougan, que ganhou ouro na categoria Oito com timoneiro feminino nas Olimpíadas Rio 2016, e resolveu voltar aos Estados Unidos com novos amiguinhos: um casal de gatos. Dupla medalha de ouro para Elle.

A atleta conheceu os animais graças ao convite da ONG Oito Vidas, que protege animais em situação de abandono. Ela visitou a Fazenda Modelo, local que acolheu animais resgatados nas regiões ocupadas pelos Jogos Olímpicos, e se apaixonou pelo casal de felinos. Outra medalhista de ouro, Tessa Gobbo, visitou o local e levou carinho e afeto para os animais.

Até que a morte os separe

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( Por Ailim Cabral, da Revista do Correio)

 

Entre os momentos ou sentimentos mais complexos pelos quais passamos está o luto. Perder alguém querido traz à tona uma série de emoções, independentemente das crenças pessoais. Cada indivíduo vivencia a situação de uma maneira e, mesmo tendo a capacidade de vocalizar o que experimentamos, temos dificuldade em nos fazer entender. Imagine quando não se pode falar? Os animais também passam por sensações semelhantes quando perdem seus tutores ou amigos pets. Mudanças de comportamento são os sinais que eles usam para nos mostrar que algo está errado.

O lhasa apso Akiles, 10 anos, sofreu três grandes rupturas no ano passado e acabou deprimido. Os dois gatos com os quais conviveu grande parte da vida faleceram com meses de diferença, deixando o cachorrinho solitário. Alfredo tinha 19 anos e morreu de causas naturais, em maio. Em agosto, foi a vez de Abelardo deixar a família. Com 10 anos, o felino foi vítima de uma anemia rara e de difícil tratamento.

Entre a morte dos dois amigos, Akiles se separou também de uma de suas donas, que mudou de cidade. A estudante Tainá Ivo Calvo de Araújo, 22 anos, conta que sua mãe cuidava do cachorro com ela e foi para a Paraíba no início de julho, abalando ainda mais as emoções do animal.

Considerado um cachorro idoso, ele sofreu. Além de perder parte da vitalidade e do entusiasmo, teve o apetite diminuído. O veterinário o diagnosticou com depressão leve e fez um tratamento com florais. “Estimulamos que ele passeasse mais e, como ele sempre gostou de comida junto com a ração, o deixamos comer só o que queria para ficar mais animado”, afirma Tainá.

 Tainá com seu cão Akiles.Foto Zuleika de Souza/@cbfotografia
Tainá com seu cão Akiles.Foto Zuleika de Souza/@cbfotografia

Dois meses depois de perder Abelardo, Akiles ganhou um novo amigo felino e, hoje, quatro gatinhos fazem companhia para a família. “Ele se dá bem com todos, nunca foi agressivo e, agora,  está muito mais animado. Ele melhorou muito”, comemora a estudante.

As reações de Akiles ao vivenciar o luto estão dentro de um padrão esperado quando um pet passa por esse tipo de trauma. A diminuição de apetite e a prostração são comportamentos esperados, apesar de alguns animais apresentarem atitudes agitadas e ansiosas. Segundo a terapeuta canina Daniele Graziani, uivos, latidos, lambedura psicogênica e comportamento destrutivo também são algumas das formas pelas quais os animais manifestam o luto. Em alguns, a tristeza pela separação resulta em depressão. A doença pode ser menos agressiva como no caso de Akiles, mas, quando não é tratada adequadamente pode evoluir rapidamente, dificultando a recuperação do pet.

 

 

 

Companheiro até o fim

O filme Sempre ao seu lado é inspirado na história real do cachorro japonês Hachiko. O filhote de akita é adotado pelo professor Parker Wilson, interpretado por Richard Gere, e se torna seu melhor amigo. Todos os dias, Hachiko o acompanha até a estação de trem e o espera voltar do trabalho, sempre no mesmo lugar. Uma tarde, Hachiko se recusa a acompanhar Parker e tenta impedi-lo de sair de casa. No trabalho, o professor sofre um ataque cardíaco e morre. Desde então, durante nove anos, o cão nunca deixa a estação, aguardando, pacientemente, pela volta de seu companheiro.

 

Como eles entendem a perda?
Apesar das manifestações nítidas de tristeza e de sofrimento, os especialistas afirmam não ser possível garantir se os animais têm consciência da morte do dono ou do amigo, ou se apenas sofrem com a sua ausência. “Alguns parecem demonstrar maior percepção da morte. Há relatos de cães que se colocam próximos ao corpo, que invadem velórios, cemitérios e se recusam se afastar dos seus afetos”, menciona Daniele. A percepção, no entanto, é rara.

O especialista em comportamento canino Renato Buani relata que o mais comum é que o animal apresente um sentimento de espera. “Eles ficam aguardando a volta daquela pessoa, e isso pode se transformar em algo que vemos como próximo da tristeza. Mas, na maioria das vezes, eles não entendem que o dono se foi para sempre”, afirma. A terapeuta canina Daniele complementa: “É difícil afirmar com certeza, mas os animais não ficam avaliando o motivo pelo qual estão tristes. Eles apenas sentem a ausência.”

Em casos assim, o animal, além de sentir a separação de seu tutor e de não compreender que ela é definitiva, sente falta da rotina com o dono. “Ele não fica esperando só a pessoa, mas também o que fazia quando estavam juntos. Se era um passeio ou uma brincadeira, todo dia, no mesmo horário, o cachorro vai aguardar por aquele momento”, explica Buani.

Os animais estão habituados a manter um comportamento condicionado. Se todos os dias ele se senta, aguarda pelo dono e depois sai para passear, vai ter dificuldade de entender que, no dia seguinte, quando repetir seu comportamento, não terá o mesmo resultado. De acordo com Renato, isso cria uma ruptura na rotina do pet, levando a uma baixa comportamental. A mudança da intensidade de comportamento é um grande indicador da tristeza do animal. “Muitos deles chegam a chorar quando começam a perceber que o dono não volta”, conta Renato.

Cuidados
Para ajudar o animal a passar pelo processo de luto é preciso ter paciência. Quando o bicho perde um dos tutores, o ideal é que continue morando na mesma casa, com a mesma família. Nos casos em que o pet vivia só com o falecido, a sugestão é que o leve para morar em um lar com a mesma energia. “Se a família anterior era muito agitada, uma casa com pessoas agitadas é a melhor combinação”, explica Renato.

O especialista acrescenta ainda que estudos recentes mostram que animais que se mudam para lares com outros pets tendem a se adaptar mais rapidamente. Manter a rotina o mais normal possível também auxilia no processo de cura, assim como não validar o sofrimento do bicho. Segundo Renato, “deixar o animal no cantinho dele” e enchê-lo de carinho pode não ser o ideal. “Se ele fica triste, e prostrado e recebe carinho, pode encarar isso como recompensa e perpetuar o comportamento depressivo.” O afago é extremamente importante, mas deve ser feito nos momentos adequados para não atrapalhar o processo de superação do luto. O especialista afirma que o ideal é agir de forma natural, trazendo o pet para uma rotina normal, estimulando as brincadeiras com as quais ele está acostumado.

Um fim de semana bom para cachorro

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(por Alexandre de Paula/especial para o Correio)  (fotos Ed Alves/@cbfotografia )

 

O brasileiro ama cachorros. A paixão é tanta que o número de cães no país é maior até do que o de crianças. Segundo o IBGE, são 52,2 milhões de bichinhos e 42 milhões de pequenos. Setor que movimenta bilhões por ano no Brasil, o ramo pet mobiliza pessoas em busca de informação, produtos e diversão para os bichos. Quem faz parte desse time de apaixonados pelos cães pode aproveitar o domingo para visitar o Brasília Dog Weekend, que ocorre no Minas Hall, na L4 norte.

Organizado pelo Kennel Clube Brasília — instituição que promove a cinofilia (dedicação a animais de raça) no DF —, o evento traz apresentações, competições, produtos, serviços, palestras e lançamentos do setor. Em uma área de 3000 m² foram montadas três pistas para as exibições dos cães e cerca de 40 expositores  participam do evento, que começou na sexta (26/8). A expectativa é de que mais de 30 mil pessoas passem pelo local até domingo (28).

Para o organizador do Brasília Dog e presidente do Kennel Clube, Leonir Bampi, existe uma carência por esse tipo de evento na capital. “O mercado ainda tem poucos desses encontros, são raros os  que ocorrem. Por isso, a iniciativa é importante para oferecer ao público informação, feiras, apresentações”, elenca.

Bampi aponta que o mercado está em crescimento no país e na capital, mesmo em tempos de crise. “Quando a maioria dos setores diminuiu, o pet cresceu e deve crescer ainda neste ano difícil. Brasília é uma das capitais que mais cresce e que tem uma das maiores relações de cães por habitantes”, explica.

As palestras com especialistas em temas como saúde e nutrição canina são uma oportunidade de conhecer mais profundamente os assuntos, acredita o organizador. “Trazemos pessoas que estudam muito a área, são especialistas que dão informações que dificilmente você conseguirá em outros lugares. Não é algo que se acha com uma busca na internet”, garante.

O casal Argleydson Leão, 34 anos, e Larrisa Silva, 25, aproveitaram o sábado para visitar o evento e buscar informações sobre o universo canino. “É muito bom para conhecer melhor as raças, ver novos produtos”, disse o professor. Larissa destacou a oportunidade de conhecer profissionais qualificados do ramo. “É um lugar onde a gente pode conhecer quem faz um trabalho sério, tanto canis quanto ongs”, explica. Os dois são donos dos bulldogues Dave, 1 ano e meio, e Oreon, 1 ano e 9 meses, e aproveitaram também para levar os cães para passear.

A reunião de amantes dos animais e seus bichinhos é sempre uma oportunidade para fazer novos amigos, acredita o gerente de operações José Vidal, 30 anos. “Os pets são uma tendência mundial cada vez mais forte e isso aproxima muito as pessoas. Fiz muitos amigos por causa deles”, conta.Acompanhado pelo pequeno bulldogue francês Bud, de cinco meses, Vidal conta que foi ao evento para conhecer e saber mais sobre raças. Ele elogiou a organização do festival. “Eu acompanhei eventos parecidos em outras cidades e aqui realmente está muito diferente, muito bem organizado.”

O estudante Adrian Carvalho, 18, sonha em ser veterinário desde os 5 anos, quando ganhou o primeiro cachorro da mãe. Ontem, ele foi ao evento com Thor, um mastim napolitano de 3 anos. “Acredito que é uma chance de aprender mais, de conhecer novas raças, aprender muito sobre elas”, acredita. Carvalho também elogia a organização do Brasília Dog Weekend e lamenta que não ocorram mais eventos do tipo durante o ano. “Eu aproveitei para trazer o Thor para ter contato com outros cães, para mostrá-lo e apresentar a raça às pessoas”, conta.

Números

3000 m²-Área reservada para o evento no Minas Hall

40-Estimativa de expositores no evento

 

SERVIÇO

Brasília Dog Weekend

Evento com expositores, apresentações e palestras sobre o mundo canino.

Amanhã (domingo 28.08), das 9h às 18h. Minas Hall (SCEN – L4 norte). Entrada gratuita. Informações: (61) 9 9976-0432

Confira as fotos:

 

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Cegos recebem cães-guias

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Foto: Breno Fortes/@cbfotografia. Entrega de cachorros da raça Labrador para uso do Projeto Cão Guia.Leonardo Moreno, com seu cão Black.
Foto: Breno Fortes/@cbfotografia. Entrega de cachorros da raça Labrador para uso do Projeto Cão Guia.Leonardo Moreno, com seu cão Black.

Morador do Riacho Fundo II, o administrador de redes Leonardo Moreno, 32 anos, viveu 11 anos ao lado do labrador Cirus. Desde que conheceu o cão, teve a vida mudada, ganhou mais liberdade e confiança, sem precisar depender da ajuda de outras pessoas para sair de casa. “O Cirus virou meu parceiro. Com ele, consegui identificar obstáculos e parei de cair e ter momentos constrangedores na rua. Pude sair de casa sozinho e ganhei um amigo que estava sempre ao meu lado”, conta. Hoje, Cirus não está mais ao lado do parceiro. Após desenvolver um problema no coração, foi aposentado, e agora vive com os colaboradores do Projeto, onde recebe o cuidado adequado.

Leonardo teve que esperar um ano para ganhar um novo parceiro, e quando finalmente recebeu Black, não conseguiu segurar as lágrimas. “É muito emocionante receber de volta os meus olhos. O Cirus era o cara mais importante da minha vida, e agora tenho o Black que vai me guiar por passos longos. Para os outros, pode parecer apenas um cachorro, mas pra mim ele é um amigo. Ele é meu anjo de quatro patas”, conta.

 

A fila para conseguir um cão guia não é pequeno. A coordenadora do Projeto, Lúcia Campos, conta que pessoas como Leonardo e Arthur, que já tiveram cães guias antes, tem preferencia na hora de receber um novo parceiro. “Quando se fala em vida longa, o longo não é tão grande quando se trata de um cachorro. É normal que o cão se aposente, e para o deficiente visual é um retrocesso voltar a bengala, por isso ele tem preferência na fila por um novo animal”, conta.

O Projeto Cão-Guia de Brasília é referência nacional no treinamento de cachorros. Sendo o maior do país. Em alguns casos, o animal chega até a ir para outro estado se tornar o parceiro de um deficiente visual. Como é o caso de Bolt, que viajará nas próximas semanas para a cidade de Ribeirão, a 80km de Recife, onde será o cães-guias de Arthur Calazans, 47 anos. “Quando me perguntam o que significa ter um cão-guia, eu peço para a pessoa fechar os olhos e depois abrir. Essa é a diferença, a nossa vida sem o cachorro é um escuro”, relata.

Foto: Breno Fortes/@cbfotografia. Arthur Calazans e seu cão Bolt, durante entrega de cachorros da raça Labrador para uso do Projeto Cão Guia
Foto: Breno Fortes/@cbfotografia. Arthur Calazans e seu cão Bolt, durante entrega de cachorros da raça Labrador para uso do Projeto Cão Guia

Arthur é auxiliar de administração, passou 10 anos ao lado da labradora Jasmine, que se aposentou no ano passado. Hoje, mostra os dedos do pé machucados como amostra do que sofreu durante o ano que passou sem um cão-guia. “A bengala é um objeto. Ela alcança até certo ponto, então é muito fácil se machucar usando ela. Quando você se acostuma com um animal, é muito difícil voltar a um simples objeto”, explica.

Outros três cães guia serão entregues nos próximos meses, após isso, uma nova ninhada será encomendada para garantir a equipe de treinamento de 2018. “Hoje foi um dia de comemoração, mas amanhã já estaremos de volta ao trabalho para garantir um novo time de cães guia”, conta a coordenadora, Lúcia Campos.

Saiba Mais

O Projeto Cão-Guia de Cegos de Brasília foi fundado em 2001. De lá para cá, 49 cães guia foram entregues, todos gratuitamente. O processo de treinamento é feito por militares do Corpo de Bombeiros, parceiros do projeto, e tem uma duração total de dois anos. O nascimento dos cães acontece na sede, onde os filhotes ficam até desmamar, o que demora entre quatro e cinco semanas. Após completar 3 meses de vida e ter tomado todas as suas vacinas, os cães estão aptos para irem para uma família hospedeira, que fica responsável pela socialização do animal durante um ano. Passado o período, os animais retornam à sede do projeto e passam por uma série de avaliações clínicas e técnicas com o objetivo de mostrar se estão aptos a se tornarem um cão-guia.

 

Se aprovado, o animal entra em um treinamento que dura, em média, oito meses. O processo se inicia na parte interna de uma baia, com os comandos básicos. Depois, o animal passa para o corredor de treinamento, com alguns poucos obstáculos que, ao logo do tempo, vão aumentando o nível de dificuldade. Esse corredor é ambientado para parecer o máximo possível com um local onde o animal terá que guiar o deficiente. As últimas etapas do treinamento acontecem no pátio do Centro de Treinamento, e, finalmente, na rua. Um cão-guia completamente treinado tem um custo estimado entre R$ 30 mil e R$ 35 mil.

O projeto não recebe ajuda governamental, vivendo apenas de parcerias, doações e vendas de produtos Amigos do Cão Guia. Quem tiver interesse, pode ajudar o Projeto Cão-Guia de Brasília doando qualquer valor, por depósito ou transferência bancária, na conta abaixo: Associação Amigos do Cão-Guia – AACG / Banco do Brasil, Agência 3604-8, Conta Corrente 11.882-6, CNPJ 18.080.324/0001-24

Precisamos de zoológicos?

Publicado em 1 Comentáriobichos, maus tratos

(por Ana Luiza Carvalho, da Revista do Correio)

Presos em espaços pequenos, longe da vegetação e do clima nativos, sem contato com outras espécies e, muitas vezes, sem qualquer companhia. Segundo ativistas, essa é a realidade enfrentada pelos animais de zoológico. Nesses espaços, eles estariam ainda expostos a maus-tratos e doenças, argumentam os críticos. Em suma, os zoos seriam instituições obsoletas, ainda muito parecidas com seus equivalentes do século 18, cujo objetivo era o entretenimento e a exibição ao público.

Uma vez organizadas, essas “coleções de animais” seriam difíceis de desmontar. Dificilmente, consegue-se reinserir os bichos no habitat natural, posto que eles se desconectaram da coletividade e, muitas vezes, não desenvolveram instintos necessários à vida selvagem. Pesa ainda o fato de que as áreas de origem podem estar degradadas, com comida escassa, poucos corredores migratórios e proximidade de rodovias. Muitos espécimes são visados por caçadores em busca de couro e pele. Nesse sentido, os zoos são um “mal menor”.

Os críticos, porém, cada vez mais tendem para um outro modelo de “tutela animal”, o dos santuários, já bastante difundido na Tailândia e nos Estados Unidos. O principal diferencial seria a extensão da área de inserção, abolindo em definitivo jaulas e gaiolas. O Brasil não tem essa tradição, mas isso deve mudar em breve: está em fase de implantação o Santuário de Elefantes do Brasil, no Mato Grosso. A propriedade tem 1.100 hectares (cerca de 11 km²) e capacidade para até 50 elefantes. Como o cerrado guarda semelhanças morfológicas com as savanas africanas, a adaptação é facilitada. A expectativa é que o lugar receba outras espécies silvestres no futuro.

No início do ano, o Zoológico de Buenos Aires foi fechado e deu lugar a um jardim botânico e centro de resgate de animais exóticos. Esses animais serão enviados para santuários — o Santuário de Elefantes do Brasil já se candidatou a parceiro. “No caso, são duas elefantas, uma africana e uma asiática, que, infelizmente, não podem ficar juntas. Elas estão numa situação muito triste porque ficam presas a maior parte do tempo”, explica Junia Machado, presidente do Santuário de Elefantes do Brasil e embaixadora brasileira do ElephantVoices.

Animais resgatados de circo também se beneficiam desse modelo. As futuras primeiras moradoras do Santuário de Elefante do Brasil têm esse perfil. Maia e Guida são asiáticas, têm cerca de 40 anos e foram criadas num circo de Minas Gerais. Em 2010, elas foram levadas para o zoo de Salvador e, hoje, estão em um sítio, à espera do novo lar. Para que a viagem ocorra, o Santuário dos Elefantes precisa levantar R$ 140 mil até o fim de setembro.

Os efeitos do cativeiro parecem ser especialmente nocivos aos elefantes. Eles têm almofadas nas patas projetadas para grandes caminhadas e bolsa de armazenamento de água, um sinal de que o corpo deles pede movimento. Quando ficam parados em recintos fechados, geralmente de cimento ou chão batido, pisam na própria urina ou fezes e desenvolvem infecções nas patas. Essas infecções são uma causa frequente de morte.

 

 

Uma boa causa

A organização lançou uma campanha de financiamento coletivo on-line para alcançar o objetivo de arrecadar o valor. Vários famosos, como as atrizes Fiorella Mattheis, Thaila Ayala e Yasmin Brunet, aderiram à causa. O dinheiro cobrirá as despesas com câmeras de monitoramento, pagamento da equipe e dois containers projetados especialmente para o transporte. As elefantas vão percorrer cerca de 1.600 km, de Paraguaçu até a Chapada dos Guimarães. A expectativa é que a viagem dure entre 3 e 7 dias, dependendo do cansaço das viajantes.

foto: Santuario dos Elefantes/Divulgação.
foto: Santuario dos Elefantes/Divulgação.

                                                                Além do mero entretenimento

Zoológicos modernos têm o importante papel de abrigar animais em situação vulnerável. Com estrutura e grandes equipes envolvidas, essas instituições mudaram sua filosofia: atualmente, privilegiam o bem-estar do bicho em vez do entretenimento. O Jardim Zoológico de Brasília, por exemplo, alega ter feito a transição. Entre outras ações, a equipe do zoo resgatou um tatu-bola — a família o criava em cativeiro para abate (infelizmente, o bicho não pôde ser devolvido à natureza, pois não se adaptaria). Outro indício dos novos tempos: quando o leão Dengo morreu em maio deste ano, não se cogitou substituí-lo. “Não vamos retirar um animal do habitat natural para expor”, diz o diretor do zoo, o biólogo Érico Grassi.

Grassi diz estar ciente das críticas e que a instituição candanga não está fechada ao debate. Tanto é que o Jardim Zoológico planeja um amplo debate sobre o tema a partir de 4 de outubro, Dia Mundial dos Animais. A intenção é aprofundar a discussão, que, segundo Grassi, ainda é muito superficial. “A pessoa vê o animal no recinto e fala: ‘Está preso’. Coloca-se no lugar dele, mas podemos garantir que o Zoológico não é um depósito de animais.” Ele reconhece que o setor passa uma reavaliação e que o Zoo foi fundado em um contexto diferente, em que o entretenimento dos visitantes estava em primeiro plano. “Se o zoológico tivesse surgido em 1972, com as discussões de Estocolmo, talvez a situação fosse outra.”

Outro ponto positivo para os zoológicos seria a questão educacional. A Superintendência de Educação do Jardim Zoológico de Brasília já teria atendido mais de 570 mil pessoas, sendo 300 mil alunos de escolas públicas. As visitas são monitoradas e os animais, apresentados por nome, origem e trajetória individual. As visitações têm regras. O Zoo Noturno, por exemplo, passou por um período de reformulações. Antes o programa funcionava segundas, quartas e sextas-feiras, sem limite de visitantes. Agora, o Zoo Noturno está limitado a quartas e quintas, com turmas de, no máximo, 60 pessoas. Foi feito, inclusive, um estudo para saber o impacto sonoro da caminhada para os animais.

Esse é um ponto que, na opinião de Grassi, deixa os santuários em desvantagem, já que a visitação não é permitida. Ele questiona como seria feita a fiscalização desses locais. “O que existe na lei brasileira são zoológicos e mantenedores, e alguns desses mantenedores se autodeclaram santuários, porque é um nome mais suave”, critica.

 

Novos parâmetros

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano de 1972, mais conhecida Conferência de Estocolmo, abriu uma nova perspectiva sobre a preservação dos recursos naturais. Dela resultou uma importante declaração, que, entre outras coisas, repudia a exploração dos animais pelo ser humano.

 

A morte inútil de Harambe

O debate sobre os zoológicos foi reavivado após o abate do gorila Harambe no zoo de Cincinnati, nos Estados Unidos. Uma criança entrou na jaula do animal e o procedimento do zoológico foi abater o gorila a tiros. O caso dividiu opiniões e setores do ativismo animal, indignados com o que qualificaram de “morte desnecessária”. Os responsáveis pela instituição alegaram que o uso de dardos tranquilizantes não era possível — poderia irritar o bicho ou, ainda, ele poderia tombar sobre o menino.

 

ENTREVISTA// JADER SOARES

Na opinião do doutor em ecologia pela Unicamp e professor titular do Departamento de Zoologia da Universidade de Brasília, é possível conciliar os vários modelos de proteção animal existentes, porque os objetivos de cada um são diversos.

 

 

Qual é a opinião do senhor sobre o sofrimento animal em zoológicos?

Do meu ponto de vista, é uma postura bastante equivocada achar que zoológicos devam ser extintos. Um argumento forte das associações que defendem essa ideia é que os animais sofrem no zoológico, mas isso não é verdade. Existem mecanismos e linhas de pesquisa justamente sobre o bem-estar animal. Os pesquisadores trabalham e adquirem informação sobre técnicas e meios que temos para enriquecer os ambientes em que esses animais vivem, de modo a tornar interessante a vida deles no zoo. Para que não seja apenas confortável no senso de que tem comida, cuidados médicos, mas um desenvolvimento neuromotor e psicológico satisfatório, com integração e benefícios psicossociais. O público em geral vê zoológicos como locais para ver representantes da fauna brasileira e do mundo, mas poucos conhecem de fato o que é uma estrutura necessária para manter esses animais em bom estado de saúde física e bem-estar geral. Trata-se de uma estrutura cara, dispendiosa, mas que rende muitos frutos. Felizmente, não temos aquela situação de animais confinados em pequenas jaulas. Num comportamento estereotipado, ainda pode existir aqui e acolá, porque mudar esse tipo de paradigma demanda conhecimento técnico-científico e massa crítica dos profissionais.

 

Como os zoos adquirem animais?

Hoje em dia, nenhum zoo obtém animais diretamente da natureza — eles vêm de outros zoológicos, por permutas. Portanto, nasceram em cativeiro e jamais poderão ser repostos na natureza. Eles não têm estrutura social, pais e irmãos com quem possam aprender comportamentos importantes para a sobrevivência — fornecer isso a eles seria absurdamente caro. Há ainda apreensões de animais que vêm de centros de triagem e de situações de resgate. Por exemplo, uma sucuri que estava sendo criada na casa de um sujeito que a capturou no mato, mas deu conta de cuidar. Nesses casos, o tutor doa ou então entrega à polícia florestal, e esse bicho provavelmente não se encontra em condições de voltar à natureza.

 

Qual é a principal função dos zoológicos hoje em dia?

Eles servem para estudos e para que o público crie laços e vínculos que tragam respeito à fauna e à natureza de um modo geral. Quem vê um urso panda em um zoológico não tem como não se encantar com esse animal — isso cria vínculos entre as pessoas e a vida silvestre. É uma oportunidade de apresentar a magnificência desses organismos e traduzir isso numa atitude positiva. É uma função de educação. Os bons zoológicos são uma grande fonte de informação e, ao contrário do que se possa imaginar, muitos aspectos da fauna brasileira são pobremente conhecidos. São coisas como ciclo de vida, quanto dura a gestação de um animal, o cuidar dos filhotes etc. Estudos na natureza raramente propiciam esse tipo de informação, pois não possibilita o acompanhamento do espécime. Além disso, os zoos cumprem hoje um papel importantíssimo em relação à conservação. Hoje, há várias espécies que têm populações maiores em zoológicos do que na natureza. Se um exemplar nasceu em cativeiro, podemos fazer o cruzamento com animais da natureza, de modo a recuperar genes que estavam praticamente extintos.

 

O santuário teria então alguma função nesse contexto?

São funções complementares, eu diria. Não dá para ter somente esse modelo de santuário porque a observação, o contato com os animais, ficaria muito restrito. Outro problema é que a gente não tem como reproduzir integralmente a savana africana ou a Patagônia no Brasil. Também não dá pra reproduzir exatamente a floresta tropical úmida em uma região temperada. Então, nem tanto ao mar nem tanto à terra — são coisas complementares. Para a conservação, faz todo o sentido ter um santuário, mas, para a manutenção de algo acessível visualmente a um grande público, não é esse o modelo. Devemos respeitar diferentes linhas de atuação e pensamento, aproveitando o que elas têm de melhor e traçando a complementaridade de ações e abordagens.

 

 

Solte os bichos

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(por Ailim Cabral, da Revista do Correio) (fotos Zuleika de Souza, da editoria de fotografia do Correio Braziliense)

 

O sedentarismo não é um hábito saudável para os animais de estimação. Assim como acontece com os humanos, a condição pode trazer uma série de complicações, inclusive emocionais, e, por isso mesmo, deve ser combatida. O excesso de peso, em geral, é apenas uma das consequências que os hábitos pouco ativos podem trazer aos pets. O médico veterinário Josélio Moura, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária (SBMV), explica que é difícil determinar um quadro único de disfunções que o sedentarismo traz, pois cada animal e espécie reage de uma forma. Entre as mais comuns, ele destaca os transtornos cardíacos, ortopédicos e problemas articulares e de coluna. “Esses podem dificultar a locomoção e fazer com que o animal entre em estágio de letargia, o que pode ocasionar depressão e outros desvios de comportamento”, alerta.

O presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa), Bruno Alvarenga dos Santos, reforça o aviso: “Uma das principais doenças que vemos em cães e gatos é o estresse relacionado ao sedentarismo e ao confinamento”, revela. Comportamentos como lamber excessivamente pés e mãos, ingerir as próprias fezes, automutilação ou destruição de itens da casa são alguns sinais que podem indicar estresse provocado pela falta de atividades físicas.

Bruno afirma que a verticalização das moradias reduz o espaço para os animais brincarem e correrem dentro de casa. A carga de trabalho cada vez maior dos tutores diminui o tempo para atividades em família e, como resultado, vemos o animal mais parado. “Um cão ou gato confinado sem ter atividades é como uma criança cheia de energia em um pequeno quarto. Naturalmente, surgirão transtornos comportamentais”, completa o veterinário.

Quando o sedentarismo leva ao excesso de peso, os desdobramentos negativos na saúde só aumentam. Artrites, diabetes e dificuldades respiratórias somam-se à lista de riscos aos quais o animal está exposto, diminuindo potencialmente a expectativa de vida do pet.

Se ele adoece, o tratamento, inicialmente, é focado na patologia apresentada, como a obesidade ou a obstrução cardíaca, mas, em seguida, é importante que os donos mudem o estilo de vida do animal, estimulando os exercícios e as brincadeiras. A fisioterapia surge como uma das opções mais procuradas para os bichos que já apresentam dificuldades de locomoção. Existem ainda programas fitness em algumas clínicas para donos que não têm tempo para se exercitar com o pet.

“Uma das principais doenças que vemos em cães e gatos é o estresse relacionado ao sedentarismo e ao confinamento”
Bruno Alvarenga dos Santos, presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa)

Amanda Gomes com seu pug, Bart: preguiçoso, ele não faz exercício, mas tem dieta controlada para evitar obesidade.
Amanda Gomes com seu pug, Bart: preguiçoso, ele não faz exercício, mas tem dieta controlada para evitar obesidade.

Para cães e gatos

Na hora de prevenir o sedentarismo é importante diferenciar o tratamento para cachorros e gatos. Os felinos têm hábitos noturnos e não apreciam tanto os passeios de coleira ao lado dos donos. Em geral, os que vivem em casas optam por caminhadas solitárias à noite. Os moradores de apartamento não têm a mesma liberdade e, caso não aceitem sair com os tutores, devem ser estimulados de outra forma.

Atividades com varas e fios com brinquedinhos na ponta, que façam o gato correr, pular e aticem o instinto de caça são os mais recomendados. Os gatos castrados tendem a diminuir as caminhadas e a perder o impulso de caçar. Nesses casos, a atenção do dono é ainda mais importante e ele deve insistir para que o animal se exercite.

Já os cães, mais empolgados e afeitos aos passeios, facilitam um pouco a vida dos donos. “Ele cobra que seu cuidador o leve para os exercícios. A prova disso é que quando o proprietário pega a guia e se dirige para a porta de saída da casa, o cão costuma dar pulos e correr para ser o primeiro a sair”, declara Josélio.

Alguns animais copiam os hábitos do dono e preferem ficar em casa, porém. Nessas situações, o veterinário Bruno Alvarenga alerta que é preciso mudar o próprio estilo de vida. “Pessoas sedentárias costumam ter animais semelhantes. Além de criar uma rotina de exercícios, é interessante não agradar o animal apenas com petiscos, mas também com brincadeiras de pegar e correr que estimulem o gasto de energia”, sugere.

Já no caso de animais com temperamento mais quieto ou com limitações de idade ou de saúde, as atividades físicas devem ser mais moderadas e os passeios mais curtos, nos momentos em que o sol está mais ameno. “Em Brasília, principalmente na época mais seca, deve-se evitar exercícios em horários de baixa umidade do ar”, recomenda Josélio.

O pug Bart, 11 anos, sempre foi mais quieto. Gordinho, gosta de ficar em casa e não é muito de brincar com outros cães. “Quando algum filhote ou cão mais sociável vem pular nele, se afasta devagar, não briga, mas também não gosta de bagunça”, conta, rindo, a dona dele.

A estudante de direito Amanda da Cunha Gomes, 25 anos, garante que está sempre de olho na saúde do pug, mas, mesmo com pequenos passeios diários, desde muito novo, o cão prefere ficar em repouso. “Ele sempre foi assim, não é muito ativo e acaba sendo sedentário. Hoje, já é bem velhinho, então, não forçamos”, afirma.

Bart, apesar de preguiçoso, é muito saudável. Está sempre em dia nas consultas ao veterinário e, para evitar o sobrepeso comum à raça, a família controla a dieta dele. “Quando era mais novo ele comia besteira com a gente. Adorava pão, cenoura, frutas. Mas a veterinária pediu para evitar e hoje ele faz dieta. Controlamos assim o peso dele, já que não é muito de se exercitar”, argumenta Amanda.

Campanha contra raiva vai imunizar cães e gatos a partir de 27 de agosto

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(da editoria de cidades do Correio Braziliense)

Cerca de 271 mil cães e gatos, 80% da população desses animais no Distrito Federal, devem receber a vacina contra raiva durante campanha organizada pela Secretaria de Saúde. Em 27 de agosto (sábado), 200 postos funcionarão em 17 áreas rurais de Brasília. Em 10 e 17 de setembro (também sábados), serão 1.640 pontos de vacinação na área urbana, a maioria em frente a centros de saúde.
O único caso de raiva em uma pessoa no DF aconteceu em 1978 e, em cães e gatos, em 2000 e 2001, respectivamente. “No entanto, o fato de estar controlado não significa que os animais não precisem ser levados para vacinar. Pelo contrário, é extremamente necessário, para nos mantermos sem a doença, que tem 100% de letalidade”, frisa o veterinário da Vigilância Ambiental em Saúde, Laurício Monteiro. Podem ser imunizados cães e gatos a partir de 3 meses, que estejam saudáveis, incluindo fêmeas prenhas e aquelas que acabaram de ter filhotes. A Vigilância Ambiental recomenda que os cachorros sejam levados com coleira e, aqueles mais agressivos, de focinheira; os gatos, se possível, abrigados em uma caixa. A raiva pode ser transmitida ao homem por meio da saliva e de secreções do animal infectado, principalmente pela mordida.