Alergia pode piorar no frio

Publicado em saúde pet

Pets com dermatite alérgica desencadeada por ácaro e poeira sofrem mais no inverno. Por isso, fique atento a sinais de que o animal está com desconforto, como coceiras exageradas

Crédito: Reprodução
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Coceiras e pruridos podem piorar durante o inverno. Segundo a dermatologista veterinária Ursula Thomas, da  Ceva Animal Health, cães e gatos que sofrem de dermatite alérgica desencadeada por alérgenos domésticos, como poeira e ácaro, sofrem especialmente nessa época do ano, quando, devido ao frio, passam a ficar mais tempo dentro de casa.

 

“Além disso, o clima seco do ambiente doméstico pode levar a um aumento na vontade de se coçar. Assim, o tutor deve procurar a ajuda de seu veterinário na temporada de inverno para discutir medidas de controle ambiental, bem como opções de tratamento tópico para a doença da pele”, diz. Ela ressalta que a maioria dos cães e gatos, quanto tem comichões, demonstra desconforto  lambendo as patas, a barriga ou as pernas ,ou coçando a cabeça ou as orelhas.”Muitas vezes, isso é confundido com um mero comportamento”, observa.  “Pode ser aconselhável o uso de banhos frequentes com xampus apropriados e / ou a aplicação de pulverizadores e mousses hidratantes.  Banhar um animal com xampu incorreto pode fazer mais mal do que bem”, diz.

Quais os transtornos dermatológicos mais comuns entre pets?

Cães e gatos podem sofrer de uma grande variedade de problemas de pele, como alergias cutâneas (dermatite alérgica), doenças parasitárias da pele, infecções bacterianas e fúngicas, bem como câncer de pele e vários distúrbios cutâneos autoimunes. Na minha carreira como dermatologista veterinária, o problema de pele mais comum tem sido a dermatite alérgica. Infelizmente, é uma doença incurável. Mas os dermatologistas veterinários estão empenhados em desenvolver um plano de tratamento que melhor se adapte às necessidades do animal de estimação e do tutor.

Remédios caseiros podem ajudar?

Para o sucesso a longo prazo de qualquer terapia relacionada com a pele, é extremamente crítico que os tutores permaneçam em contato direto com o clínico geral e o dermatologista durante todo o curso da vida do animal. Isso garante um suporte veterinário contínuo, que permitirá responder melhor a qualquer alteração no estado de saúde do animal de estimação e prevenir doenças de pele no futuro.

Como o pelo de cães e gatos variam consideravelmente em comprimento, densidade e forma, existem algumas raças que são mais difíceis de diagnosticar e tratar?

Dependendo do tipo e do comprimento do pelo, a pele do animal pode ou não ser de fácil visualização para o tutor e o veterinário. Assim, lesões cutâneas podem passar despercebidas por algum tempo em cães e gatos com um pelo denso ou muito longo. Portanto, é aconselhável realizar um exame minucioso da pele e do pelo regularmente, para que os proprietários alertem o veterinário sempre que notarem alterações. De forma similar, quando os veterinários prescrevem qualquer tipo de tratamento tópico para um animal com um pelo denso e/ou longo, é aconselhável tosar nas áreas afetadas durante a duração do tratamento, para observar melhor a evolução.

Alguns problemas de pele são genéticos. Existem algumas raças predispostas a essas doenças?

Para alguns problemas de pele, já se identificou uma associação com genes. Um exemplo seria a ictiose dos goldens retrievers. No caso da ictiose, os animais afetados sofrem de caspa severa e generalizada, que pode impactar significativamente a aparência geral do indivíduo e predispor o animal a infecções bacterianas e fúngicas cutâneas. Também sabemos que algumas raças de cães são mais propensas a desenvolver certas doenças de pele do que outras. Por exemplo, collies, pastores de Shetland sheepdogs e pastores alemães têm propensão para uma doença inflamatória da pele chamada  lúpus eritematoso. Do mesmo modo, o husky siberiano e o malamute do Alasca são propensos ao desenvolvimento de dermatose responsiva ao zinco.